FILHO DO VENTO
09/10/2012
Sou o tempo sem tempo,
Sou loucura paixão,
Aroma na brisa do vento,
Expelido pelo lindo vulcão.
Sou mar com ondas de veludo,
Abismo profundo na escuridão,
Poema triste em que me desnudo,
Das tristes vestes da solidão.
Sinto um desejo astral,
Um permanente frenesim,
Carisma do mundo celestial,
Que existir dentro de mim.
Flutuo de olhos vendados,
Num desejo ligeiro de magia,
Onde colho aramas perfumados,
Da bela flora que tudo cria.
Sou filho do vento!
Névoa do mar também,
O meu sorriso é o lamento,
De quem mostra o que não tem.
Ausento-me do mundo em balanço,
Nas asas de um violino,
Que toca a música que danço,
Nos paços do pai divino.
Sou livro errado que lês,
Uma página escura do nada,
Uma nódoa na tua nudez,
A tua paixão errada.
Uma tristeza preocupante,
O teu pecado ausente,
Dum amor sempre distante,
Que o teu coração sente.
Carlos Cebolo
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