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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

 


INVERNAL AMOR

 

Nem tudo é lamento invernal,

Há magia em tons de cinzento,

Lágrimas não são só lamento,

Nem o inverno é tempo final.

 

O amor é feito de aventura,

Nossa vida transporta a dor,

O aconchego traz seu calor

E o carinho, sua ternura.

 

Amar, apenas por amar,

Não causa sofrimento e dor,

O momento tem seu valor

E essa aventura o seu sonhar.

 

Num olhar sincero há beleza,

Como o brilho do diamante

E o toque suave de um amante,

Não provoca sua tristeza.

 

No inverno o sol é radioso,

Traz o brilho sem ter calor,

Nas almas provoca fervor

E esse dia nasce formoso.

 

Pode o inverno ser aventura,

Um amante de ocasião,

Num momento de solidão

E a vida cheia de ternura.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

 


A LUZ DO TEU OLHAR

 

Na profundeza do teu olhar,

A chama invisível de calor.

Esse grande desejo de amar,

Aroma fresco do teu amor,

Com sabor a rosas e jasmim,

Um desejo ardente sem ter fim.

 

O toque suave do teu olhar,

Cruza-se levemente com o meu,

Na esperança e desejo de um sonhar

Que no íntimo da alma se escondeu

E guardando bem fundo esse instante,

A outros olhares, ficou distante.

 

O gesto de um sorriso que acalma,

Sabor imaginado de um beijo,

O sentir da profundeza da alma,

Provoca o naufrágio do desejo,

Entre as ondas revoltas que gera

Todo esse instante que desespera.

 

A luz do teu olhar matinal,

Onde o destino traçou a sorte,

Mantendo-te fresca e sensual,

Com espírito incontornável forte

Que se torna muito desgastante,

Deixando o sonho menos distante.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

 


                   ILUSÕES

 

O campo fértil de um fingido amor,

Um pouco de nada na solidão,

Retratos quebrados sem condição,

Perdão e culpa de tão grande dor,

Destroem sonhos com traumas humanos

E toda a vida é feita por enganos.

 

Esse canto de sereia encantada,

O rufar dos tambores na alegria,

Esse querer de uma vida desejada

Que uma traição, o próprio amor resfria,

Traçando os rumos e outro padecer

Que com o tempo, só te fará sofrer.

 

De repente surge esse novo amor,

Amor construído numa aventura,

Olhado com todo o encanto e ternura,

Reacendendo na alma novo fervor

Que na vida se julgava perdido,

Sarando traumas de um corpo ferido.

 

Surge na alegria, a nova esperança,

Nova esperança que abafa a solidão,

Criando na alma uma nova condição

Que a faz sonhar com toda essa mudança

Guardada, esperando pelo momento

Benéfico em todo o seu sofrimento.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

 


              LÁGRMAS

 

É símbolo de vítima e paixão,

Delírio de loucura ardente,

Fantasia ou alma doente,

Dor e tristeza de ocasião.

 

Inunda a face com o seu sal,

Sabor acre da cobardia,

Onde nem tudo é fantasia

Mas antes, esse vértice do mal.

 

A dor que nem só a alma sente,

Também o corpo se converte,

Nessas águas que o olhar verte,

Na tristeza sempre presente.

 

O chorar mostra o sentimento,

Nem sempre será de tristeza

E mesmo sem ter a certeza,

Normalmente é de sofrimento.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

 


         ILUSÃO DE VIDA

 

Na passagem sente-se a despedida,

Ilusão sentida na tristeza,

Pontos comuns de quem ama esta vida,

Só ter a morte como certeza

E o sentimento de dor na mente

Pela vida que ficou ausente.

 

E cultiva-se a infelicidade,

Do tempo perdido sem retorno,

Com seus avanços da própria idade,

Não sendo desta vida o seu dono,

Nem tão pouco desses sentimentos

Que aparecem em diversos momentos.

 

Toda a vida tem sua beleza,

Sendo a mente humana confrontada,

Com outra vida nessa incerteza,

Mesmo com a esperança inabalada

Que em qualquer momento se apresenta,

Com a dor que dessa vida se ausenta.

 

E tudo será apenas ilusão

Que o tempo fará desaparecer,

Na espera de uma confirmação

De quem vai, sem nunca aparecer,

Aceitando a vida merecida

E quem fica, aceita tal partida.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

 


               PUREZA

 

Teu Corpo percorro lentamente,

Rasgo horizontes nessa ternura,

Entre os teus seios um beijo quente,

O sentir prazer dessa loucura.

 

Lá bem longe oiço sons dos baldios,

Todo esse encanto dos teus gemidos,

Suave brisa tocando os teus lábios,

Perturbando todos os meus sentidos.

 

O tempo será eternidade,

Nas noites de luar que se procura,

Toda a chama do amor e saudade,

Onde se esconde toda essa ternura.

 

Pétalas da bela flor adornada,

Desejos numa voz ofegante

Que assim te torna mais desejada,

Num tempo sem espaço, tão distante.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

 


DESTINO

 

O amor e a felicidade,

São pérolas sem idade,

Nascidas do mesmo ramo,

Procurando a vida juntas,

Colhendo as mesmas perguntas

E sofrendo o mesmo engano.

 

Juntas na mesma aventura,

O amor procura frescura,

Na cor o mesmo arrebol,

Cultivando a felicidade,

Sem olharem à idade,

Como o lindo pôr do sol.

 

Um suspiro traz desgosto,

Deixando sulcos no rosto

E tristeza no olhar,

No sorriso o seu encanto,

Escondendo todo o pranto,

Na triste hora do chorar.

 

Na vida não quer ter dor,

Essa linda e bela flor,

Que nasceu para sofrer,

Procurando a felicidade,

Desde a sua tenra idade,

Mas sem nunca acontecer.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

 


DESGOSTO

 

Apenas um canto,

Olhando uma flor,

Nesse doce pranto,

Ciúmes e dor.

 

Teu cheiro respiro,

Aroma profundo,

Liberto um suspiro,

Alcanço outro mundo.

 

Teu corpo desejo,

Tudo é perfeito,

O encanto do beijo,

Amor e respeito.

 

Acolho o teu pranto,

Na força invisível,

Sorrir no encanto,

De uma alma sensível.

 

O encanto desfeito,

Numa doce carícia,

Essa dor no peito,

A falta de notícia.

 

Um pensar profundo,

A mente dorida,

Viver outro mundo,

Sem paixão sentida.

 

Ser imensidão,

Da canção perdida,

No peito a paixão,

De mulher sofrida.

 

Viver a aventura,

Ter tudo a seu gosto,

Um abraço e ternura,

Sem outro desgosto.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

 


O VOAR DA BORBOLETA

 

Esse voar da borboleta,

Com ondulado colorido,

Beija a rosa e a violeta,

No lindo jardim florido.

 

Voa tão perto de mim,

Sem um destino traçado,

Vai da violeta ao jasmim,

Com o seu amor revelado.

 

No jardim quero eu ficar,

No silêncio que é só meu,

Nesse eterno esvoaçar,

Colhe o néctar que é só seu.

 

Borboleta e seu encanto,

Procura nesse lugar,

O motivo do meu pranto

E leva-o para além do mar.

 

Lembro o tempo de petiz,

Onde meu amor conheci,

Naquela terra feliz,

Onde por sorte eu nasci.

 

No teu voar borboleta,

Recordo todo o encanto,

Dessa vida tão discreta

Que em muitos causa espanto.

 

Passado que se viveu

Foi vida sem ter igual

E a borboleta morreu,

Nesse seu voo final.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

 


PÉTALAS CAÍDAS

 

As pétalas caídas de uma linda flor,

Que te foi oferecida com agrado,

Tiraste uma a uma sem causar dor

E a descoberto ficou seu pecado.

 

A bela flor, desfolhada ficou,

Sem suas pétalas perdeu toda a cor

E pelo ar, seu perfume exalou,

Indo ao encontro do seu grande amor.

 

Pequeno beija-flor bebeu seu néctar,

Levando no seu bico esse perfume,

Todo esse aroma que o fez sonhar,

Causou na bela flor o seu queixume.

 

Todo esse momento ficou cinzento,

Não foi cumprida a promessa de amor,

Seu inverno chegou nesse momento,

Sentindo a bela flor, toda essa dor.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

 


                    PULSAR

 

Nos silêncios, há sempre noite escura,

Passos suaves de um triste caminhar

São incertezas, sonhos e aventura,

Estrela que deixará de brilhar.

 

Nesse pulsar, só vislumbra ilusão

Entre os sonhos do seu real encanto,

Pegadas deixadas na areia em vão

Que a maré levou com todo o seu pranto.

 

A constante procura desse amor,

Os lábios ardentes com esse lamento,

Desacompanham o tormento da flor

Que sente chegar o triste momento.

 

O momento de um grande e novo amor,

Grande como a luz da lua brilhante

Que faça reviver a fina-flor,

Momento de vida tão inconstante.

 

Da juventude lembra o seu olhar,

Esse incessante pulsar do seu peito

Que inúmeras vezes a fez chorar

Mas que cuidou sempre com muito jeito.

 

Com o seu olhar, conquistou corações,

Escolheu segundo o prazer da vida,

Depois do tempo, só recordações

E essas feridas de uma vida perdida.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 13 de outubro de 2021

 


INTERNO MAR

(ALMA DE MAR)

 

Lágrimas vertidas não têm cor,

E metade de mim, é água salgada,

Na dificuldade só mostra valor,

Uma alma cheia, bem cheia de nada.

 

Alma de mar sem ter a maré cheia,

Pode ser quem quer, pode ser só esperança,

Como as ondas que se desfazem na areia,

Os sonhos são mais que simples lembrança.

 

Todo o seu belo corpo é feito de água,

Água doce com lágrima salgada,

Com essa inquietação e triste mágoa,

Será alma de mar com vida adiada.

 

Choram as gaivotas na praia deserta,

Com esse mar, sempre de alma presente,

Cria todo um horizonte de vida incerta,

Libertando essa tristeza que sente.

 

Reclama por amor, quem tristeza tem

E nem sempre esse amor o satisfaz,

O mar sonoro chama por alguém,

Mas na areia da praia se desfaz.

 

Com esse mar, todo o Ser se compara,

Essa beleza esconde o perigo constante,

Todo o tempo voa e a vida não pára

E na mente fica o sonho distante.

 

O mundo prestou-lhe vassalagem,

Dando nomes aos mares se consagrou

E a alma do mar seguiu em viagem

Mas este povo não se conformou.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

 


NÃO VOU DEIXAR

 

Não! Não vou deixar,

A flor esquecida,

A vida partida,

Dor que quer ficar.

 

Não! Não vou deixar

A memória perdida,

Essa dor sofrida,

O tempo a passar.

 

Lembrar o passado,

Colorir o presente,

Libertar a mente,

Tudo ser lembrado.

 

Um desejo adiado

Que a vida consente,

E assim de repente,

Ser bem desejo.

 

Não! Não vou deixar

Que fique esquecido,

O mundo querido,

Sem nele pensar.

 

Sentir essa glória,

Sem ter preconceito

E tudo a meu jeito,

Fazer minha história.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 8 de outubro de 2021

 


UNIDOS NUM IDEAL

 

Não sei a quem recordar meu passado,

Todos os meus iguais, também assim foram,

Do que fui, nada será recordado,

Assim como todos os que por cá moram.

 

Aquela vida que no sentir sinto,

Sentindo aquela vida em liberdade,

Com todo este meu escrever, nada minto,

Apenas recordo essa mocidade.

 

Somos quem somos e a nada devemos,

Ninguém nos dá lições de tal moral

E por sermos professores no que vivemos,

Esse recordar será nosso ideal.

 

O que sentimos, ninguém mais o sente,

Não é sentido numa vida triste,

É sentido no que a vida consente

E em tudo que na memória resiste.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

 


O TEMPO SEMPRE

 

No tempo, não colho flores

Das lembranças sem retorno.

Irei para onde tu fores,

Serei livre sem ter dono.

 

Na noite serei discreto,

Teu amante na loucura,

O amor é cristal secreto,

Não se parte com a aventura.

 

E se o tempo escurecer,

Como escurece este céu,

Serei esse amanhecer,

No mundo que foi só teu.

 

De luz fica o céu vazio,

No horizonte da memória,

Aqueço teu corpo frio

E sentirás a vitória.

 

A vitória não se ganha,

A felicidade é bem quista

E mesmo com dor tamanha,

É um bem que se conquista.

 

E se o tempo traz memória,

De uma vida que passou,

Nem tudo será história,

De um amor que não brotou.

 

Todo o tempo se renova,

Não se perde a lembrança,

E qualquer ideia nova,

Já sofreu outra mudança.

 

Muda o tempo na verdade

E planta-se outras flores,

Lembra-se essa mocidade

E o calor de outros amores.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

 


DOR QUE DEVORA

 

Há dias assim!

O tempo em revolta,

No avesso de mim,

Vida que se solta.

 

Toda essa aflição,

O poema que dorme,

Fere meu coração,

Na dor que consome.

 

Esfria tua alma,

Com o tempo que chora,

Num grito sem calma,

A dor que devora.

 

Se tudo mudar,

Mantêm teu compasso

Aumenta teu espaço,

No teu caminhar.

 

Se nada mudar,

Mantêm teu sorrir,

Não deixes ferir,

Teu modo de amar.

 

Se a dor que devora,

Perturbar teu sono,

Não queiras ser dono,

Manda a dor embora.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

 


CREPUSCULAR

 

Esmorece esse perfume da vida,

Espaços vazios de uma revolta,

Balidos e queixumes da partida,

Lembra essa mocidade que não volta.

 

Na memória, essa áurea crepuscular,

Onde se sente esse aroma desejado,

Nessa agonia de um parado olhar

Que procura lembranças do passado.

 

Toca-me a tristeza do seu olhar,

Esse vago sofrer de um fim de vida,

Onde a anemia faz seu caminhar

E o cansaço transborda essa empatia.

 

Espasmos de uma agonia serena,

Que se vê, dia a dia acentuada,

Sem vislumbre de algo que valha a pena,

Nem retrocesso dessa caminhada.

 

Resta-nos lembranças de uma alegria,

Todos os tempos de um recente passado

E as metáforas da vida que se cria,

No memorial que ficou guardado.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

 


REGRESSO AO PASSADO

 

Sonhei que era ainda aquela criança,

Alegre, corria pelo Sertão,

Entre cubatas perfeitas de nada,

Brincava e corria com confiança,

Na terra vermelha daquele cantão,

Terra linda por Deus abençoada.

 

Nos campos sulcados em desalinho,

Brincando e cantando nessa poeira,

Com os companheiros da minha infância,

Com um pau a fazer de cavalinho,

Pulava e corria na brincadeira

E nos amigos tinha a confiança.

 

Cresci na simplicidade da vida,

No meu pescoço, a fisga pendurada,

Nos bolsos, arredondadas pedrinhas,

No coração a amizade sentida,

Sempre atento numa grande caçada,

Com os olhos postos nas folhas verdinhas.

 

Simples amigos, com a pele de outra cor,

Companheiros da minha juventude,

Lado a lado, sem qualquer distinção,

Na terra vermelha, sentindo amor,

Crescíamos juntos com essa atitude,

Angolanos com a mesma condição.

 

Sempre cultivamos essa igualdade,

Ser irmãos, nascidos na mesma terra.

Aquele povo humilde a quem dava a mão,

Que me recebia com amizade,

Até ter aparecido essa guerra

Que talhou fissuras na bela união.

 

Hoje, ainda pergunto ao Senhor do tempo,

Por esse irmão que comigo viveu.

O tempo responde-me com um lamento

E entre o compasso devido ao tempo,

Diz-me que meu irmão já faleceu,

Levando essa infância no pensamento.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

 


O CORRER DO TEMPO

 

Já não receio uma vida de medos,

As palavras têm a justa medida,

A vida segurei-a entre dedos,

Na corrida onde não houve partida.

 

Distingo as coisas na exata medida,

Cada vida vive-se de uma só vez

E de repente chega a tal partida,

Desta vida que aos poucos se desfez.

 

Impúdica será a minha mente

E por ser apenas um Ser vivido,

Sinto o incerto de um tempo que não mente.

 

Desnuda-se a vida em pequeno instante,

Nesse sazonal tempo já sentido

Que nesta vida se tornou constante.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

 


NADA É ETERNO

 

Nessa pequena força do esquecimento,

Surge a hercúlea vontade de vencer

E não é o desígnio do sentimento,

Força tamanha do meu padecer.

 

Se posso esquecer todo o meu passado,

Lembrando momentos da mocidade,

Vou buscar esse tormento guardado,

Para atingir a minha felicidade.

 

Se passos foram dados na inocência,

Daquela juventude que sonhou,

Guarda o tempo toda essa consciência,

De uma felicidade que não brotou.

 

Afinal, nada no mundo é eterno,

Nem mesmo aquele amor que foi vivido,

Com o tempo, esse céu se tornou inferno

E todo passado não foi esquecido.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

 


SUSPIRO DO VENTO

 

Sente-se o suspiro do vento,

O vento traz a mudança,

No assobio o sentimento,

No tempo a desconfiança.

 

Rasgou-se as vestes da vida,

Sentiu-se aquela nudez,

Não se fez a despedida,

E esse querer não teve vez.

 

E perdeu-se a juventude,

No terramoto vivido,

De uma forma assim tão rude,

Deixou-se o país querido.

 

Tudo por lá foi deixado,

Na aflição desse momento,

Só o amor ficou guardado,

Bem fundo no pensamento.

 

Hoje em forma de lamento,

Recorda-se esse passado,

O país de nascimento,

Para sempre será lembrado.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

 


MESMA ROTA

 

Voa o pensamento para aquela terra,

A terra que deixei para além do mar.

Por lá, a vontade por mim espera,

Nessa esperança do ser e do sonhar.

 

Minha Angola tão rica, na pobreza,

Vários povos no seu encantamento,

Por essa alegria vive-se a tristeza,

Do filho Pródico com sentimento.

 

Essa Angola e suas contradições,

Onde o povo sonha estando acordado,

Esperando por outras condições

Mas sem ver, outro qualquer resultado.

 

Muda o tempo, sem mudar a saudade,

Espera o povo, a terra prometida,

Muda o poder, mantem a desigualdade

E o povo sofre da mesma ferida.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

 


A NUDEZ DA LUA

 

A noite despe-se do luar,

Escurecendo o próprio mar.

Ouve-se um silêncio de loucura,

Corpo de mulher, sua doçura,

Nesse desejo de ser sentida,

Num amor presente na vida,

Os sentires da própria mente,

Na magia que o corpo sente.

 

Sintomas sentidos no amor,

São pinceladas na alma sem cor.

Alma em constante desatino,

Numa mente sem ter destino,

Noites escuras à luz da vela,

Onde o próprio amor se revela,

Amando a vida intensamente,

Na liberdade que a alma sente

 

São cores e aromas em plena lua,

Beleza que se apresenta nua,

Nesse arco-íris cheio de cores,

Bons amantes e seus amores,

Nessa volúpia do movimento

Que o segue desde o nascimento,

Nessa ânsia que o corpo consente,

Com o intenso luar, sempre presente.

 

Néctar do amor de uma união,

Sente-se na ternura a paixão,

A dor da flor no chão perdida.

Mulher com sua alma dorida,

Sem perder o aroma da rosa,

Ouve essa melodia em prosa,

Triste encantamento presente,

Daquela loucura envolvente.

 

São vestes de um azul veludo,

Que perdeu a cor no olhar mudo,

Nessa miragem da ilusão

Que reacendeu sua paixão.

Foram sonhos de uma saudade,

Todos os tempos da mocidade,

Da estrela que ficou cadente,

Mas mantem corpo e alma ardente.

 

CARLOS CEBOLO

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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

 


DESGOSTO

 

Como o poeta também eu já sonhei,

Sonhei com esse tempo que passou,

Dei de tudo um pouco e nada sobrou,

Nem mesmo a areia dos passos que dei.

 

Relembro cada pedaço vivido

E o fantasma do passado chegou.

Com ele, todos os pedaços levou

E o desejo de ter não ficou perdido.

 

Fere a saudade, o meu vincado rosto,

Carícias desse toque de viver

E por ti sinto este meu padecer

Que esgota na dor, todo o meu desgosto.

 

Carlos Cebolo

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