Acerca de mim

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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012



FELICIDADE GUARDADA
30/08/2012

Dourado sonho de alma formosa,
Em ti sentido nesta hora tardia,
Que fizeste da tua noite o meu dia,
Entregando-te sempre linda e airosa.
Mostraste-te assim tão radiosa,
Na chama tremula da madrugada,
Com o bom calor que a alma guarda.

Tua flor na minha pele sofrida,
Inalando a doce essência do amor,
Que intensifica o teu doce odor,
Na aventura por nós merecida.
Nesta união dos corpos sentida,
A chama do teu vulcão guardada,
Naquela tão bela e doce madrugada.

Sugo a essência do teu belo ser,
Que dos teu lábios embriagantes,
Se solta em delírios extasiantes,
Provocando todo o meu padecer.
Do teu amor que procuro merecer,
Guardo o bom delírio da madrugada,
E deixo solta a nossa ânsia guardada.

Querer tocar o teu corpo na paixão,
Sentida em delírios da esperança,
E ficar à espera de uma mudança,
Que possa confortar o meu coração.
Sem futuro salvaguardado na união,
Que se encontra na alma guardada,
E deixar surgir a doce madrugada.

São sonhos por nós os dois sonhado,
Na esperança de um novo florescer,
No orvalho deste triste amanhecer,
De um amor há muito desesperado.
Querer possuir o teu corpo adorado,
Numa qualquer bela e linda madrugada,
É felicidade que ainda está guardada.

Carlos Cebolo





quarta-feira, 29 de agosto de 2012



retrospectiva
         29/08/2012

Daquele belo e doce chão sagrado,
Lembro a infância e a juventude.
Lembro o gosto da manga madura,
O doce sabor em toda a plenitude.
Da boa fruta com travo a salgado,
Em contraste com a sua doçura,
O imbondeiro com casca dura.
Fruta de Angola sempre cobiçada,
Com amores e odores implantados,
No intenso sabor que se adivinha
E que da sua vermelha terra vinha.
São momentos ainda hoje lembrados,
Em memória velha, quase acabada.
Retratos mostram o que por lá havia,
Trazendo ao povo, horas de alegria.

Recordo ainda o batuque e a rebita,
Tocado e dançado na noite escura,
Em redor da cubata e suas morenas.
A dança com movimentos de doçura,
Que o bom povo ainda hoje acredita,
Que lavava as mágoas e as penas.
Aqui de longe, recordo as belas cenas,
Vividas na minha linda juventude,
No longínquo país do meu nascimento,
Que recordo com grande dor no coração,
Ainda com grande tristeza e emoção.
Lembro todo aquele belo momento,
Vivido em pleno, naquela outra latitude;
Recordo agora, com a memória tardia,
As belas horas vividas em plena alegria.

Carlos Cebolo


terça-feira, 28 de agosto de 2012



SEM TRAÇO E SEM RASTO
28/08/2012

Na tela nua da vida,
Vejo traços indefinidos sem fim,
Um mar de solidão oco, vazio,
Num clima sempre frio.
Espírito livre na despedida,
Que se esqueceu de mim,
Na sua tardia partida.
Dispo a alma do sofrimento,
Sem ter um rumo traçado,
Procuro o horizonte dourado,
Na escuridão deste silêncio.
Navego sem destino!...
De um amor que foi doçura,
Ficou apenas a loucura,
De uma ansiedade calada.
Na grande dor do sofrimento,
Por uma felicidade perdida,
Na voz triste do lamento,
Salvou-se a alma iluminada.
O teu amor passageiro,
Sem traço e sem rasto,
Fortaleceu o amor verdadeiro,
De um sentimento já gasto.
Já não sinto o pecado do teu toque,
A beleza do teu corpo nu e faminto,
Esfumou-se no infinito da sensação,
Sem causar qualquer choque,
No amor que agora sinto.

Carlos Cebolo



AREIA MOLHADA
         27/08/2012

Na areia molhada escrevi,
As mágoas do meu coração,
Num poema de confirmação,
Que com amor te ofereci,
Pedindo o meu perdão.

O meu amor da adolescência,
Que de Angola foi roubada,
É hoje a bela, minha amada,
Com toda a consciência,
A mamã da minha ninhada.

Na praia das miragens revelei,
Escrevendo um poema querido,
Do nosso amor recém-nascido,
Para todo o sempre jurei,
A nossa história de amor vivido.

A minha juventude perdida,
Foi em Angola Deixada,
De lá trouxe a minha amada
E cá sarei a nossa ferida,
Numa outra areia molhada.

A historia de amor vivido,
Junto à areia molhada,
Em Angola não ficou nada,
Que tivesse merecido,
Esta nossa página virada.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 24 de agosto de 2012



ESCREVO-ME
24/08/2012

Escrevo-me!...
Sou poema sem métrica e sem rima,
Em palavras que sopram vida,
Aprofundando a minha estigma.
Lês-me,
Como quem lê um conto,
Que a fantasia convida,
Nas tristes noites caídas.
Escrevo-me!...
No amor que juramos,
Apenas segredos encontro,
Das palavras que sopravam vida.
Estes sentimentos que falam,
Em letras usadas na poesia,
Contam uma história de magia,
Que os próprios ventos embalam.
Lês-me,
Em rimas de emoção,
Com um forte delírio,
Que aperta o meu coração.
És flor!
Silvestre e delicado lírio,
Que exposto ao Sol da alegria,
Sente a sua dor.
Escrevo-me!...
Com lágrimas de fantasia
Em contraste selvagem,
De uma doce calmaria.
Quero-te linda!...
Ousada,
Sonhadora,
Ansiosa da minha vinda.
Fazes por seres amada,
Seres a alma sonhadora,
Nesta linda noite finda.
Procuro-te em escrita de sabor,
Com a rebeldia do pecado,
Ganhando o teu amor,
Neste sonho inacabado.
Escrevo-te… Linda!....

Carlos Cebolo




quinta-feira, 23 de agosto de 2012



SONHO MEU
23/08/2012

Sonho meu!...
Sonhado a dormir ou acordado,
Entrei em Angola por onde saí,
Fronteira da Namíbia.
Vi o amigo que não morreu,
Olhei o por do sol dourado,
Senti o vento que assobia,
O país que não ardeu.
Sonho meu!...
Senti Angola do meu passado,
Aquele chão vermelho empoeirado,
Pisei aquele chão sagrado,
Do país que me foi legado.
Vi Lubango e o seu Cristo Rei,
Lá no alto, no belo cabeço,
Olhei a cidade que amei,
A bela serra que conheço.
Sonho meu!...
Desci a Leba em direcção ao Sul,
As mangueiras que reguei,
Aquele belo horizonte azul,
A terra que tanto amei.
Sonho meu!...
Entrei no seco deserto,
Atravessei o Bero sempre lindo,
Dei o meu destino por certo,
As boas graças por ter vindo.
Na praia da minha juventude,
Nada vi do meu agrado.
Possuído por uma inquietude,
Regressei pelo mesmo lado.
Sonho meu!...
Desejo não realizado,
O amigo que lá morreu,
Não foi lá encontrado.
O por do sol era vermelho,
Lembrando o sangue derramado,
No esterco do escaravelho,
O país que não renasceu.
Sonho meu!...
Voltar um dia à minha origem,
Cheirar aquele odor ardente,
O gosto da terra virgem,
Ver o lindo Sol no seu poente.
Sentir novamente a alegria,
De pisar a terra onde nasci,
Ver aquele chão que tudo cria,
Esquecer o dia que de lá fugi.
Sonho meu!...

Carlos Cebolo


quarta-feira, 22 de agosto de 2012



SEDE DE AMOR
            22/08/2012


Trago comigo sempre esta secura,
Que do teu corpo me faz sedento,
De uma vida sem sofrimento,
No silêncio da minha loucura;
Que da tua incessante procura,
Na ansiedade deste sofrer,
Procuro fazer por merecer.

És flor que respiro,
Da tua pele, o odor jasmim,
Que floresce no meu jardim
E por quem suspiro;
Neste meu longo retiro,
Deste constante sofrer,
Que aumenta todo o padecer.

E tendo isso por certo,
Toda a dor do meu tormento,
Não passa de um momento,
Que damos por incerto;
Neste Mundo que desperto,
Com todo o seu padecer,
Que finjo não merecer.

Esta sede que me mata,
E que me leva à loucura,
Por sentir-te nua e pura,
Neste nó que não desata;
A vida que te maltrata,
Com todo o teu sofrer,
Que procuro esmorecer.

Carlos Cebolo





terça-feira, 21 de agosto de 2012



OLHAR PARA TRÁS
        21/08/2012

Gosto de olhar para trás,
Ver o passado,
Olhar a aventura,
Condenar a guerra atroz,
Saudar a paz.
Fazer tudo a meu agrado,
Reviver a desventura,
Dar ao povo a sua voz.
Recordar Angola,
E todo o seu legado,
Olhar o país vindouro,
Saído do seu passado,
Com todo o seu ouro.
Encontrar caminhos idos,
Progresso em movimento,
Futuro com rumos definidos,
Acabar com o sofrimento.
Mais igualdade social,
A esperança do nosso povo,
Uma sociedade multirracial,
Construir o país de novo.
Reconstruir o existente,
Aumentar as oportunidades,
Dar esperanças à nova gente,
Promover as igualdades.
Recolher as cinzas do passado,
Não deixar vestígios de fumo,
Dar ao povo o seu bocado,
Traçar um seguro rumo.
Governar é compreender,
As dificuldades que o povo sente,
O governante tem poder,
Para olhar pela sua gente.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 20 de agosto de 2012




DEIXA-ME SONHAR
20/08/2012

Deixa-me sonhar!...
Querer o teu corpo possuir,
Mesmo em pensamento sonhado,
Num sonho que quero sentir,
Os teus lábios poder beijar,
Como se estivesse acordado.
Deixa-me sonhar!...
Sentir o que no sonho sinto,
Na realidade que quero apreçar,
Falar que não te minto,
Quando te quero abraçar.
Deixa-me sonhar!...
Neste meu delírio constante,
Fazer-me teu refém,
Ser o teu amante,
Ir muito mais além.
Deixa-me sonhar!...
Que amanhã sentirei saudade,
Deste teu novo florir;
Neste meu amor sonhado,
Da vontade despertar,
Numa outra realidade
E sentir o teu sorrir.
Ter-te num sonho acordado,
Em meus braços de amparar,
Num abraço bem apertado
E sentir o teu sonhar.
Deixa-me sonhar!...

Carlos Cebolo

sexta-feira, 17 de agosto de 2012



MULHER FATAL
        17/08/2012

Mulher bonita,
Flor encantada,
Figura bendita,
No peito guardada.
Sua beleza natural,
Que ninguém leve a mal!
É uma beleza bem-vista,
Para quem a tem a seu lado.
Quando Beleza criada,
Com pinturas enfeitada,
Sai do bolso o belo agrado,
Mostrando o seu lado fatal.
Bendita aos olhos do amor,
Maldita na boca do povo,
Amante do amor carnal,
Enfeita o corpo de novo.
Para mostrar o seu valor,
Despe-se de qualquer mal.
Vestida para amar,
Mostrando todo o seu ardor,
Mulher linda, usa a cor,
Das aguarelas que quer pintar,
Oferecendo o seu amor.
Amor que o corpo sente,
Com o calor da sua beleza,
Realça a sua alma presente,
Sem de nada ter a certeza.
Pelos homens cobiçada,
Com a sua beleza fatal,
Apenas quer ser amada,
Sem dela pensarem mal.
A beleza que quer mostrar,
É um dom que tem a oferecer,
O homem vê o que quer amar,
E tudo fará para a merecer.

Carlos Cebolo




quinta-feira, 16 de agosto de 2012



Contingências
        16/08/2012

No silêncio da noite,
O meu sonho confunde-se.
Lembro o momento em que te vi,
Ali mesmo à minha frente,
Com o meu nome nos teus lábios
E um sorriso no coração.
Não te conheci!
Imaginava-te outra mulher,
Mas quando pronunciaste o teu nome,
Fiquei deslumbrado.
Tanta beleza e alegria!
Fiquei enamorado,
Da figura por quem já estava apaixonado.
Abracei-te com carinho,
Com vontade dos teus lábios beijar,
Mas sem nada te poder oferecer,
Tive medo de te magoar.
Aquele dia maravilhoso,
Num encontro de ocasião,
Fixei em ti o meu olhar
E o dia ficou radioso.
No centro de tanta ansiedade,
Ver quem queria ver,
Senti-me recompensado,
Pelo simples facto de te conhecer,
Num encontro de amizade.
O dia foi passando,
E sem ninguém se aperceber,
Cruzava o meu olhar com o teu,
Com anseios de ternura,
E a promessa que não aconteceu,
Aumentando a minha amargura.
Ao fim do dia, o teu chamamento,
Uma brincadeira de criança,
No carrossel da alegria,
Aquele alegre momento,
Testando a minha confiança,
A união que a alma queria,
Sem espaço para poder amar.
Aproximei-me para fotografar,
A Sena que me impedia,
A guardiã do meu altar.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 15 de agosto de 2012



RETRATO
15/08/2012

Linda!...
Cheia de luz e alegria.
Verdejante e húmida,
No norte o seu império.
Planaltos,
Rios,
Lagoas,
Rica fauna.
Terra que tudo cria,
O centro, rico e lindo,
Com todo o seu império.
Terra vermelha e rica,
Agricultura e seu celeiro,
Também tem o seu minério.
Terra árida,
Savana,
Deserto,
Com pecuário no seu meio,
O sul e o seu mistério.
Um litoral de ricas praias,
Areia fina,
Rochas,
Areia grossa,
Com o seu pescado,
A vida emergindo,
No rico talhão legado.
O interior distante,
Quente,
Madeireiro,
Terra vermelha,
Riqueza do diamante.
Assim era a minha Angola,
Beleza bem tropical,
E todo o seu sorriso.
Pôr-do-sol da cor do fogo,
Vida selvagem,
Contornos e contrastes,
Terminavam este belo jogo,
Recriavam o Paraíso.

Carlos Cebolo

terça-feira, 14 de agosto de 2012



 SELVAGEM SEDUÇÃO
             14/08/2012


Sinto o espírito selvagem em mim,
Sensibilidade apurada, sexto sentido,
Que controla o meu avançar e recuar;
No plano deste triste mundo ferido,
Na procura do seu sempre eterno fim,
E nele desenhar, a boa forma de amar.
Neste tempo, sem tempo para se amar,
Afagar com o teu sorriso a minha dor.
Descobrir quem sou, nesta nova realidade;
Na minha mente ser fogo e mistério,
No amor e carinho que de ti espero
E alcançar a tão desejada eternidade,
Solidificando este já grande amor.
Navegar nas belas ondas de puro prazer,
Na esperança do teu belo corpo merecer.

Ser selvagem neste mundo de paixão,
O anseio do teu toque nesta loucura,
Faz-me percorrer caminhos ausentes,
Que nem animal arisco à tua procura,
Com o sussurro que sinto no coração,
Em tons de alerta sempre presentes.
Neste meu avançar e recuar que sentes,
Como canção em sons de felicidade,
Que procuras com o sorriso encorajar,
Mantendo vivo, este meu toque de sedução,
Desvendando os segredos do coração.
O desejo ardente nos teus lábios depositar
E nos teus seios, poisar para a eternidade,
Bebendo do teu cálice sagrado, o prazer
Que a alma julga, fazer por o merecer.

Carlos Cebolo

segunda-feira, 13 de agosto de 2012


             

            Sem sentido
                   13/08/2012

A terra linda está triste e queimada,
A guerra tudo destruiu e provocou dores,
Ódios plantados numa luta desesperada,
Sangue derramado, destruiu amores.
Tua chama arde no meio da violência,
Que do norte o vento traz a mudança,
Destruindo no povo a sua inocência,
E ao som das armas tocaram a sua dança.
Reviver o belo paraíso do sol ardente,
Que outrora perfumes aromatizaram,
Nos bons odores que o povo sente,
Na companhia daqueles que tanto amaram.
Beijo o teu solo, ó terra querida,
No mapa da minha fértil imaginação,
Procuro sentir a imagem esquecida,
No recanto escondido da recordação.
Procuro a todo o custo a minha infância,
Enterrado naquele doce chão sagrado,
Para ganhar novamente a confiança,
Naquele chão e povo que me foi legado.
Tua lembrança em mim permanece viva,
E viva permanecerá até a hora da morte.
Minha juventude em ti, foi uma dádiva,
Mas foi fora de ti, que tracei a minha sorte.
Sem sentido, procuro esquecer o paraíso,
Tua fauna, tuas praias e tua gente,
Na minha tristeza lembro o teu sorriso,
E as grandes tristezas que o teu povo sente.

Carlos Cebolo





sexta-feira, 10 de agosto de 2012



ANIMAL
10/08/2012

Sentir, queria sentir,
O animal que em ti permanece,
Fantasia,
Ousadia,
Paixão,
Nesta noite longa que amanhece,
Em êxtase selvagem.
O teu cheiro,
O meu fôlego,
O teu olhar,
Em meus olhos a tua imagem
Perfumada de paixão,
Que atormenta a minha alma.
Tua boca delirante,
Prazeres que o corpo sente,
Em fortes ondas de calor
De delírio dominante,
Por te sentir presente.
O animal existente em mim,
Fazer de ti égua veloz,
Sentir o teu vulcão,
O teu fogo apagar por fim,
Ouvir a tua voz
Ser o teu garanhão.
Riso,
Gemido,
Tremor,
Construir o paraíso,
Um mundo querido
Com o teu calor.
Na areia molhada,
Da praia e ao luar,
O meu anseio,
Na areia afundar,
Fazer de ti minha amada,
Pelo teu amor lutar,
Deixar voar o meu devaneio.
Sentir o silêncio,
Alma despida de ilusão,
Eterno sabor do vício,
Nesta nossa noite de paixão.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 8 de agosto de 2012



LUA NUA
08/08/2012

A noite despe-se…
No silêncio do luar a loucura…
No teu corpo de mulher, a doçura,
Sentida nos asseios meus.
Aroma forte a canela,
Sentidos no sabor do mel,
Odor que o teu corpo revela,
Com o meu beijo na tua pele.
És mulher, igual a todas,
Possuis e és possuída,
No amor que dás e sentes,
Também és sentida.
No teu beijo,
O calor da tua boca.
O toque dos meus dedos
Que te deixa louca,
No sentir do êxtase do desejo,
Esqueces os teus medos.
Errado?
Que importa?
Pecado?
Nos prazeres sentidos?!
A loucura!...
Este prazer meu e teu,
Nossos corpos unidos;
Tocas-me com ternura,
Que acorda o deus Morfeu.
Lua nua, que a Vénus faz inveja,
Abraçada ao sol iluminado,
Desse teu corpo que se deseja,
E pelo qual estou apaixonado.
Celeste aroma envolvente,
Deste teu corpo adocicado,
Forte cheiro a sexo ardente,
Que do meu estro é libertado.
No toque do teu cálice, a loucura!
Néctares em profunda fecundação,
Trazem-nos ternura,
Que aumenta toda a nossa paixão.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 1 de agosto de 2012



Rodopiar
01/08/2012

Gira a Terra,
Gira o mar.
Num rodopiar constante,
A vida espera
Oportunidade para girar,
No seu eixo inconstante.

Ondas revoltas pela guerra,
Num mar de águas calmas,
O povo ouve na triste voz,
O chamamento da nossa Terra,
E das solitárias e tristes almas.

No Mundo que não estamos sós,
Na hora da nossa partida,
Muda-se o rumo da história,
Tentando retardar a nossa ida,
Moldando a nossa memória.

Voltar a ver o teu mar sereno,
Misturar em ti as minhas lágrimas,
Num beijo de eterna saudade,
Nesse teu oceano moreno,
Depositar as minhas mágoas.

Minha terra de mil encantos,
Foste meu encanto na mocidade,
Em ti vivi grandes amores,
Com muitas alegrias e prantos,
Também vivi os teus horrores.

Neste Mundo que não tem idade,
Cabelos brancos é recordação,
Dos belos dias vividos na juventude,
Com grandes sonhos da mocidade,
Tempos vividos em plenitude.

O rodopiar da perfeita constelação,
Tempos de mudança que se acompanha,
Numa outra, também bela latitude,
Que completa toda a nossa criação,
De espírito aberto e outra compreensão.

Carlos Cebolo