Acerca de mim

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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

terça-feira, 31 de dezembro de 2019



PASSAGEM DO ANO

Um outro ano já gasto,
Uma voz desafinada,
Passagem que deixa rasto,
Um olhar feito de nada,
Um corpo, uma memória,
Esse tempo que devora.

Último dia do ano.
Primeiro de uma vida,
Mas tudo é desengano,
A tristeza e alegria
No momento da passagem,
Não se pensa na viagem.

E Tudo corre a preceito,
As memórias ordenadas
E este tempo a seu jeito,
Com as vidas desgastadas,
O Ser é mais solitário,
Neste mundo ao contrário.

E assim se passou o ano,
À velocidade da luz,
Foi rápido o desengano.
Por cá nada me seduz
E o familiar que já morreu,
Por cá também padeceu.

Celebra-se a alegria,
Entre luzes e foguetes
Escrevendo em poesia
Ao mundo deixa lembretes
Escondendo a realidade,
Fingindo felicidade.

Carlos Cebolo



sexta-feira, 27 de dezembro de 2019



SEM FALAR, FICAM SILÊNCIOS

Leva-me longe este silêncio atroz,
Na cegueira de angústias e revoltas,
Erguendo bem alto esta minha voz,
Entre esse silêncio de vozes soltas.

De braços cruzados e sem pensar,
Fica inerte esse espírito profundo,
Como fica o silêncio por não falar,
Escondido e triste num outro mundo.

Será o sonho maior que a imensa dor,
Esperar a beleza onde ela não existe,
Que assim confunde tudo ao seu redor,
Alimentando essa alma sempre triste?

Todo o silêncio é pronúncio de dor,
Escondido nas agruras da vida,
Perturbado na emoção de um amor,
Nessa emoção de uma vida perdida.

Levanta-se uma pedra sem ter nome,
Chamamos-lhe amor com toda a emoção
E procurando saciar a nossa fome,
De um triste amor, se aceita essa canção.

No silêncio, ficam palavras ditas,
Só ouvidas por quem presta atenção
E nem tudo aquilo em que acreditas,
Servirá de consolo e oração.

Carlos Cebolo



terça-feira, 24 de dezembro de 2019



NATAL

Natal… Supostamente Neva,
Neva, mas não em todo o lado,
O mesmo sentir se conserva,
Sem a neve e sem chão gelado.

Há lugares onde só há calor,
Mas o Natal é de verdade,
Por lá também existe amor,
Esse amor que deixa saudade.

Sem neve, terá sua graça,
Digo porque por lá passei
E na janela sem vidraça,
Nessa noite também orei.

Pelo menino Jesus chamei,
Com essa força da minha mente,
Na alegria também chorei
E por lá deixei a semente.

A semente desse Natal,
Branco de neve e clima frio,
Naquele verde do matagal,
Nascer é sempre um desafio.

Carlos Cebolo




segunda-feira, 23 de dezembro de 2019



SERÁ NATAL

A manhã nasceu amorfa e cinzenta,
Dias incertos de um inverno agreste,
Por onde a luz universal se ausenta,
E a natureza, da beleza se despe.

Nesse sentir, sem sentir o que existe,
Os dias de lucidez natural,
Formam a ilusão de um ambiente triste,
No erro de quem criou o Natal.

Sendo a verdade apenas uma opinião,
Tudo será orgulho e inconsciência,
E o Natal, somente uma condição.

Será Natal todo o acontecimento,
Sentido e revisto na consciência,
Naquela alegria de um nascimento.

Carlos Cebolo



quinta-feira, 19 de dezembro de 2019



NA DISTANCIA

Corpos unidos na solidão,
Tão bela e tão pura
Como pura é a madrugada
Antes do Sol raiar.
Acende-se a luz da Aurora
E o dia aparece com emoção
Eliminando a noite escura
E toda a vida adiada,
Sem aquela forma de amar.
Água corrente do teu olhar,
Mar salgado do meu desejo,
Banhado na noite bela,
Sorvendo o calor do beijo,
Com o meu corpo colado ao dela.
Eras tão bela e pura,
Como a estrela da manhã
Naquela noite escura.
Serás sempre a namorada
De quem por ti chora
E que estando longe padece.
Desse jeito, ainda te namora,
Ficando a noite adiada
Nessa Aurora que amanhece.
E tudo se transforma em luar,
Na volúpia da nossa união
E aquela tua forma de amar
Arrebata-me o coração.
Nem a distância nos separa
E o grande amor nos aproxima,
Como feitiço que se agarra
Numa prece à Senhora da Muxima.
Serás sempre bela na tua pureza
E os sonhos constantes sentidos
Será o nosso amor na incerteza
De todos os segredos escondidos.
Um dia!... Quem sabe…
E o pano da noite se abre.

Carlos Cebolo



quarta-feira, 18 de dezembro de 2019



MURMÚRIOS DO TEMPO

Se te disser que és linda amor!
Que esse teu brilho me ilumina,
Do teu corpo tiro o fervor,
Desde o tempo que eras menina,
Estacarei a tua dor.

Lamentos com gotas salgadas,
Lágrimas lentas do teu olhar,
Nas horas tristes desgastadas,
Que este tempo deixou passar,
Com essa felicidade adiada.

No infinito dessa pureza,
O eco faz o silencio da alma,
Com o teu sorriso da certeza,
Entre sonhos que nos acalma,
Mostra essa tua natureza.

Murmúrios do tempo passado,
Na frescura da juventude,
Com esse desejo traçado,
Todo o sentir dessa virtude
Que na tua alma esta guardado.

Assim, levemente batendo,
Como esta chuva no telhado,
Está o coração sofrendo,
Com o delírio de ser desejado,
Entre o tempo que vai correndo.

Carlos Cebolo



segunda-feira, 16 de dezembro de 2019



ONDE NÃO HÁ SOL

E de mim, oiço os meus tormentos,
O medo escondido na escuridão,
Sem sol, sem flores e sem o mar,
Sem guardar os meus sentimentos,
No côncavo da vida a solidão
Que naquele lado teima em ficar.
Não! Para lá não quero eu ir,
As belas estações não rodam,
As flores, sem pétalas floridas
De uma vida que deixou de sorrir,
Como as almas que por lá andam,
Se sentem constantemente perdidas.
Sem ter memória deste sonho,
Sempre cinzento e de tédio extremo,
Onde só as sombras murmuram,
Naquele negrume medonho,
Triste lugar húmido, gélido e ermo,
Não! Só mesmo os doidos o procuram.
Eu, nesta minha lucidez,
Amando tudo o que me seduz,
Faço da minha vontade lei
E fugindo dessa embriaguez,
Procuro os caminhos da luz
E por lá farei, como aqui entrei.

 Carlos Cebolo


sexta-feira, 13 de dezembro de 2019



VOAM AO VENTO COISAS OCAS

Voam ao vento coisas ocas,
De um passado já caído.
São desgosto de outras bocas,
Sem fazer qualquer sentido.

São insónias que aparecem,
Sem um aviso presente,
Tormentos que não se esquecem
Porque nada fica ausente.

Caminhos oblíquos esquecidos,
Talhados sempre a rigor,
São frutos empobrecidos,
Daquele forte e grande amor.

Algo que nos faz sonhar,
Por anos e anos afio,
São tristezas de um pensar,
Corolário de um desafio.

Ao meu encontro, só névoa,
Com seus gemidos calados
E o tempo que no espaço ecoa,
Leva os segredos guardados.

Penso em ti, terra vermelha,
Tanto sangue derramado,
Na maldade que o tempo espelha,
Fez do amigo, um mal-amado.

Passa o tempo e a realidade,
Não se faz a despedida
E essa imagem da verdade,
No tempo ficou esquecida.

Carlos Cebolo


quinta-feira, 12 de dezembro de 2019




TUDO É PENSAMENTO

Por vezes é enorme meu pensamento,
Visto de fora, parece alegria,
De quem, tem por pouco, o sentimento,
Com emoções e pura demagogia.

Sou, neste meu dentro, um sentimental,
Medindo tudo com o meu pensamento.
Sofrer não é meu destino final
E tudo é vivido em movimento.

O movimento que comanda a vida,
Esse querer e sentir a felicidade,
Neste passar do tempo já perdida,
Lembrando toda aquela mocidade.

Mas a mocidade não foi perdida,
Foi vivida com grande intensidade.
Foi meta daquela triste partida,
Para atingir esta terceira idade.

E por aqui, onde me encontro actualmente,
Com todo o vigor de uma vida sadia,
Sinto aquela mocidade presente
E a frescura de tão bela magia.

Carlos Cebolo



quarta-feira, 11 de dezembro de 2019



AO SABOR DO TEMPO

E o rio vai arrastando as suas águas,
Fraca corrente que o vento amainou,
Tocou-me o teu chorar, as tuas mágoas,
Caminhos trocados por onde andou.

Naquelas horas extensas sem norte,
Procurando um lugar, outro conforto
Divergente no sentido da sorte
Que faça esquecer seu passado morto.

E a vida prossegue seu rumo e som,
Com olhar dorido de um sonho pisado,
De um destino com seu terrível dom
Traçado sempre, com o destino adiado.

Vai transportando ao vento as suas mágoas,
Sem lamento de um arco-íris sem cor,
Como o rio que arrasta suas águas,
Vai deixando no tempo, o seu sabor.

Carlos Cebolo


terça-feira, 10 de dezembro de 2019



NADA É NOVO

No jardim celeste da imaginação,
Neste cantar de todas as emoções,
Colho flores no inverno e no verão,
Arrebato esses tristes corações.

Nem tudo pode ser pior que nada,
As emoções que aos poucos desaparecem,
Nesse sentir de alma desamparada,
São como flores que tarde florescem.

Nesse passar, a alegria se retira,
Deixando a dor exposta no seu peito,
Com ilusões, promessa e mentira,
Promovem a mudança a seu jeito.

E o jardim que ficou na imaginação,
Ficou árido e desapareceu,
Deixando seco sem ter emoção,
O coração que nela se perdeu.

E essa imaginação segue adiante,
Sem ter essa felicidade criada
E novamente se ergue triunfante,
Com nova oportunidade criada.

Carlos Cebolo



segunda-feira, 9 de dezembro de 2019




NO ENCANTO DA NOITE

No encanto da noite, a maresia,
Passo a passo com seu encanto,
Nem tudo isso é poesia,
Nem tudo provoca o meu pranto.
E antes do sol nascer,
Com o abrir dessa janela,
Meus olhos procuram ver,
O brilho dos olhos dela.
E se a isso chamo encanto,
O que será do seu beijar,
Poisado nos lábios meus?
No conforto desse recanto,
Lá fora brilha o luar
E a escuridão se escondeu,
Com vergonha desse amar,
Coberto por finos véus
E por lá permaneceu.

No encanto da noite, a maresia,
Fresca como a água nascente
E se tudo isto é poesia,
Não é dor o que o poeta sente.
Será antes alegria,
De um viver sem solidão,
Com toda essa magia
Que aconchega o coração.
A noite traz emoções,
Sentidas com o sonhar,
Ao acordar, só ilusões
Que a vida tem para dar.
Salva-se o doce beijo,
De um amor assim profundo,
Sentido no acordar,
Guardado num outro mundo,
Onde ficou o desejo.

Carlos Cebolo


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019




EM OUTROS TEMPOS

Em outros tempos ainda presentes,
Plantei flores em chão vermelho barrento,
Roseiras, cravos e outras sementes,
A descoberto, tão expostas ao vento
Que floriam sem mágoas e desgosto,
Iluminando esse teu belo rosto.

Trazia no sangue o sinal ardente,
Aquele sinal da eterna mocidade
E tudo o que fazia era diferente,
Como diferente é essa moralidade
Que seca as flores desse meu jardim,
Secando o sangue que vivia em mim.

As flores, sem o pecado original,
Que fez do Paraíso, terra selvagem,
Fazia desse amor puro e carnal,
Um aroma suave da própria paisagem
E em ti, o encanto da natureza,
Produzia toda a tua beleza.

E cinzento, tudo ficou tão triste,
Sem as cores as belas flores murcharam
E aquele Paraíso que já não existe,
Assim como as flores que por lá ficaram,
Perderam aquela alegria de viver.
Por lá, não mais voltaram a florescer.

Carlos Cebolo


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019



PEÇO-TE UM SORRISO

Peço-te um sorriso!
Apenas um sorriso
E nada disso custa.
Sei que existe alegria
Nessa forma de sorrir
E nada disso assusta.
Tudo parece magia
Este mundo inconstante
E em ti procuro o sorrir,
Aquele sorrir contagiante,
A tua forma de sentir.

A alegria do teu sorrir
Que brilha nos olhos meus,
É um rio corrente
Com emoções a surgir
Nos lindos lábios teus.
Nada mais existe
E assim de repente
Formula-se o desejo
Selado no nosso beijo.

Ouvem-se gaivotas no ar
E essa névoa a subir,
Deixando ver o mar.
O mar do nosso encanto,
Lágrimas soltas do teu pranto
Que no meu peito se ajusta
E isso, nada custa,
A não ser o segredo
Guardado na nossa alma,
Como simples bruxedo
Num feitiço que acalma.

Peço-te um sorriso!
Apenas um sorriso.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019




LAR DE PAPELÃO

Minha flor, sem haste e corola,
Mapa imaginário da idade,
Transporto ideias na sacola,
Com raízes da mocidade.

Relógio que o tempo não pára,
Como não pára a nossa inocência,
Retratos de uma vida rara,
Nesta vida com a sua ausência.

E tudo isto nos lembra a história,
História contada da gente,
São ecos da nossa memória,
Memórias que ao povo não mente.

Dogmas criam o seu evangelho,
Brilhantes como o diamante,
Nesta vida não se olha ao espelho
E tudo fica como dantes.

Sons tocantes de um violino,
Que soa noutra dimensão,
À força traça este destino,
Lar criados em papelão.

O corpo que de mal padeça,
Sabe que não será eterno
E numa simples dor de cabeça,
Transforma a vida num inferno.

E a flor que ainda não viveu,
Sem esse seu tempo imaginário,
Guarda o bilhete para o céu,
Marcado no seu calendário.

Carlos Cebolo




terça-feira, 3 de dezembro de 2019



O AMOR FOI COM O VENTO

E contigo quero estar,
Sem ficar comprometido,
Fixo-me no teu olhar,
Naquele desejo escondido.

E sem dar a perceber,
O segredo do teu olhar,
Deixo esse tempo correr,
Saboreando o teu beijar.

E sem te comprometer,
Guardando o nosso segredo,
Passo por ti sem te ver,
A caminho do meu degredo.

Levo-te no pensamento,
Sem sentir o gosto teu,
Meu amor foi com o vento
E por ti, ele se perdeu.

Quando te voltar a encontrar,
Se for esse o teu desejo,
Com emoção, te vou abraçar
E guardar teu doce beijo.

Carlos Cebolo




segunda-feira, 2 de dezembro de 2019



MAR

Todo o seu esbelto corpo é feito de água,
Sal da vida que mantém a eternidade,
Depois dessa inquietação chega a mágoa,
Que se acentua com o avançar da idade.

Aclama por amor a maré cheia,
Que nem sempre esse alguém a satisfaz,
Com as suas ondas a bater na areia,
Sente que todo o fervor se desfaz.

O mar fortifica essa ondulação
Que mais forte se levanta outra vez,
Desmaiando em nova arrebentação,
Sem esse amor que nunca o satisfez.

Também assim, toda a mulher se agita,
Com todo o acto insano e teatral,
Dessa ilusão criada em que acredita,
Com esses desígnios do mapa Astral.

E a esse mar, a mulher se compara,
No afogar das mágoas a certeza
Que este tempo voa e não para,
Mas acentua a sua beleza.

Carlos Cebolo




sexta-feira, 29 de novembro de 2019



NÃO SE APAGARÁ A SAUDADE

E sempre vencerá a saudade,
Não a que sinto fisicamente,
Mas aquela da velha mocidade,
Que se perdeu assim de repente,
Com este avanço da nossa idade.

Segundos dessa minha ilusão,
Vivos nesse tempo que corre,
Transmite-me uma outra sensação,
Na memória que fica e não morre,
Ferida por toda essa emoção.

No real viver, procuro fugir
Desses meus sonhos atormentados.
Que perdidos no tempo vão surgir,
Depois de juntar, todos os bocados,
O eco passado se fará ouvir.

Voa o tempo no seu infinito,
A saudade não se apagará
E tudo quilo em que eu acredito,
Nesta memória se fixará
E no Universo ficará escrito.

Carlos Cebolo







quinta-feira, 28 de novembro de 2019




APENAS SONHO

Minha alma madruga só!
O corpo permanece ainda adormecido,
Entre os lençóis esquecido,
Num gemer que mete dó,
Na lembrança do pensamento escondido.

Lembrança do que foi meu,
Entre delírios deste meu desconforto,
Daquele passado já morto,
Recorda esse beijo teu
Que nunca foi dado, nem sequer suposto.

Mas no sonho foi assim!...
Tão gostoso como se fosse verdade,
Sentido nessa igualdade
No querer, ser igual a mim,
No fervor da já passada mocidade.

Carlos Cebolo