REFLEXÃO
Não sei quem sou!...
Não sei o que sou!...
Por ter nascido na terra,
Dizem que sou terráqueo.
Se nascesse na estéril lua…
Com toda a beleza que encerra,
Talvez fosse lunático!...
Ou simplesmente alma nua.
Quem saberá?
Se o meu aspecto é humano
Por ter nascido assim…
Poderei renascer sabiá,
Se a encarnação não é engano!
Ou o que será de mim?
Renascer ou noutra coisa encarnar,
Morrer com esta incerta esperança,
Para à vida poder voltar,
Sem saber qual a mudança…
Que aspecto terei?
Serei lagarta metamórfica,
Que em algo me transformarei,
Ou humano, em humano fica?
Quem sabe!...
Quem de lá já voltou para contar?
Naquele infinito Mundo que se abre,
Para todas as almas poder albergar,
O que se espera lá encontrar?
Quem sabe!...
Ou será que, sendo pó,
Em pó nos tornaremos,
E tudo acaba sem piedade e sem dó,
E para morrer, apenas nascemos.
Mas se há alma, para onde vai?
Se não há, porque nos preocupamos?
Algo do nosso corpo sai,
Do invólucro que enterramos.
Em que te tornarás?
Quem sabe!...
Carlos Cebolo