Acerca de mim

A minha foto
Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 29 de junho de 2018




CONTRASTE

A vida é um livro cheio de surpresas,
Umas desejadas outras nem tanto,
Os anos vão corrente e tudo é pó,
Como pó ficará o estado da vida.
Heranças que ficam para sempre presas,
Nas magras folhas do livro do encanto
E o espírito para sempre fica só,
Nessa folha solta já percorrida.

Passam gerações, nada se renova,
No eterno deambular, nada se escuta
E os fios do inverno, formam os cabelos,
Esquecendo todos aqueles anos belos
Da vida passada muito mais nova,
Acolhendo esse sofrer que a alma enluta.

No fim próximo que aos poucos se revela,
Relembra essa juventude florida,
Que o bom sábio chamou de eterno zelo,
Nos anos dourados de vida bela,
Desse passado que tenta relê-lo.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 27 de junho de 2018




ENCANTO DE UMA MOCIDADE

Oh!... Que ilusão do olhar que me atormenta,
Mostrando sempre essa humana fraqueza,
Entre espanto, angustia e toda a incerteza,
De uma vida onde o amor não se concentra.

Por mar além com todo o ego sofrido,
Canta louvores da triste realidade,
A enlevada sereia da mocidade,
Vida traçada sem o seu sentido.

Que terra foi aquela na lonjura
Deixada nesse passado sombrio,
Esse amor quente que aconchega o frio,
Na redoma de tão grande aventura?

Será fraqueza ou apenas saudade,
De algo tido sem a sua existência,
Ou uma metáfora sem ter ciência,
Aquele encanto de uma mocidade.

Carlos Cebolo



segunda-feira, 25 de junho de 2018



PRESENTE PASSADO

Passo a passo, a lembrança da vida!...
Retractos daquele velho passado,
Água morrente no seu cantar,
Recordando essa coisa querida
Perdida no desejo guardado,
Entre motes que querem ficar.

Não chames mais pela água passada
Que não responde ao triste cantar,
De quem ama verdadeiramente.
Margens soltas de uma madrugada,
Na descrença de um triste rezar
Que a própria natureza consente.

Fotos perseguem todo o passado,
Numa transformação inconstante,
Como a água passada que não volta
Àquele campo que já foi regado,
Na anterior passagem da água corrente,
Mesmo sentindo tão vil revolta.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 18 de junho de 2018



ECO DA SOLIDÃO

No deserto da vida a solidão,
Desse saber viver sem estar só,
Neste mundo aberto em confusão,
Toda a beleza se transforma em pó
Nessa certeza de ocasião.

É vasto o Mundo nessa existência,
Puros sonhos que a beleza povoam,
Imagens, concepções dessa essência,
Por onde soltas asas revoam,
Naquela aparente inocência.

Sem firmeza no fraco interior,
No mundo que aos poucos desabou,
Perde a crença no bom criador
E a esperança que em si mesmo criou,
Sem esquecer toda aquela dor.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 13 de junho de 2018



CHORO DE ÁGUA

Naquela serra cheia de arvoredo,
Cai fria uma água límpida da fonte,
Água corrente que cai no fraguedo,
Em espuma branca que cobre aquele monte.

Lágrimas da Huíla que se misturam,
Em forma de gota que a terra molha,
Por entre os sons e mesinhas que curam.
As maleitas de quem, para elas olha.

O chorinho de água fria corrente,
Que a serra liberta no seu prazer,
São lágrimas que este meu corpo sente
Secar num sofrer, sem nada fazer.

Carlos Cebolo



segunda-feira, 11 de junho de 2018




ESPAÇO FINITO DE PERFEIÇÃO

No limitar aquele espaço finito de perfeição,
No formar o manto de formosura da Natureza,
Ouve-se do rio, o eco daquela voz da criação,
Eloquentes sentidos esculpidos com toda a certeza.

Serpenteia o Lima, lavando as margens da maldição,
Rodeando a capela com toda a sua fragilidade,
Lembrando as lendas deste povo com sua devoção,
Por não ser cidade, vila ou aldeia, não tem idade.

Grande Tejo, profundo Douro, rios embandeirados,
Este Lima com alma que inspira toda a sua gente,
Em busca de aventura, banha os corpos enamorados.

Por essas piscinas naturais que formam suas margens,
Sem se ser letrado, canta-se e escreve-se o que se sente,
Com todo o deslumbre sentido por tão belas paisagens.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/




quarta-feira, 6 de junho de 2018



O NADA TAMBÉM EXISTE

Pétala sem cor, desprendida e revolta,
Naquele pequenino instante que existe,
Com esta vida sem vida completa,
Também é ser, esse ser que não volta
E o sonho, por ser sonho é sempre triste
Como a tristeza é o sentir do poeta.

Assim serei, sonhador indeciso
E o vento orador, falando de mim,
Entre aromas, roseirais e seus espinhos,
Eu chorarei, sempre que for preciso
Soprar as cinzas mortas do jardim
Desse teu peito, colhendo carinhos.

A primaveril noite com o seu frio,
Alimenta as ondas de um mar crescente,
Sem ver o fundo no seu naufragar.
O meu sonho, metido num navio,
Percorre o teu corpo, assim inconsciente,
Sorvendo os teus seios com o meu beijar.

Depois, todo o amor é assim perfeito,
Como lisa é a praia na ondulação,
Apesar de escuro esse mar profundo,
Tudo se transforma e vive a preceito,
Como perfeita é a lavra de um vulcão,
Que aquece as entranhas do nosso mundo.

Carlos Cebolo