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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 27 de março de 2013



AGULHEIRO DOS MARES

Branco lírio que te perdeste,
Neste teu mundo encantado.

Cor com que a felicidade se veste,
No doce encontro com seu amado.

Véu esvoaçante no orgulho da magia,
Que a coroa de Neptuno ornamentou,
No longo momento da sua ousadia,
Quando a Nereu, Anfitrite roubou.

Rosa branca de véu imaculado,
Do seu seio sorveu o doce néctar,
De um amor que se quis abençoado,
Por Apolo no seu eterno cavalgar.

Recordo as Nereidas do alto mar,
Ninfas belas que se fizeram musas,
Dos poetas que souberam amar.

Este povo que se fez aventureiro,
Nas caravelas das gentes lusas,
Que do próprio mar, foi agulheiro.

Aquele bravo povo ilustre lusitano,
Que de terras de Santa Maria surgiu,
Vencendo o terror do Neptuno tirano,
Levou novas ao Mundo que descobriu.

Júpiter inconformado com tal ousadia,
Ao inferno e a Plutão ordenou punir,
Com doenças e toda a maligna magia,
Aquele povo que ousou o mar unir.

Branco lírio que te perdeste,
Neste teu Mundo encantado.

Novas portas ao Mundo abriste,
E por Vénus também foste amado.

Carlos Cebolo




terça-feira, 26 de março de 2013



MAR ETERNO

Mar!...
Ó mar eterno presente,
Nestes nossos sonhos encantados.
Foste feito para cantar,
A triste dor que o Mundo sente,
Dos poetas enamorados.
Fina-flor de espuma branca,
Castelo de alga marinha,
Que a minha boca, na tua alcança,
O sabor que a alma adivinha.
No amanhecer de puras delícias,
Encontradas no corpo teu,
Toco a imaginação com malícias,
Activo o fogo que não ardeu.
Mar!...
Ó mar eterno sonhador!...
No teu constante gemer sentido,
Cheiro-te em tons de canção,
A doce essência que procuro amar,
Na loucura da minha dor.
Neste tempo incerto sofrido,
Toco a magia da ilusão,
Do amor que quero alcançar.

Carlos Cebolo

segunda-feira, 25 de março de 2013




MUNDO IMPERFEITO QUE ME CRIASTE

Mundo imperfeito que me criaste,
Com ilusões de estrela brilhante,
Só coisas loucas em mim colaste,
E deixaste para outros o importante.
Por muito que queira sonhar,
E sentir o tempo que ecoa;
Ele teima em fugir do meu olhar,
Lembrando que a idade não perdoa.
Palavras perdidas na noite nua,
Sem norte no silêncio da distância,
Percorrem caminhos à luz da lua,
Procurando ganhar a confiança.
Escrevo em linhas tortas sem métrica,
Rimas que a própria vida consente,
Confundindo com letras a aritmética,
Da vida que quero sempre presente.
Da mente nascem versos que abraçam,
Todo o solitário e sofrido coração,
Sempre soprados com grande emoção,
Por desejos secretos que desgraçam.
És corpo e alma que não posso beijar,
Na grande magia do amor ausente,
Que a minha pobre alma à noite sente,
Quando te quer e não te pode tocar.
Crio ilusões desconhecidas,
Tento aos poemas dar voz,
Com toques e dores sentidas,
Que lembra um sentimento feroz.
Mundo imperfeito que me criaste,
Assim romântico mas não sonhador,
Em outros tempos também amaste,
Um pobre coração com muito amor.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 22 de março de 2013


  
 CORPO E ALMA

O encanto da noite fascina!...
O vulto deambula na neblina.

Procura a sua gémea alma,
No silêncio da noite calma.

O reencontro sempre esperado,
Do seu corpo com outra alma,
No salão ardente e abençoado,
Daquele paraíso que os acalma.

Sente o desejo ardente chegar!...
Toca o odor de pétalas rosadas,
Mergulha nas ondas rasgadas,
Do doce cheiro para além do mar.

Rasga as vestes do tormento,
Em letras lidas que lhes ensina,
Amar a eterna dor do sofrimento.

Ouvem-se lágrimas que gritam,
No interior do corpo ondulado,
Onde os suaves ventos se agitam,
Compondo o momento esperado.

Lábios surdos num traço sem rumo,
Em memórias de gestos mudos,
De um vulcão ardente sem fumo.

Almas sem corpo que se desnudam,
Em ecos coloridos de outros mundos,
Na paixão dos corpos que saúdam.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 20 de março de 2013



PRIMAVERA

Flor!...
Pétala aberta e colorida,
Arco-íris da natureza
Com todo o seu primor.
Flora verdejante e sentida,
Que ao Mundo traz firmeza,
Com a primavera e o seu amor.
Chilreiam os pássaros na alegria,
De nova vida poder criar,
Na estação da bela magia,
Que ao Mundo propõe amar.
Casais de namorados animados,
Espalhados por todo o lado,
A coberto da erva colorida,
Vêem o futuro em tons dourados.
O rei sol fica enamorado,
Da terra fértil e florida,
Com uma harmonia sem idade,
Que promove a felicidade.

Carlos Cebolo

quinta-feira, 14 de março de 2013



O DESEJO DE JÚPITER

Despe-se a noite quente,
No silêncio da lua,
Com traços de loucura.

Corpo de mulher ardente,
Aroma da sua pele nua,
Transmite toda a doçura.

Toques sentidos em asseio meu,
Odores que o corpo revela,
De um perfume que é só teu,
Com suave gosto a canela.

És mulher, em canto perdida,
Possuis e és possuída,
No amor que dás e sentes,
Em carinhos sempre presentes.

Ficarás para sempre retida,
Na paixão que a alma sente,
Com o calor do quente beijo.

No toque da magia sentida,
Vejo a paixão do teu desejo,
Na frescura da tua boca,
O sentir que te deixa louca.

Celeste aroma envolvente,
Desse teu corpo adocicado,
Onde o estro é libertado,
Para acordar o deus Morfeu.

Amor que a Vénus faz inveja,
Do teu corpo na noite quente,
Que Júpiter também deseja.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 13 de março de 2013



SUPERSTIÇÃO

Não gosto de preto!...
Qual a razão?
Faz-me a morte lembrar;
Ao longe ou ao perto,
É sempre escuridão,
Mesmo quando há luar!...
Superstição?
Talvez não!...
Também o 13 para uns é azar,
Para outros é confirmação.
A menina deixa de ser criança,
Vê o seu corpo mudar.
O rapaz ganha confiança
E só pensa em namorar.
Superstição!...
Descrença nas crenças,
De passar por baixo da escada,
A desculpa para as doenças,
Que aparecem do nada…
Azar!...
Sorte!...
Destino.
Acreditar!...
Aceitar a morte como desígnio divino!...
Procurar e achar a culpa,
Onde ela não existe,
Ver na superstição a desculpa,
Para o mal que persiste.
Traumas do ser humano,
Que neste Mundo se criou,
Para se incutir o medo.
A religião também se dá ao engano,
Com os pecados que formou,
Tornando o Mundo mais azedo.

Carlos Cebolo

quinta-feira, 7 de março de 2013



FILHO DO MAR

Nas ondas sinto o lamento
E o desejo de te amar.
Sou mar, solidão e profundo,
Neste trono em que me sento,
És onda que procuro alcançar
Beijando o teu cálice fecundo.
Respiro o Sol que me aquece,
Beijo a chuva que me enche,
Afago a lua que não se esquece,
Com o brilho que te preenche.
És luz sentida na harmonia,
Num espaço sempre sereno,
Com tudo o que em ti se cria
E que ao Mundo se torna eterno.
Viajo com as estrelas cadentes,
Num segundo percorro galáxias,
Com amores e paixões ardentes,
Corrigindo as tristes displasias.
Filho de um deus menor,
Deste imenso mar que alimenta,
E que provoca também horror,
Nas invernias que se lamenta.
Ondas calmas e revoltas,
Na mística do gótico ardente,
De paixões que correm soltas,
E que o próprio corpo pressente.
Sou filho do mar, solidão,
Com sonhos que perturbam a mente,
Que fazem tremer o coração,
No grande amor que sempre sente.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 6 de março de 2013


   
SEM ABRIGO

Tem a noite como lar,
As estrelas por companhia,
Uma cama de cartão ao luar,
Para esquecer o dia-a-dia.
Quase sempre almoço não tem,
Ao jantar, uma côdea de pão.
Espera o novo dia que vem,
Com tristeza e resignação.
Triste vida é a sua sina,
Sem esperanças na mudança,
A vida é que lhe ensina,
Desde o tempo de criança.
Não tem poiso onde ficar,
Estende a mão à caridade,
Sente o futuro passar,
Sem viver a mocidade.
Como nós, são humanos,
Sem sorte no nascimento,
Do Mundo trazem enganos,
No apoio ao seu tormento.
No rosto trazem a idade,
De uma vida em sofrimento,
Do seu país sem moralidade,
Que lhes nega o alimento.
São filhos de um deus menor,
Olhados com todo o desdém,
Por quem se sente maior,
Com a condição que agora tem.
Neste mundo cão sem moral,
O seu número é aumentado,
Neste nosso eterno Portugal,
Onde o pobre é maltratado.

Carlos cebolo



segunda-feira, 4 de março de 2013



AIROSA VAI MARIA

Pela rua fora sempre airosa,
Vai Maria e vai segura!...
Naquele passo firme,
Com um toque de candura
Que a torna mais formosa,
Libertando todo o charme.

Maria, mulher menina,
Olhar fixo no firmamento,
Nos lábios, um sorriso contente
Pelos piropos que a anima,
Sem revelar o pensamento
E aquilo que o corpo sente.

A alegria que a acompanha,
A alma cheia de esperança,
Naquele rosto enamorado
É beleza que não se ganha,
Mas que lhe dá confiança,
No encontro com seu amado.

Nos lábios leva um desejo,
Do amor que bem merece,
Alegria espalhada no rosto,
À espera de um doce beijo.
De tristeza ela não padece
E na vida não tem desgosto.

Lá vai Maria pela tarde fora,
Com o amor no pensamento,
Vai alegre e bem formosa.
Na magia do encantamento,
Com o segredo de outrora,
No peito uma linda rosa.

Doce alma, forte coração,
Sem temer a vil inveja,
Indo onde pode chegar,
Deixa longe a solidão.
Faz aquilo que deseja
E o Mundo procura amar.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 1 de março de 2013


      
   MENDIGO

Na vida nada tenho pra dar;
Ando a mendigar pela cidade,
No silencio da noite sonhar,
Olhando pra bela mocidade.

Tenho na lua o quente manto,
À luz das estrelas sempre durmo,
Na bela noite do meu encanto,
Onde passo este meu triste turno.

Quem me dera ser como o morcego,
Que dorme sem ouvir o seu grito,
Mantendo na vida o seu sossego.

Estar para sempre a mendigar,
Espero olhar para o infinito,
Ver o verme da morte a passar.

Carlos Cebolo