Acerca de mim

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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 30 de maio de 2013



REFLEXÃO

Não sei quem sou!...
Não sei o que sou!...
Por ter nascido na terra,
Dizem que sou terráqueo.
Se nascesse na estéril lua…
Com toda a beleza que encerra,
Talvez fosse lunático!...
Ou simplesmente alma nua.
Quem saberá?
Se o meu aspecto é humano
Por ter nascido assim…
Poderei renascer sabiá,
Se a encarnação não é engano!
Ou o que será de mim?
Renascer ou noutra coisa encarnar,
Morrer com esta incerta esperança,
Para à vida poder voltar,
Sem saber qual a mudança…
Que aspecto terei?
Serei lagarta metamórfica,
Que em algo me transformarei,
Ou humano, em humano fica?
Quem sabe!...
Quem de lá já voltou para contar?
Naquele infinito Mundo que se abre,
Para todas as almas poder albergar,
O que se espera lá encontrar?
Quem sabe!...
Ou será que, sendo pó,
Em pó nos tornaremos,
E tudo acaba sem piedade e sem dó,
E para morrer, apenas nascemos.
Mas se há alma, para onde vai?
Se não há, porque nos preocupamos?
Algo do nosso corpo sai,
Do invólucro que enterramos.
Em que te tornarás?
Quem sabe!...

Carlos Cebolo


terça-feira, 28 de maio de 2013



IMORTALIDADE DA ALMA

Dentro de mim, procuro a verdade…
O querer do crer na vida imortal,
Depois do invólucro e da vaidade,
O etéreo Mundo onde há moral.

Sempre se duvida da sua verdade,
Na confirmação da própria vontade,
Na verdade que se acredita ser real,
No querer mostrar que a alma é imortal.

Dogmas numa Maiêutica perfeita,
De uma busca sem ter resposta,
Em livros sagrados que se aceita.

Na vida procura-se a sua perfeição,
Na boa muleta onde o ser se encosta,
Ao deixar a terrena vida de perdição.


Carlos Cebolo

segunda-feira, 27 de maio de 2013


ALMA DE ÁFRICA

Kilimanjaro!...
Kilimanjaro!...
Bela montanha em céu aberto!
És a alma de África sofredora,
O nascer da vida como certo,
Numa paisagem acolhedora.
Símbolo branco da África negra,
Onde o negro Kalunga vai rezar,
Na forma do elefante que não nega,
A sua força para se libertar.
Tem o peso de alma sofredora,
Contado na Noética da vida.
Peso de uma alma sonhadora,
Que no Mundo marca a despedida.
Kilimanjaro!...
Kilimanjaro!...
Chora e chama o filho seu,
No abandono da triste partida,
Lamenta o que já morreu,
Naquela triste despedida.
O elefante carrega o peso da tristeza,
Do povo que sofre sem o merecer.
Reza por um presente sem certeza,
E espera ver, o futuro renascer.
Kilimanjaro!...
Kilimanjaro!...
És fonte de vida em terra seca,
Neve fresca em clima quente.
És para África a sua Meca,
A esperança viva daquela gente…

Carlos Cebolo






sábado, 25 de maio de 2013



ÁFRICA

África!...
O teu encantamento me seduz;
És mãe carinhosa e impreparada,
Terra vermelha e muito rica,
Onde o Sol brilha com muita luz.

Crias no teu seio a tua ninhada,
Mas o teu filho em ti não se fixa.

Com muita mágoa te abandonam,
Os filhos sedentos de liberdade,
Procuram paz noutros recantos,
E por lá, por ti sempre chamam.

Vão em busca da igualdade,
Levando na alma os teus encantos
E o cheiro que em ti se sente,
Nos rasgos da própria mente.

Desprezas os bons filhos teus,
Acolhes apenas os que te exploram,
Os teus filhos dizem-te adeus,
Com as lágrimas que agora choram.

África!...
Porque te portas assim?
A cor da tua terra doce,
É como se sangue fosse,
Nesse sertão sem fim…

…Sangue do filho que fica.

Se é sina que Deus te deu,
Teres riqueza e muita luz,
O que em ti já aconteceu,
É mal que a riqueza produz.

Ganancioso político que te consome,
Roubando as tuas grandes riquezas,
Deixa o teu povo a passar fome,
E um futuro sem ter certezas.

Carlos Cebolo



UM DIA SENHOR!...

Um dia senhor!...
Hei-de ser alguém…
Viver o meu sonho!...
Crescer feito um menino,
Alcançar a alegria de viver.
Esquecerei todo o horror,
Viverei aqui e além,
Neste Mundo medonho
E acordarei ao som de um violino.
Um dia Senhor!...
Deixarei de ser menino…
Serei homem feito
E lembrarei o horror…
Na melodia do violino,
Criarei um Mundo perfeito.
Um mundo onde haja igualdade,
Não mais haja fome
E tudo que nos consome.
Criarei a palavra moralidade,
Com o significado de amor
E esquecerei o horror,
Deste tormento que nos causa dor.
Um dia Senhor!...
Andarei por todo o Mundo,
Irei ao local mais profundo,
De país em país sem sobressalto
E verei tudo o que vês aí do alto.
Não passarei mais fome,
Não terei mais medo,
Nem guerra que nos consome,
Nem a vida a terminar cedo.
Um dia Senhor!...
Farei da música a minha bandeira.
Aos sons do órgão e do violino,
Sentirei a alegria verdadeira,
E serei novamente um menino.
Não mais serei soldado,
Matar o irmão para não morrer,
O som da metralha será odiado
E em todo o lado poder viver.
Um dia Senhor!...
Ouvirei em toda a África,
O som maravilhoso do violino,
Tocado com harmonia e graça,
Pelas mãos de um menino.
Um dia Senhor!...
Em vez de tiros, guerras e matanças,
Orquestras inteiras em harmonia,
Tocarão para todas as crianças,
A linda valsa da alegria.
Um dia Senhor!...
Deixarei de ser sonhador.


Carlos Cebolo

quinta-feira, 23 de maio de 2013



AMOR

É ter e sentir o momento,
É dar, receber e guardar,
No querer e seu consentimento,
Nas formas do verbo amar.
Amor é lume ardente da paixão,
É fogo, frescura que se sente,
Bem lá no fundo do coração,
Com laivos soltos da mente.
É força sentida na emoção,
Abraço forte de protecção,
Traços do sorriso na face ardente,
Que todo o nosso corpo sente.
Amor é querer e sentir emoção,
Num beijo guardado na recordação,
Do bom calor que o corpo sente,
No momento do encontro presente.
Amor é respeitar e aceitar,
Diferenças existentes no nada,
Que o corpo revela mostrar,
Na esperança da vida inacabada.
É amar a igualdade na desigualdade,
Lutar contra o preconceito,
Reprimir da sua mente a maldade,
Promovendo na vida o respeito.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 22 de maio de 2013



ESTAGNAÇÃO

Vida triste, parada do nada,
Invólucro sem sal e pimenta,
Na junção de uma vida perdida,
Lembra a velhice que não tarda;
Na juventude que se ausenta,
Como forma de despedida.
Nasce-se para se envelhecer!...
Vive-se neste triste padecer,
Na triste vida que se sente,
Com o perder da fresca mente.
Estagnação!...
Sentido presente no sentires,
Do corpo pronto a envelhecer,
Nos sinais do tempo dos menires,
Querendo no sossego adormecer.
Estagnação!...
Ideias passadas pela mente,
Com amores desencontrados,
O sofrimento que se sente,
Com os tramas a ele associados.
Estagnação!...
Pensamentos levados pelo tempo,
Por ventos de mudança repentina,
Na metamorfose do contratempo,
Traçado à nascença, pela própria sina.
Há quem pense ser eterno,
Na juventude que passa sem avisar,
Como se vivesse no útero materno,
Sem ver todo o tempo passar.
Estagnação!...
Sentidos trocados em movimento,
Sempre com pesadelos na mente,
De uma agonia que não se sente,
Com a passagem do sentimento.
Vive-se agarrado à terrena vida,
Na esperança do amor materno,
Retardamos a nossa esperada ida,
Para o reino do bom pai eterno.


Carlos Cebolo

segunda-feira, 13 de maio de 2013




SIMPLESMENTE MARIA

Teu nome, Maria!...
Sem palavras nos consolas,
Nos tristes dias de agonia
Daqueles que vivem de esmolas.
Teu nome, Maria!...
Pronunciado mil vezes,
Fora e na cova de Iria,
Neste e em outros meses,
Mostra a fé que ele cria.
Teu nome, Maria!...
Representa a mulher,
Mãe da própria natureza,
Deusa que tudo cria.
Em ti procuramos colher,
O amor da nossa tristeza.
Palavras e mais palavras,
De alento e esperança,
No sofrimento que desagravas,
Fortaleces a aliança.
Oro por ti mãe bendita!...
Pergunto pelo filho teu,
Que o seu nome se bendiga,
Aqui na terra e no céu.
Não tenhais medo!...
Disseste aos pastorinhos,
Revelaste o teu segredo,
Mostraste os bons caminhos.
Maria foi o teu nome escolhido,
A alegria que o Mundo merecia,
Mesmo com o amor esquecido,
Serás Simplesmente Maria.

Carlos Cebolo



quinta-feira, 9 de maio de 2013



SERÁ QUE EXISTES

Oiço falar em Si!...
Em que língua! Não importa.
Mas será que existes?
Sua presença, eu não senti.
Não batestes à minha porta!...
Será que já me vistes?
Tenho sede e muita fome.
Não pedi para nascer!...
Mas cá estou!...
Esta vida que me consome,
Sempre com este sofrer,
Não sei para onde vou.
Senhor!...
Tem piedade de mim!...
Acalma esta minha dor!...
Este sofrimento não tem fim!...
Dá-me um pouco do teu amor.
O que vos fiz para o merecer?
O livro sagrado ensina!...
Diz que tudo vês.
Que todos somos filhos teus!
Mas não pedi para nascer!...
Desce aí de cima!...
Mostra-te por uma só vez!...
Alimenta os sonhos meus!...
Ensina-me a viver.

Carlos Cebolo

segunda-feira, 6 de maio de 2013


LEVA-ME CONTIGO M Ã E

Mãe!...
Quando fores passear,
Leva-me contigo…
Deixa-me sorrir e sonhar!...
Quero ver as ondas e o mar,
O Sol na água a brilhar.
Mostra-me o que o meu espírito anseia!
Fala-me das conchas e da linda sereia.
Ao fim da tarde, quando à casa chegar,
Deixa-me brincar…
Sou uma criança que precisa de amor!
Do teu precioso amor mãe! …
Não deixes de me amar.
Quando a noite chegar!
E depois do leitinho beber,
Põe-me com carinho a nanar.
Aconchega-me a mantinha,
Dá-me um beijinho com amor,
Mantém a minha cama quentinha,
Deixa-me sentir o teu calor.
Mãe!...
Não te zangues comigo!...
Ainda sou pequenina!
Não ligues ao que te digo;
Sou apenas uma menina.
Mãe!...
Quando eu for mais velhinha,
Que já não queira brincar,
E com uma vontade só minha;
Não me deixes de amar.
Mãe!...
Não tenhas pressa que eu cresça!
O tempo não volta atrás!...
Não queiras que também padeça,
Do mal que não te apraz.
À noite sozinha no meu quarto,
Penso que te posso perder!...
Enquanto para os sonhos não parto,
Fico por dentro a tremer.
Mãe!...
Tenho medo que morras um dia!
Amo-te muito querida mãezinha.
Se me faltasses, não sei o que faria,
Na vida adulta que se adivinha!...

(Carlos Cebolo)