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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013



                   ANOS CONTURBADOS DE UMA ANGOLA EM MUDANÇA
                                                         V PATE
Em Janeiro de 1972, foi para Nova Lisboa, para a Escola de Sargentos Milicianos, onde tirou o curso.
Durante o curso de Sargentos milicianos, Carlos ouviu falar que na realidade havia uma luta armada entre o exército português, do qual fazia parte e os turras. E que os turras não passavam de bandos armados pelo estrangeiro que queriam tirar Angola aos portugueses para serem eles a explorar as suas riquezas.
Como Carlos não percebia nada de política, assim como a grande maioria dos seus colegas, mentalizou-se que a luta era necessária para libertar Angola das forças estrangeiras que a invadiam.
Para Carlos, Angola era e sempre seria, província portuguesa. Nunca conheceu outra bandeira a não ser a das quinas e nunca cantou outro hino que não fosse a portuguesa Aliás, símbolos pelos quais sempre teve muito orgulho.
Contudo, como Carlos também pensava pela sua cabeça e não pela cabeça dos outros, apercebeu-se que algo mais sério se passava. Os turras não podiam ser apenas bandos armados sem qualquer organização. Se assim fosse, não resistiam tanto tempo a um exército poderoso e bem armado como era o exército português.
Também já na tropa, Carlos pelos poucos jornais que lia, apercebeu-se que a província era muito rica em diamantes e petróleo e daí a cobiça dos países estrangeiros, nomeadamente a União Soviética e os Estados Unidos da América. E que eram estes países que armavam os turras.
Pela informação que tinha, a América do Norte armava os turras da FNLA e a União Soviética, que era comunista, armava o MPLA.
Depois da recruta e da especialidade de atirador, Carlos foi para Sá-da-Bandeira, para o Regimento de Infantaria nº 22, onde deu três recrutas antes de rumar com destino ao Norte de Angola, nomeadamente para a zona de Sanza Pombo, junto à fronteira com o Zaire.
Durante o tempo que esteve em Sá-da-Bandeira, em conversa com outros furriéis e Alferes, que pouco ou quase nada também sabiam sobre a luta armada, ouviu o nome de MPLA; FNLA e UNITA, mas sempre designados por turras. Nunca se ouvia falar em Movimentos de Libertação.
Sabia que a Unita operava no leste de Angola e era o movimento que estava mais activo. E dizia-se que o Savimbi tinha sido da UPA e depois deixou a UPA para formar a UNITA com apoios portugueses.
O MPLA e a FNLA ou UPA, operavam no Norte de Angola, mas estavam praticamente derrotados.
Quando o capitão que ia comandar a companhia com o nº 1305/72, onde Carlos estava inserido como furriel do 1º pelotão se reuniu com os restantes oficiais e sargentos para comunicar para onde se dirigiam, é que ouviu da boca do capitão que iam para uma zona cuja operacionalidade hostil era da responsabilidade repartida entre o MPLA e a FNLA. Mas que para nós, pouco nos importava que fosse um ou outro. O importante era defender o território português.
Assim, Carlos e os seus companheiros, militares portugueses, todos com excepção dos oficiais, nascidos em Angola, brancos, mulatos, e negros, todos companheiros da mesma aventura, rumaram, como primeiro destino, o Grafanil em Luanda, onde seria formada a companhia com todos os seus quadros militares e administrativos.
Continua

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