FEITIÇO
15/10/2012
Neste silêncio!...
Neste triste adormecer!
Na melancolia de acordar sem ti,
Sinto o mundo tremer.
Procuro regressar de onde parti,
Renascer e inventar-me na ausência,
Das desfocadas letras da esperança
E controlar a consciência,
Ganhando novamente a confiança.
Lembro a feiticeira da paixão,
Como surgiu
E como se apoderou da mente,
Sendo verbo que se tornou vulcão,
De um mundo que ruiu,
Vertendo o seu néctar ardente.
Feitiço forte!...
Mel que nos alimenta,
Com o seu doce toque.
Elixir de pura sedução,
Com o forte sabor a pimenta,
Que sufoca o coração.
Liberto-me da pura magia,
Na sombra de um amor por viver,
Da natureza nua da pura alegria,
Onde espero adormecer.
Seguirei só!...
Procuro outro caminho,
Em horizontes da certeza,
Sem piedade e sem dó,
De um futuro que adivinho,
Longe desta natureza.
Sou quente lavra!...
És neve fria!...
Uma agreste conjugação,
Na doçura da palavra,
Que a situação merecia.
Frio e quente,
A união do momento,
Dos sonhos perdidos na saudade,
Dum amor que ainda se sente,
Movido por forte encantamento,
De uma vida sem liberdade.
Carlos Cebolo
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