Acerca de mim

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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012



TRABALHADOR LUSITANO
31/10/2012

Antes do Sol nascer,
Já está de pé.
O tempo sempre a correr,
Diminui a sua fé.
É trabalhador de Portugal,
Que em casa não tem pão,
Neste país sem moral,
Pensa em nova revolução.
Revolução da rosa ou cravo,
Com militares ou só o povo,
Não quer voltar a ser escravo,
Num governo ditador de novo.
A tecnocracia que arruína o Mundo,
Entrou também em Portugal,
Trouxe o seu poder imundo,
Com uma política sem social.
O País está a ser destruído,
Por uma dupla sem moral,
Com um sistema corrompido,
Afundam o nosso Portugal.
Povo ilustre Lusitano,
De terras de Santa Maria,
Luta contra o engano,
Nas urnas da democracia.
Faz valer a tua dor
Sem medo e com valentia,
Derruba o ditador,
E esta política doentia.
O tempo é de luta popular,
Mostra ao tirano quem manda,
Este país é o nosso lar,
Vão reinar para outra banda.
O povo humilde, trabalhador,
Levanta-se antes do Sol nascer,
Volta depois do Sol se pôr,
Sem trazer dinheiro para comer.
Trabalha como um louco,
Procura a custo sobreviver,
O político faz ouvido mouco,
Pois só pensa em enriquecer.

Carlos Cebolo




segunda-feira, 29 de outubro de 2012



VÍCIO
29/10/2012

Este meu vício,
Que não controlo,
Desde o seu início!...
Amar,
Querer amar,
Poder amar,
Sentir consolo,
Ter o amor maior do mundo.
Amar, apenas por amar,
Com um sentimento agudo e profundo.
Sentir aromas,
Prazeres e delícias,
Em vários idiomas;
Com diversas carícias,
Que o corpo reclama,
Ao acender da chama.
No meu corpo arrepios,
Com o sopro nos teus seios,
Em constantes desafios,
Da provocação dos meus anseios.
Num impulso de magia,
Rasgam-se os véus,
Em ondulações de alegria
E apareces nos mares dos céus.
Nas marés do mar sem dias,
Nos amamos
E assim aparece em núpcias,
O amor que herdamos.
Continuo essa viagem sem fim,
Fugindo ao controlo dos desejos,
De gestos que tomam conta de mim,
E poiso nos teus seios doces beijos.
Assim realizado o meu amor,
Amar, apenas por amar,
Sem causar qualquer dor,
Sigo a viagem no imenso mar.
Sem controlar as emoções,
Ouvindo o prazer suave dos sentidos,
Desenlaço os nossos corações,
Nos acordos pré-decididos.

Carlos Cebolo






quinta-feira, 25 de outubro de 2012



O DESPERTAR DA AUSÊNCIA
           24/10/2012


Minha alma voa pelo éter,
Como o fluído da minha mente,
Num espaço sem fundo.
Todo o meu corpo é fonte,
De água pura do teu ser,
Safira verdadeira que se sente,
Naquele belo horizonte.
Sinto o teu doce odor,
Líquido espalhado pelo chão,
Que suaviza a minha dor,
Na nudez da minha aflição.
És livro em delírio surdo,
Que mostra a magia em suspiros,
Mas páginas do desejo mudo,
Que aumenta os meus delírios.
Suspenso no nada,
No infinito da essência do ser,
Vejo-te banhada na tristeza.
Amargurada!...
Mostras todo o teu padecer,
Sem de nada teres a certeza.
Da ausência sentida,
O desejo do regresso esperado,
A incerteza da vida merecida,
No silêncio inacabado.
Lá do alto,
No oceano do desejo,
Sinto o teu sobressalto,
Ao despertares com o meu beijo.
É a visão do paraíso,
O beijo em forma de flor,
O conjunto do nosso sorriso,
O voar nas asas do amor.
Ao acordar da minha ausência,
No bailado da lua, brilhante e pura,
Que floresce no nosso jardim,
Vejo-te destemida e nua,
Onde és rosa e eu jasmim.

Carlos Cebolo


terça-feira, 23 de outubro de 2012




PRELIMINARES
       23/10/2012

Os meus dedos exploram,
A tua nudez corporal,
Ávidos de aventura;
Seguem caminho selvagem,
Onde as almas choram,
No seu espaço intemporal,
Com falta de ternura.
Ao iniciar tão bela viagem,
Entro no teu jardim florido,
Com emoções registadas,
No teu vale humedecido.
Sonho com a flor delicada,
E poiso um beijo merecido,
No cálice da vida abençoada,
Com uma embriaguez extasiante.
Teus seios palpitam forte.
Teu ventre emite ondulação constante,
Que liberta em mim um desejo ardente.
Sinto a brisa quente.
Um aroma inebriante,
Premeia a minha boa sorte.
Oiço o prazer dos teus sentidos,
Entre gemidos meus
E perco-me no espaço sem fim.
Contigo viajo num espaço infinito,
Em compasso de sons emitidos,
Dos sentidos meus e teus,
Que toma conta de mim.
Na tua alma, oiço o meu grito
E no teu jardim da eternidade,
O meu sopro profundo,
Que se agita em liberdade,
Por entrar em outro mundo.
Sinto os teus lábios quentes,
No desejo da loucura,
Os nossos desejos ardentes,
Na mistura do néctar da doçura.
As emoções fortes sentidas,
No frenesim dos movimentos,
Inundam as nossas vidas,
Deixando fluir os sentimentos.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 19 de outubro de 2012



O SABOR DA ALMA
         19/10/2012

O sabor das madrugadas caídas,
Os segredos das despedidas!...
Mostram o que na realidade és:
És brisa que acaricio,
Trovão do prazer no som da alegria;
És o meu constante desafio,
Aroma fresco no meu anoitecer,
Com o teu toque de magia,
Que me desperta ao amanhecer.
És terra, mar, doçura,
Instinto felino,
Que promoves a loucura,
No grande amor latino.
Respiro-te!...
Embalo-me nos sentidos da mente,
Entre algas perfumadas,
No teu mar de líquido quente,
Com brisas alteradas.
Espero-te!...
Nas palavras misteriosas que prenuncias,
Sinto o deslizar dos teus dedos em carícias,
Sobre a minha pele tremula de emoção
E oiço o teu grito ardente de paixão.
Chamas-me!...
Nesta viagem sem retorno e em delírio,
Navego no teu salgado mar,
Procurando nele poder acabar,
Com todo o meu triste martírio.
Quero-te!...
Bebo dos teus lábios o doce mel,
De prazeres misturados com fel,
Dum passado ainda presente,
Que o triste coração sente.
Entre caminhos perdidos,
Nesta loucura em que entramos,
Com belos prazeres oferecidos,
No local onde nos amamos.
Oiço-te!...
Os teus dedos cantam incessantes,
Os gritos silenciosos do desejo,
No som dos movimentos constantes,
Que culminam com um doce beijo.

Carlos Cebolo

quarta-feira, 17 de outubro de 2012



CAMINHO
17/10/2012

Caminho!...
Não vou só!...
Com o olhar fixos no horizonte,
Procuro uma imagem.
A meu lado,
Invisível,
Caminha a minha força interior.
É o meu anjo da guarda!...
A força que me faz caminhar,
Com passos vincados na areia molhada.
Oiço o rebentar das ondas do mar!...
Na areia, vejo a espuma espraiada,
Onde marco os meus passos
E procuro marcas da tua presença.
O meu olhar fixo no horizonte,
Apenas vislumbra mar e céu,
Céu e mar,
Que na sua junção formam um véu.
Uma única linha se vislumbra ao fundo,
Dando a ideia de uma união perfeita.
Caminho!...
Não vou só!...
Levo comigo a esperança,
A esperança de te encontrar
E contigo também formar,
A união perfeita na aliança.
Na areia molhada fica a marca,
Da minha solitária caminhada,
E as pegadas de uma pobre garça,
Que procura um peixe apanhar.
Também tenho fome e sinto dor
E aqui procuro encontrar-te,
O meu amor!...

Carlos Cebolo


segunda-feira, 15 de outubro de 2012




FEITIÇO
15/10/2012

Neste silêncio!...
Neste triste adormecer!
Na melancolia de acordar sem ti,
Sinto o mundo tremer.
Procuro regressar de onde parti,
Renascer e inventar-me na ausência,
Das desfocadas letras da esperança
E controlar a consciência,
Ganhando novamente a confiança.
Lembro a feiticeira da paixão,
Como surgiu
E como se apoderou da mente,
Sendo verbo que se tornou vulcão,
De um mundo que ruiu,
Vertendo o seu néctar ardente.
Feitiço forte!...
Mel que nos alimenta,
Com o seu doce toque.
Elixir de pura sedução,
Com o forte sabor a pimenta,
Que sufoca o coração.
Liberto-me da pura magia,
Na sombra de um amor por viver,
Da natureza nua da pura alegria,
Onde espero adormecer.
Seguirei só!...
Procuro outro caminho,
Em horizontes da certeza,
Sem piedade e sem dó,
De um futuro que adivinho,
Longe desta natureza.
Sou quente lavra!...
És neve fria!...
Uma agreste conjugação,
Na doçura da palavra,
Que a situação merecia.
Frio e quente,
A união do momento,
Dos sonhos perdidos na saudade,
Dum amor que ainda se sente,
Movido por forte encantamento,
De uma vida sem liberdade.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 12 de outubro de 2012


         
           MORTE
             12/10/2012

Morte!...
Porque persegues a humanidade?
Tu que és mancha negra nefasta,
Que nunca de importas com a idade,
Nem tão pouco ligas à casta,
Queres traçar a nossa sorte?
Quem és tu velha hedionda,
Que percorres o mundo sem descansar,
Com a foice na mão provocas a onda,
Procurando alguém para levar?
Não tens qualquer critério,
Na escolha que fazes!...
De ti falam em mistério,
Que elimina os incapazes.
És o grande desconforto nunca visto,
Nem sentido neste pobre corpo teu,
Que sobreviveste a Jesus Cristo,
Mesmo sabendo que Deus não morreu.
E andas tu por este mundo,
Enganando os incautos humanos,
Com o teu pesar profundo,
Lembrando a perda de quem amamos?
Digo-te morte!...
Sempre que levares um menino,
Renovarás a nossa sorte,
Transformando-o em Ser divino.
O meu corpo é carne putrefacta,
Que as lavras o hão de comer!
E de ti, a minha alma ficará farta
E te vencerá sem nunca morrer.

Carlos Cebolo

quinta-feira, 11 de outubro de 2012






CAMINHOS OBLÍQUOS
            11/10/2012
      
Percorro oblíquos caminhos,
Como as ondas do oceano sem fim;
Vejo montes e vales marinhos,
Mas não vejo pedaços de mim.
Viajo de constelação em constelação,
Na esperança de te encontrar desnudada,
Com aquele teu ar de provocação,
Mas do teu corpo, não vejo nada.
Oiço gemidos profundos,
Que rodopiam ao meu redor,
Trazem o cheiro dos teus fluidos,
Mas da tua angústia, não vejo a dor.
Sinto o prazer nas brisas delicadas,
Que transportam o mundo de magia,
Onde percorro as ruas e calçadas,
Sem sentir a tua incessante agonia.
Continuo sem traçar o meu destino,
Nas lembranças de paixões perfumadas,
Seguindo os passos de um dançarino,
Na canção com semânticas inacabadas.
Com este tão forte desatino,
Que o próprio cosmo se sobrepôs,
Procurando encontrar outro destino,
P’ra canção que ele próprio compôs.
No despertar dos nobres sentidos,
Com o sussurro da forte paixão,
Respira-se letras em livros divididos,
Sem encontrar uma outra solução.
Caminho sem destino e sem sentido,
Escrevendo no espaço da imaginação,
Em lugares para muitos escondido,
No profundo recanto do coração.
É este o meu malfadado destino,
De uma sensualidade em liberdade,
Que me acompanha desde menino,
E que me levará à eternidade.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 10 de outubro de 2012



ESSÊNCIA
10/10/2012

Meu doce oceano quente e pardacento,
Onde mergulhei minha mágoa triste,
Na magia do teu confortante lamento.
Sou alma errante e despida nesta solidão,
Na triste melodia do silêncio que persiste,
Em manter este malfadado sentimento,
Que desnuda qualquer outra ocasião.
Tua essência perfumada e penetrante,
Que à noite despe-se em brisa suave,
Tornando-se desafio constante,
No gracioso voo da bela ave.
Meu sonho em primoroso desafio,
Que do teu amor se sente ausente,
Dum fogo que se torna frio,
E que todo o meu corpo sente.
No teu pouco, procuro o consenso,
De uma bela constelação,
Entre a luz da lua prateada
E a luz de um pau de incenso,
Encontrar uma forte ligação,
Nesta triste vida adiada.
Foges da minha linha de visão,
Como o orvalho foge à luz do sol,
Nas primeiras horas da madrugada.
A ilusão prendeu este pobre coração,
Como um peixe preso na ponta de um anzol,
Mergulhado neste oceano do quase nada.
Continuo a escrever para ti,
Mulher de muitos rostos,
Mostro-te que de amor não morri,
Por amar diferentes gostos.
Tua ausência na visão do paraíso,
Mostra(me) a leveza do beija-flor,
No encanto do teu doce sorriso,
E afasta (te) o meu amor.

Carlos Cebolo

terça-feira, 9 de outubro de 2012





FILHO DO VENTO
     09/10/2012

Sou o tempo sem tempo,
Sou loucura paixão,
Aroma na brisa do vento,
Expelido pelo lindo vulcão.
Sou mar com ondas de veludo,
Abismo profundo na escuridão,
Poema triste em que me desnudo,
Das tristes vestes da solidão.
Sinto um desejo astral,
Um permanente frenesim,
Carisma do mundo celestial,
Que existir dentro de mim.
Flutuo de olhos vendados,
Num desejo ligeiro de magia,
Onde colho aramas perfumados,
Da bela flora que tudo cria.
Sou filho do vento!
Névoa do mar também,
O meu sorriso é o lamento,
De quem mostra o que não tem.
Ausento-me do mundo em balanço,
Nas asas de um violino,
Que toca a música que danço,
Nos paços do pai divino.
Sou livro errado que lês,
Uma página escura do nada,
Uma nódoa na tua nudez,
A tua paixão errada.
Uma tristeza preocupante,
O teu pecado ausente,
Dum amor sempre distante,
Que o teu coração sente.

Carlos Cebolo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012




UM NOME
08/10/2012

Meu nome?
Serei eu apenas amiga!...
Olhar penetrante que consome,
Essa doce alma de rapariga,
Que em ti sente o medo,
Deste novo belo segredo.
Olhas para além da terra,
Vislumbras o infinito mar,
Mergulhando no teu coração,
Que aos poucos se encerra.
Na tua grande vontade de amar,
Arranjas uma outra solução.
Os teus olhos falam de dor,
A tua alma sente a saudade
E o coração chora por amor,
Gritando por liberdade.
O teu nome?!...
Apenas sei que em ti tudo se cria,
No teu colo a lua dorme,
E as estrelas chamam-te Maria.
Mulher, doce e eterna semente,
Com carícias que lembram um sorriso,
Vontade infinita sempre presente,
Que me quer mostrar o paraíso.
Sou incógnita aflição,
Símbolo e marca de mistério,
Com ilusão na escuridão,
Que personifica o adultério.
És bela adormecida,
Fada de contos encantados,
Com angústia esquecida,
Nestes elos entrelaçados.
És mulher sofrida,
Guardiã na magia do sofrer,
Viagem enriquecida,
Com o teu nome de mulher.

Carlos Cebolo

sábado, 6 de outubro de 2012


          
               
AS AVENTURAS DE KALÓ - KALÓ E A ATLÂNTIDA
Desta vez o aventureiro Kaló resolveu utilizar o seu manto mágico (Kaló e o Gigante) para visitar a antiga cidade de Atlântida que segundo a história que ouvia, contada pelo seu avô, era uma cidade muito linda que desapareceu e nunca mais ninguém soube o que aconteceu.
Kaló foi à biblioteca da cidade onde vivia e pediu livros que falassem de Atlântida a cidade perdida, para saber mais sobre aquele maravilhoso povo já desaparecido.
Depois de estudar a história conhecida sobre a Atlântida, Kaló colocou o seu manto mágico nos ombros e pediu que o levasse até à época em que a bela cidade existiu.
Assim, Kaló viajou no tempo e depois de muito girar numa espiral que se formou à sua volta, foi parar a um largo muito bonito, com muitas árvores, iluminação e um pavimento todo coberto de placas de madrepérola.
Kaló estava deslumbrado com tanta beleza. E como o seu manto o tinha dado também vestes iguais aos dos habitantes de Atlântida, passou despercebido no meio deles.
Kaló andou por toda a cidade e viu um povo muito trabalhador, mas ao mesmo tempo um pouco triste.
 Preocupado com este facto, Kaló procurou ouvir os comentários que principalmente a juventude fazia em reuniões secretas, nos bancos dos jardins, ao fim do dia.
Assim, Kaló teve conhecimento que Atlântida estava a ser governada por gente corrupta, que só sabia exigir do povo cada vez mais trabalho. Os jovens não tinham emprego e os filhos dos governantes, tinham sempre um emprego à sua espera, mesmo sem terem preparação ou formação para ocupar o lugar.
O povo era quase escravo, comandados por gente sem escrúpulos que gastavam muito dinheiro em festas e banquetes, nos grandes palácios onde viviam.
O povo para não passar fome, ao fim do dia procurava os restos dos banquetes dos governantes, para se poderem alimentar, uma vez que o dinheiro que honestamente ganhavam com o seu rude trabalho, não dava para nada.
Kaló que não gostava de injustiças, começou a infiltrar-se no meio do povo e a falar que as coisas não poderiam continuar assim. Algo tinha de ser feito para punir esses governantes.
O povo depois de ouvirem Kaló, tomou coragem e começou a fazer manifestações pela cidade e a exigir honestidade aos governantes e iguais oportunidades para os seus filhos.
Atlântida era uma linda cidade que ficava no meio do Oceano Atlântico, numa ilha de origem vulcânica e com um grande vulcão, que necessitava de cuidados especiais para não entrar em atividade.
O povo de Atlântida tinha inventado um sistema de proteção da cidade que impedia que o vulcão entrasse em erupção. Sempre que ocorresse alguma mudança no vulcão, as máquinas entravam em ação e retiravam a pressão do vulcão para que este estabilizasse.
O povo era quem trabalhava para manter a cidade sempre segura, enquanto os governantes apenas se preocupavam em viver bem.
Os mais velhos e sábios da cidade, resolveram convocar o povo para as manifestações e se as manifestações nada resolvessem, então teriam de partir para as greves e outras formas de luta, para obrigarem os governantes também a trabalharem para o bem da cidade e de todo o povo, fazendo os mesmos sacrifícios que o povo trabalhador.
Os governantes quando viram a revolta do povo, mandaram o seu exército prender os trabalhadores.
Os chefes dos trabalhadores ainda disseram que os trabalhadores eram necessários para o bom funcionamento da cidade e para evitar que o vulcão entrasse em erupção, mas os governantes não ligaram nenhuma e mandaram prender também os chefes dos trabalhadores e meteram no lugar os seus próprios filhos.
Com o povo sem nada poder fazer, os governantes continuaram com as festas e a gastar cada vez mais o dinheiro da cidade.
Os filhos dos governantes, em vez de trabalharem para manter a cidade em segurança, queriam era festas e não ligavam nenhuma às máquinas.
Com o passar dos dias, o vulcão começou a ficar muito quente. As máquinas sem a manutenção do povo trabalhador, ficaram estragadas. Com muita pressão acumulada dentro do vulcão, este começou a deixar sair cá para fora, muito fumo.
Os chefes do povo trabalhador, mesmo na cadeia, ainda alertaram os governantes para o perigo do vulcão, mas eles não ligaram nenhuma.
Kaló quando viu a vulcão quase a entrar em erupção, cobriu-se com o seu manto mágico e voltou para casa.
O vulcão explodiu e levou toda a ilha para o fundo do mar.
A ilha e a linda cidade de Atlântida desapareceram para sempre e ainda hoje, ninguém sabe onde ela foi parar. Apenas se sabe, em livros mais antigos, que Atlântida era uma cidade muito bonita e o seu povo era muito inteligente, mas que foi muito mal governada.
Perlim pim pim, a história chegou ao fim.
Carlos Cebolo

segunda-feira, 1 de outubro de 2012



 NÉVOA TRAIÇOEIRA
                01/10/2012


Sou água cristalina que corre solta,
Sou névoa que esconde o belo brilho,
Nesta tua e minha grande revolta,
De uma arma que se aperta o gatilho.
Nestas vidas sempre em cruzamento,
Percorro a frágil ponte a baloiçar,
Procurando acabar com o sofrimento,
Desta terrível e nova forma de amar.
Sempre a deslizar neste oceano de desejo,
Entre estrelas e promessas adiadas,
Querer saborear o teu doce e quente beijo,
Em várias madrugadas acordadas.
Neste meu mundo de amor adormecido,
Com desejos e sonhos flutuantes,
Recordar o novo desejo aparecido,
Sentir, o que já não sentia antes.
Ficou na ternura, os teus doces abraços,
Na alma, os beijos da tua ternura,
Neste coração agora feito em pedaços,
Com toda a triste situação de amargura.
Do teu meigo olhar agora me lembro,
Com saudade de uma doce delícia,
Lembrando a suave brisa em Setembro,
Sentido na tua refrescante carícia.
Asas quebradas caídas no chão,
De noites levadas em perfeito delírio,
Reacenderam a chama do velho vulcão,
Que entra agora, no seu novo declínio.
Sou a boa e eterna fonte da juventude,
Que procura os corpos rejuvenescer,
De uma triste e mesquinha atitude,
Que Lúcifer, procura amadurecer.
Sem fôlego, o orvalho ainda escorre,
Por entre brumas frias do pensamento,
De um fraco amor que também morre,
Por não ter na alma, o seu sustento.

Carlos Cebolo




APENAS SONHOS
28/09/2012

Neste meu sentir de sentidos,
Enlouqueço com o teu pensar,

De tristes momentos convertidos,
Sem nunca de poder vir a amar.
Foram momentos de pura magia,
Com o teu toque de sedução,
Que abalaram a minha alegria,
E quase se tornaram paixão.
Paixão num êxtase agudo,
Tocado por um olhar sem asas,
Com os suaves toques de veludo,
Arrefecendo as quentes brasas.
Desse sonho belo, também acordei,
Com cheiros aflorados na mente,
Que sempre julgo que sonhei,
Ter vivido um amor ardente.
A noite respira o doce odor,
Surgido na madrugada tardia,
Que poderá ter causado alguma dor,
Com sons de tão triste melodia.
Nesta vida desconhecida de paixões,
Traçado com palavras sonhadas,
Não existe apenas dois corações,
Em tramas e linhas cruzadas.
Mergulhar no silêncio do nada,
Sonhar com um amor verdadeiro,
É névoa de perfeita madrugada,
Que desaparece em passo ligeiro.

Carlos Cebolo