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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CIDADE DE ANGOLA




Que mágoa!
Que desilusão!
Que tristeza!...
À força das armas fizeram-me emigrante
Fora da minha terra, sonho com ela.
Mas penso!...
O que penso me anima.
Mais vale viver fora de cabeça erguida
Do que de joelhos na terra querida.
Oiço notícias!...
Leio apoios e criticas!...
O que leio!...
O que vejo!...
Não gosto!
Vejo miséria pelas ruas,
Crianças com fome quase nuas!
Meninas que alugam o corpo, Não por querer!
Mas para terem algo que comer.
Jovens que desde muito novos, sentem o sufoco
De uma vida cedo inacabada.
Senhores com muito dinheiro somado,
Riquezas do povo, pela terra dado.
Pergunto por ti, minha cidade?!...
…Onde estás que não te vejo?
Quitandas espalhadas pelo chão, mostram a miséria
Dum povo que luta nas desigualdades da sua terra.
Peixeiras e quitandeiras sentem a idade passada
Por uma vivência atribulada.
Cansadas!...
Onde paras cidade dos meus encantos?
Olho à tua volta e nada vejo de saudável.
Musseques fervilham ao teu redor
O que outrora foste cidade amável
È hoje um enorme nicho sem pudor.
Nas grandes avenidas oiço prantos!
Crianças que choram sem pão.
Órfãos duma situação por eles não criada
Estendem ansiosos a fria mão,
À espera que lhes caiba alguma dádiva.
Viúvas que nunca casaram
Olham a terra que muito amaram
Onde estás minha cidade?!...
Para onde foste?
Tua presença física vejo despida no ar.
Tua alma deixou de poder sonhar.

Carlos Cebolo



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