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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sábado, 29 de junho de 2013



MISCIGENAÇÃO

Que alquimia perfeita foi esta,
Na formação da raça sem par,
De corpos e almas em festa,
No ritmo e forma de dançar?
Esta miscigenação perfeita,
Na alegria que o Mundo sente,
Com a beleza que se aceita,
Na perfeição de tal semente.
Sangue português plantado,
Na ânsia da sua procura,
Com o crioulo misturado,
Formaram esta loucura.
Não foi ouro, a transformação,
Da obra feita com destreza,
Que faz acelerar o coração,
Ao contemplar, tal beleza.
Foi na cor da boa doçura,
No chocolate, a sua certeza,
Com os toques de ternura,
Que confirmam tal beleza.
Mulata de sangue quente,
Com ternura no seu olhar,
Na alma, o amor presente,
Nos lábios, o verbo amar.


Carlos Cebolo

terça-feira, 25 de junho de 2013



MADRE TERESA

Teu nome Teresa!...
Chamado com alegria,
Acaba com a tristeza,
Que no Mundo se cria.
Teu nome Teresa!...
É lembrado na caridade,
Onde existe tristeza,
Neste Mundo da verdade.
Teu nome Teresa!...
Sinónimo de santidade,
Num Mundo sem riqueza,
É esperança na eternidade.
Teu nome Teresa!...
Sentido nas boas emoções,
Mostraste com clareza,
Sossegar os pobres corações.
Nome santo, peregrina,
Na diáspora da vida sentida,
Desde o tempo de menina,
Até ao dia da triste partida.
Teu nome Teresa!...
Mãe perfeita da humanidade,
Com amor combateste a pobreza,
Neste Mundo sem fraternidade,
Com o nome de Santa Teresa.
Foste Santa de grande amor,
Neste Mundo de maldade,
Proclamando com fervor,
Gritando por liberdade.
Em Calcutá, viste a aflição,
Da desgraça que ninguém via,
Antes de estenderes a mão,
Ao moribundo que partia.
Comparado com Santa Maria,
Também afagaste a tristeza,
E aquilo que o povo queria,
Era chamar-te de Santa Teresa.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 24 de junho de 2013

           
         PARTILHA

Quando se tem o dom da partilha,
Não olhando o quê, nem a quem,
O Mundo se torna na maravilha,
De quem partilha, aqui e além.
Quando se faz do dar, a alegria,
Dando sem esperar algo de volta,
Vive a vida na própria fantasia,
Em contraste de uma vida revolta.
Ajudar quem mais necessita,
Sem ficar à espera de ouvir pedir,
Só pratica o bem em que acredita,
Sem alarme e sempre a sorrir.
Se não se pode ajudar, dando,
Um bem de consumo material,
Dá o que tens de precioso, amando!
Mesmo que seja a um animal.
O dar apenas, é gratificante,
Quando dado com grande amor,
Fazer da dádiva o teu garante,
Para minimizar tão grande dor.
Dá o que podes com a mão fechada,
Não deves fazer do dar, vitoria,
Quem recebe fica sempre agraciada
E a tua acção, a tua grande glória.
Mesmo que sejas o único a saber,
Do grande bem que fizeste antes,
Só ganhas e nada tens a perder,
Com tais gestos, tão elegantes.

Carlos Cebolo



sábado, 22 de junho de 2013




ÁGUA PURA E CRISTALINA

Água pura e cristalina,
Que na natureza corres solta,
Como te invejo na tua adrenalina,
De um caminhar sem ter volta.
Corres e saltas em direcção ao mar,
Refrescas os lábios do meu amor,
Ao beber-te procuro saborear,
E sentir em ti, o gosto do seu sabor.
Como gostaria de ser a pura água,
Que nos teus lábios vai poisar,
E lavar em ti a minha mágoa,
No momento de te abraçar.
Saciar a sede de quem ama,
Banhar teu corpo com doçura,
No calor da ardente chama,
Apagar o fogo da minha loucura.
Água pura e cristalina,
Que da natureza se solta,
Refrescas a planta que germina,
Com o Sol forte à sua volta.
Também refrescas o meu amor,
Com toda a tua leveza,
Lavas as feridas, tiras a dor,
Das almas, na sua impureza.
Nascente pura de belo prazer,
Onde o meu amor te vai buscar,
Com o teu suave toque adormecer,
 E o seu belo corpo refrescar.
Água pura que a cede podes matar,
Que refrescas o meu pobre coração,
Leva-me contigo sem condição,
Para os lábios do meu amor beijar.


Carlos Cebolo

quarta-feira, 19 de junho de 2013

  
  AMOR-PERFEITO

Amor-perfeito do meu sertão,
Pétala a pétala que em ti se sente,
No teu florir, largas a semente
Que mantém viva a floração,
Do verde prado na primavera,
Com toda a vida que se espera.

Amor-perfeito que se procura,
Na incerteza criada na mente,
O desgosto que a beleza sente
Com toda a sua doce ternura,
Na procura uma nova floração,
Que mude toda a triste situação.

Amor-perfeito da minha alegria,
Flor mimosa da natural criação,
Frágil na perfeita construção
Que com a tua aparente mestria,
Mostras a beleza que se sente,
Nos estames da pequena semente.

Amor-perfeito da minha tristeza,
O aroma em perfeitas conjugações,
Amolece o mais rijo dos corações…
E mostra que em ti há uma certeza,
Na resposta da natureza que espera,
O início da nova e feliz primavera.

Carlos Cebolo








terça-feira, 18 de junho de 2013

ROSA

        

            ROSA

No belo recanto do meu jardim,
Com perícia, a linda semente plantei
E com lágrimas da alma logo reguei,
Com o amor que havia em mim.
Pranteia -a junto ao lindo jasmim,
Onde o quente Sol batia suavemente,
Com medo de magoar, a linda semente.

Da semente nasceu uma linda flor,
A quem logo, dei o nome de Rosa.
A bela flor cresceu sempre mimosa!
E trouxe com ela tão grande amor,
Que inundou o meu jardim de calor.
Beijei suas lindas pétalas suavemente
E guardo ainda hoje, o gosto na mente.

Com a amizade pura do seu coração,
É amiga que trato com muito carinho,
Na amizade duradoura que adivinho,
No amor que dá, sem outra condição.
Aqui procuro chamar a sua atenção,
Fazer ver que estou sempre presente,
Na tristeza ou alegria que o corpo sente.

Sei que com ela, posso sempre contar!
Suas pétalas não me deixam esmorecer
E a sua amizade aqui procuro merecer.
Junto ao meu coração sempre guardar,
A enorme amizade que me quis dar
E mesmo com a distância que se sente,
Ficarei com ela, sempre na minha mente.

Carlos Cebolo








VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Crime hediondo!
Comportamento desumano!
Atitude imoral!
Feito sem estrondo,
Mas que provoca grande dano,
Na vida de um casal.
É triste viver assim!...
Neste mundo de Deus esquecido.
Umas, à vida põem fim!
Outras reclamam o ter nascido.
Vida ingrata que se cria,
Numa aparente felicidade adiada,
A felicidade que se merecia,
Numa vida a dois partilhada.
O Futuro incerto apressa a partida,
De uma jovem em perturbação,
Que não aceita o seu modo de vida,
E não vê outra solução.
No sentir de uma delicadeza,
A mulher que procura amor,
Tem no futuro a incerteza,
Que no seu corpo, causa a dor.
Violência que se condena,
Numa lei, em papel escrito,
Uma condenação de fraca pena,
Que faz do agressor proscrito.
Promessas de felicidade adiada,
Na pequenez do sentimental desvio,
Que maltrata a mulher desejada,
No ciúme de um amor doentio.
O porquê de causar tanta dor,
Num aparente destino infiel,
Quando se procura o amor,
Com comportamento tão cruel?
Homem que é homem, dá amor!
Nunca agride a companheira,
Nem provoca o que lhe causa a dor,
Nem mesmo por brincadeira.
A confiança que se deposita,
Na união que a dois se escolheu,
É no amor que se acredita,
Mostrar que ele não esmoreceu.
Quem agride a sua mulher,
E pensa o triste ditado aplicado,
Brigas de casal, não metas a colher,
Deve ser sempre denunciado.
Não se aceita o comportamento odiado,
De um ciúme, no pensamento vivido,
De quem se encontra perturbado,
Por um amor, há muito perdido.

Carlos Cebolo








RETRATOS DE UMA VIDA

Nuvem passageira da minha solidão,
Que na incerteza da noite frígida,
A tua presença arrefece a emoção,
Da felicidade há muito esmorecida.

Contra ventos fortes e vendavais,
Com o cheiro de mistério no ar,
De encontros nem sempre reais,
Da irrealidade que se quer agarrar.

Entre brincadeiras, risos e mistério,
Deixar escapar um amor escondido,
Na passagem de algo não muito sério,
Na partilha com um grande amigo.

O amor distante será sempre esperado,
No Calor que o corpo na ausência sente,
Do contacto do corpo do eterno amado.

Para sempre, a verdade do amor esperado,
Numa união fraterna que a mente consente,
Na aberta brecha do esperado pecado.

Fruto vadio duma imaginação quente,
Que leva a alma ao momento desesperado,
Com o pensamento que não lhe sai da mente,
Sabendo que certo está, o pecado adiado.

Que sina, de quem é atraído tanto assim!...
O desejo de um contacto físico carnal,
Que à própria alma transmite o seu sim,
Em querer e esperar, o desejado sinal.

Apenas tesão no pensamento plantado,
Que de um sorrido aberto e decente,
Procura encontrar o convite desejado,
Do desejado sexo, sempre presente.

Querer, quer, mas não pode gostar,
Nos tramas que o forte destino tece.
A atracção que sente, não pode desejar,
E desse terrível destino, agora padece.

Fica o futuro presente, assim desenhado,
Com poucas esperanças de concretização,
De uma aventura, pelo corpo desejado,
Como prémio que sirva de consolação.



Carlos Cebolo







VIDA DE POETA

Sol, terra,
Ar e mar,
Tudo o que se espera,
No querer ir e voltar.

Sombra escondida do nada,
Perfeição constante esquecida,
Na esperança que se aguarda,
No Mundo de uma vida adiada.

A vida quase que esquecida,
Dos amores secretos guardados,
Sol de uma vida esmorecida,
Em encontros sempre esperados.

No paraíso de todos os sonhos,
Respirar o ar gélido da geada,
Naquele mar de destinos medonhos,
Fruto da felicidade esperançada.

No calor que do Sol se sente,
Na terra que nos foi emprestada,
Novos ares da própria mente,
Na emoção do mar partilhada.

Amores fugidos da realidade,
Na verdade da mente, o sossego,
Da vida esperada na moralidade,
Ter o bom fim, como aconchego.

Saber que tudo passa rapidamente,
No imperfeito Mundo de passagem,
No refugio da escrita, a semente
Do incerto futuro a homenagem.

No tributo do vassalo, a coragem,
Do imperfeito sedutor que existe,
No poeta que está de passagem,
De coração ferido, sempre triste.

Fingir não amar, por ser mentira,
Finge a todo o custo, o presente,
Do amor sentido que se retira,
No sofrimento da própria mente.

Amor proibido que o consome,
No trama da vida que consente,
A insónia da noite que não dorme,
No desassossego da triste mente.

Carlos Cebolo







quarta-feira, 12 de junho de 2013


QUADRAS DE Stº. ANTÓNIO

Sete diabos andam por aqui,
Com este tempo desgraçado,
Tenho o Junho que não pedi,
E fiquei com o verão estragado.

Teremos o Stº.António molhado,
Se S. Pedro não lhe deitar a mão.
Assim fica o casamento adiado,
Marcado para o próximo verão.

Vem cá, Stº. António de Lisboa,
Vem bailar e a sardinha comer,
Que São Pedro não te perdoa,
E a fria chuva te vai oferecer.

A Sardinha quer-se miudinha,
Como manda a velha tradição,
Stº. António de noite quentinha,
Só lá para o próximo verão.

Vinga-te pois ó meu santinho,
A Marcha popular a ti pertence,
Com milagre azeda o belo vinho,
Daquele velho santo povoense.

Com o chuvoso tempo descontente,
Junta-se Santo António e S. João,
A grande alegria que o povo sente,
Lisboa e Porto, partilham o coração.

Dos santos que o povo elegeu,
Santo António é o primeiro,
Com marchas abre o festejo ateu,
E espera um tempo soalheiro.


Carlos Cebolo

REFÚGIO DA INCERTEZA

Saltimbancos aos pulos desordenados,
Com ameaças e horrores infringidos,
Autênticos maltrapilhos armados,
Destruíram antigos sonhos já perdidos.

Memórias no recanto da mente escondida,
De um triste passado recente de sofrimento,
De toda aquela triste e ilustre gente esquecida,
Na política triste e inesquecível do momento.

Tristezas vividas e sofridas na própria alma,
De um povo forte e de bons sentimentos,
Que mesmo em fuga, mostrou a sua calma,
Ao deixar para trás, todos os belos momentos.

Caravana infindável de viaturas indefesas,
Fugindo de uma certa morte anunciada,
Enfrentando toda uma vida de incertezas,
Fizeram-se à estrada, numa longa caminhada.

Deixaram a bela terra onde nasceram
E onde queriam poder continuar a viver,
Naquela terra, onde amigos morreram,
E onde pensavam ver, seus filhos nascer.

Sem nada terem feito, para o destino merecer,
Pagaram com o corpo os erros do passado,
De um povo que de início foi para lá viver
E da linda terra, fizeram o seu bem legado.

Triste realidade de um povo humilde e cristão,
Que apenas desenvolveu a terra onde nasceu,
Construindo casas, ruas, cidades, uma nação,
E como paga, assistiu ao roubo do que era seu.

Carlos Cebolo




segunda-feira, 10 de junho de 2013



DIA DE PORTUGAL E DE CAMÕES

Que diabo há tão descontente,
Que se verga à triste economia,
Do Gaspar e toda a sua mestria,
Com a dor que o povo sente,
Com um coração tão fechado,
Do governante muito odiado.
Se Camões vivesse, assim seria,
O 10 de Junho comemorado!...
Bela data que o povo sentia,
Como o dia de Portugal amado.
Seria prometido a educação,
Assim como a esperada igualdade,
Acompanhava a eterna saúde,
Com a liberdade de expressão,
Formava-se a nossa nacionalidade.
Ao governante, pedia-se outra atitude.
Este tão ilustre povo Lusitano,
Que tudo em Abril conquistou,
Dá-se hoje ao terrível engano,
Do fraco político que criou.
Ser constantemente maltratado,
Numa democracia aparente,
Com todo o futuro amaldiçoado,
O ilustre povo que tudo consente.
Receber salários de miséria,
Mas na pobre lapela usar o cravo,
Símbolo de política pouco séria,
Que faz da plebe o novo escravo.
Onde te encontras ó Lusitano?
Abre os olhos e vê com atenção!
De onde vem o triste encano,
Que governa esta triste Nação.
O Político com muito dinheiro,
O povo continua a passar fome,
Para quando o momento derradeiro,
Para acabar com o que te consome?
A comunidade espalhada pelo Mundo,
Leva Portugal no seu coração,
Portugal já bateu no fundo,
E ninguém pede a tua opinião.
Quem em casa não tem pão,
É com a luta que levanta a moral,
Fazendo uma nova revolução,
Para salvar o nosso Portugal.
Chamem-na da rosa ou do cravo,
Com os militares ou só com o povo,
O povo não quer volta a ser escravo,
Nem ter um governo ditador de novo.
Se o bom Camões agora vivesse,
E visse como está a sua Nação,
Talvez de novo, logo morresse,
Mas diria com todo o coração:
“ Quem pode ser no Mundo tão quieto,
Ou quem terá tão livre o pensamento,
Quem tão exp’rimentado e tão discreto,
Tão fora, enfim, de humano entendimento
Que, ou com público efeito, ou com secreto,
Lhe não revolva e espante a sentimento,
Deixando-lhe o juízo quasi encerto,
Ver e notar no mundo o desconserto?”
Aqui deixo um pouco de Camões,
Neste dia, que já foi de Portugal,
Para o povo ver em que condições,
Vive o ilustre Lusitano, sem o social.
Tu que foste o senhor do Mundo,
Descobriste ilhas e continentes,
Desvendaste o oceano profundo,
Plantaste leis, a língua e sementes.
Tu, Povo Ilustre Lusitano,
Que sem medo cruzaste os oceanos,
Lutaste e venceste o castelhano,
Não te deixes dominar pelos enganos.
Tu, heróico povo sempre sereno,
Que também venceste o sarraceno,
A palavra de Cristo deste a conhecer,
Não de deixes agora esmorecer.
Neste dia de Portugal e de Camões,
Com a tua força podes reclamar,
Por mais nobres e justas condições
Neste recanto que criaste junto ao mar.

Carlos Cebolo





sexta-feira, 7 de junho de 2013



VIOLÊNCIA SEXUAL

És pétala de cálice profundo,
De estame fechado, amadurecido,
Que projecta a luz no Mundo,
Mesmo estando apodrecido.
Pérola negra do meu sentir,
Que o teu sorriso consente,
Nesse corpo puro e ardente,
Do Mundo que o faz ruir.
Rosa que se sente florida,
Na madrugada já esquecida,
Deste Mundo sem presente,
Com o amor sempre ausente.
Em ti se sente a sexualidade,
No sentido perverso da palavra,
Que desde a tua tenra idade,
No teu corpo foi lavrada.
Desejos sem qualquer moralidade,
Dos seres podres, sem moral,
Sem olharem à tenra idade,
Se aproveitam, plantando o mal.
Alertas com esse corpo de menina,
O crime de violência sexual,
Que na boa mente se abomina,
A triste tendência animal.
Triste fim do verdadeiro amor,
Com tal prática anormal,
Que no Mundo provoca a dor
E já causaram muito mal.
Para quando lei mais severa,
Com castigos exemplares,
A condenação que se espera,
Ao violador e seus pares.
Uma juventude perdida,
Inocência da própria idade,
Para sempre fica a ferida,
Sem sentir a sexualidade.

Carlos Cebolo



quinta-feira, 6 de junho de 2013

       

      GRAAL

Madalena o teu nome santo,
Graal invertido da salvação,
No útero do doce encanto,
Procura-se a consagração.
Cálice sedento de amor,
Pétala santa no meu pensar,
Em ti se sentiu grande dor,
Que o Mundo quis salvaguardar.
O fruto do segredo guardado,
De um Deus feito homem,
Com tudo o que daí vem,
O divino verbo amargurado.
Sente-se na alma a tua dor,
A injustiça por ser pecado,
O teu gesto de grande amor,
Contigo ficou guardado.
Se Maria o teu nome for,
Madalena o teu pecado,
Do teu fruto nasceu a flor,
Deste Mundo abençoado.
No teu graal seguro e invertido,
Foi o fruto divino guardado,
No teu ventre esteve escondido,
O fruto ainda hoje esperado.
À terra voltou para pregar,
Pelo amor morreu crucificado,
O seu amor ficou guardado,
E choraste, sozinha o pecado.
Sempre em ti, se sentiu a dor,
De um fruto amaldiçoado,
Mas nele floresceu o amor
Do bom salvador esperado.
Contigo a bem -  aventurança,
De um povo esperançado,
A descendência ficou em França,
E ainda hoje, por cá é esperado.

Carlos Cebolo




quarta-feira, 5 de junho de 2013


IR E VOLTAR

Queria abrir a janela,
E poder sair a voar,
Ir ter aos braços dela,
Ver para além do mar.

Queria as amarras romper,
Criar asas e poder voar,
Para contigo adormecer,
Mesmo juntinho do mar.

Ser pássaro livre e viver,
Cantar no teu belo sonhar,
Nos teus braços acordar,
E o teu doce beijo merecer.

Abrir esta prisão dourada,
Do meu ser atormentado,
Beijar a tua boca adorada,
E não ficar acorrentado.

Querer ser livre como o vento,
Ser a linda ave-do-paraíso,
Em ti procurar o lamento,
Sem nunca perder o juízo.

Não mais viver engaiolado,
Neste Mundo de preconceito,
Onde se vive acorrentado,
Em nome do bom preceito.

Queria ser livre e voar,
Sair da gaiola dourada,
Dar uma volta e volta,
Sempre à casa viciada.

Carlos Cebolo




DO INFERNO AO PARAÍSO

Despe-se a noite.
Na minha loucura,
No meu sonhar,
Nada que me afoite.
No inferno da minha paixão,
O medo que a carne sente,
No apertar do coração,
A loucura da nossa mente.
Não estás ao meu lado.
Procuro-te e não te vejo.
No meu acordar adiado,
O sabor do teu beijo,
Desperta a minha mente.
Libertas-me do pesadelo sonhado
E tudo o que nele se sente.
O teu corpo juntinho ao meu,
O teu beijo na boca ressequida,
Acordas o que não adormeceu,
Com aquela fantasia preferida.
No amor que dás e sentes,
Também és fortemente sentida.
O calor do teu doce beijo,
O belo sabor da tua boca!
O suave toque dos teus dedos…
No sentir do êxtase do desejo.
Naquela bela noite louca,
O esquecer dos meus medos.
O celeste aroma envolvente,
Desse teu corpo adocicado,
O suave cheiro a sexo ardente,
Que do meu estro é libertado.
Clima de paixão e ternura,
Numa perfeita conjugação,
Transporta-nos à loucura,
No momento da nossa união.
Belo paraíso presente,
Já com o sentido acordado,
Que todo o nosso corpo sente,
Com o nosso beijo selado.

Carlos Cebolo




segunda-feira, 3 de junho de 2013


FLORESCER

Sinto falta do teu olhar,
Do teu sorriso aberto,
Do teu modo de pensar.
Quero o teu toque sentir,
Neste Mundo onde desperto
E o meu corpo, ao teu unir.
Queria ser cravo no teu jardim,
Vermelho sangue do meu coração,
Trazer-te sempre ao pé de mim,
Cantar contigo uma bela canção.
Queria ser pássaro e cantar,
Um sabiá alegre no teu quintal,
Acordar contigo sempre a sonhar,
Nunca te causar qualquer mal.
Gostava de ser flor silvestre,
No teu prado poder florescer,
Com o amor que ainda não deste,
Mas que começa a amadurecer.
Teu corpo quero acariciar,
Minha língua nele percorrer,
Ter condições para te amar,
E nos teus braços adormecer.
Sentir o teu cheiro na madrugada,
Entre os lençóis de suave linho,
A todos dizer que és minha amada,
E do teu leito, fazer o meu ninho.
Dizer que te amo sem receio,
Novo caminho poder traçar,
Ter meus lábios no teu seio,
E teu corpo poder amar.
Queria ser flor a florescer,
No recanto do teu coração,
No teu colo adormecer,
Agarrado à tua mão.
Ser água fresca do teu sabor,
Teus lábios poder beijar,
Contigo fazer amor,
E teu corpo acariciar.

Carlos Cebolo



sábado, 1 de junho de 2013


TAMBÉM SEI REZAR

Senhor!...
Olha para mim…
Também sei sorrir e rezar
E também sinto dor…
Viverei sempre assim até ao fim?
Será que também posso sonhar!...
Senhor!...
Olha o meu sorriso!...
Não estou zangado contigo!...
Também quero o teu amor,
Para não perder o juízo,
E poder ser teu amigo.
Ter um pouco de paz,
Uma família para poder amar,
Um pão para comer,
Crescer e ser rapaz.
Viajar para além do mar
E o Mundo poder conhecer.
Não sou mudo, mas não tenho voz!...
Sei que nasci para morrer,
Mas falando cá entre nós;
Também quero poder viver!
Senhor!...
Dá-me uma oportunidade.
Se a minha terra tem riqueza,
Para quê tanta dor?
Para quê tanta maldade!...
Tira-me toda esta incerteza.
Só quero ter água para beber,
Roupa para vestir,
Todos os dias poder comer
E um manto para me cobrir.
Sei que isto é África Senhor!
Onde vivem os senhores também!...
Porque será que aqui há dor
E dor, por lá ninguém tem?
Senhor!...
Olha para mim com carinho!
Também sei rezar…
Sou apenas um menino,
Que precisa de brincar!
Afaga esta minha dor,
Mostra-me um outro caminho,
Que me faça também sonhar,
E conhecer o amor.

Carlos cebolo