ESTAGNAÇÃO
Vida triste, parada do nada,
Invólucro sem sal e pimenta,
Na junção de uma vida perdida,
Lembra a velhice que não tarda;
Na juventude que se ausenta,
Como forma de despedida.
Nasce-se para se envelhecer!...
Vive-se neste triste padecer,
Na triste vida que se sente,
Com o perder da fresca mente.
Estagnação!...
Sentido presente no sentires,
Do corpo pronto a envelhecer,
Nos sinais do tempo dos menires,
Querendo no sossego adormecer.
Estagnação!...
Ideias passadas pela mente,
Com amores desencontrados,
O sofrimento que se sente,
Com os tramas a ele associados.
Estagnação!...
Pensamentos levados pelo tempo,
Por ventos de mudança repentina,
Na metamorfose do contratempo,
Traçado à nascença, pela própria sina.
Há quem pense ser eterno,
Na juventude que passa sem avisar,
Como se vivesse no útero materno,
Sem ver todo o tempo passar.
Estagnação!...
Sentidos trocados em movimento,
Sempre com pesadelos na mente,
De uma agonia que não se sente,
Com a passagem do sentimento.
Vive-se agarrado à terrena vida,
Na esperança do amor materno,
Retardamos a nossa esperada ida,
Para o reino do bom pai eterno.
Carlos Cebolo
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