MIRAGEM DA MOCIDADE

No espelho da alma se colhe a imagem,

Todo o corpo é albergue de um renascer

E a mente se transforma em miragem,

Nesse querer e o amor acontecer,

Mantendo essa coragem partilhada,

Com essa loucura assim implantada.

Quero-te nessa beleza entardecer,

Mantendo essa ânsia da louca procura,

Sentindo esse teu peito estremecer,

Ao toque suave da minha loucura,

No amanhecer do tempo e da idade,

Levando até ti a felicidade.

E Brilha o meu olhar no teu desejo,

Colhido à sombra da moralidade,

Toda a frescura sentido num beijo,

Traz o sabor doce da mocidade,

Vivida e sentida nesse momento,

Quando o amor é contido no sentimento.

O fogo ardente que se consagrou,

Mantendo viva toda essa esperança,

Depois de aceso não mais se apagou

E amadureceu sua confiança,

Arrancando com toda a liberdade,

Todos os teus sonhos da mocidade.

Carlos Cebolo

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DESESPERADAMENTE

Não é o meu corpo que no inverno te aquece,

Nem são os meus dedos que à noite te despem

E são outros lábios sedentos que em ti poisam.

Na esperança, são os meus olhos que por ti olham

E são os meus sonhos que te atormentam à noite,

Nesse secreto desejo que não se esquece.

Não é meu, o beijo que cria infelicidade,

Nem a dor sentida, foi por mim provocada,

Será outra a alma que te tira a claridade,

Outro que te atormenta e te traz amarrada

E tu, com a esperança guardada da liberdade,

 Não soltas o uivo dessa fera enjaulada.

Não fui eu quem traçou esse teu caminho errante,

Nem ontem, nem hoje, nem amanhã serei

A voz que te chama no deserto escaldante

E na timidez, também nada te direi.

Serei aquele que contigo sonhará,

Naquele encanto que só em mim ficará.

Carlos Cebolo

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TÍMIDO AMOR

Quanto ao amor, sempre foi discreto,

Sempre tímido, como o suave vento

Que sopra quente no deserto

E refrescando a seu contento.

Por vezes se torna vadio

O amor de aparente ausência,

Sempre com o olhar fugidio,

Mostrando aquela inocência.

Outras vezes, procura o céu

E de longe, fica por perto,

No anseio de um toque teu,

Na carência do incerto.

Oportunidades se perdem,

Com toda essa timidez,

Sempre com medo do um desdém,

Na esperança que se desfez.

Amor vadio que assim se fez,

Sem sentir essa sua glória,

Procura pela sua vez,

Para fazer uma nova história.

Carlos Cebolo

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FASES DA LUA

De menina sigo as fases da lua,

Fases onde me sobra a minha alegria,

Fases de tristeza na noite crua,

Esses quartos crescentes da magia.

Essa lua cheia dos meus encantos,

O quarto minguante que me atormenta,

Traz na lua nova todos os meus prantos

Que do quarto crescente se alimenta.

A lua, foi a minha perdição,

Com ela levou minha mocidade,

Tenho fases que aquecem o coração

E outras que regelam a felicidade.

De menina sigo as fases da lua,

Primavera, verão, é alegria,

Nasce em mim a vontade de ser tua,

Noites quentes com toda essa magia.

Madura, avanço na fase da lua,

Outono e inverno é só perdição,

Colho o calor que me põe toda nua,

E nua, te entrego meu coração.

Carlos Cebolo

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NÃO TE FIES NA ETERNIDADE

Confia sim, mas não na eternidade

Que a vida puxa para cada momento

E esses momentos transportam desejo,

Como o instante empurra a felicidade,

No tocar suave e doce do teu beijo.

Na ilusão, não colhas os pormenores,

Nem faças desse silêncio o teu luto

Que esta vida para a eternidade avança,

Tocando o limite dos teus amores,

 Guardados num amanhã de esperança.

Esse momento é por ti escolhido,

No tempo e hora do teu desatino,

O amanhã pode ser o teu inimigo.

Fruto roubado é o mais apetecido

E pode traçar assim, outro destino.

Carlos Cebolo

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AO CAIR DA NOITE

Ao cair da noite,

Tudo é vão e escuro,

Aparece o silêncio que atordoa

E as coisas se transformam.

Seria a hora do recolher,

Aquém deste poente

Que divide este mundo

E para lá do poente existe,

Outra vida que se consente.

Tudo se transforma em solidão,

O pensamento entra em delírio

Voando ao teu encontro

E o sonho comanda a ilusão,

Abafando o ruído da noite.

Ao cair da noite,

Tudo é pardo!…

Sem cor,

Sem luz,

Sem definição.

É a hora onde tudo parece terminar,

Mas o amor ganha força

E nos obstáculos se altera,

Encarando a noite com bravura.

O amor não teme o tempo,

Em tudo procura a mocidade

Que alcança com prazer,

 Na calmaria do momento,

Para alcançar a eternidade.

A noite!...

A noite deixa de ser noite

Com o nascer de um outro dia.

Carlos Cebolo

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NESTE MUNDO CÃO

Neste mundo cão em que vivemos,

A tristeza não tem limite,

Meninos sofrem e ficam sozinhos,

Sem saberem o que sentem,

Na dúvida de também serem gente.

Neste mundo cão em que vivemos,

Os idosos sentem-se ausentes,

Com o seu grito sempre surdo,

Alimentam a tristeza que resiste,

Com o medo de perder tudo.

Neste mundo cão em que vivemos,

Também vive o desencanto,

Sem o brilho da felicidade,

Por onde a violência se alimenta

Com o ciúme da maldade.

Neste mundo cão em que vivemos,

Ser sem abrigo é opção

De quem já tudo perdeu

E no escárnio da sociedade

Outro mundo não mereceu.

Carlos Cebolo

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UTOPIA DOS SONHOS

O inatingível neste mundo não existe,

Tudo se transforma na força do querer

E esse amor que se julga impossível,

No querer, será fácil de se alcançar

E deixará de ser o grande enigma.

Todo o mistério se junta à vida

E o sonho da loucura comanda o mundo,

Quando o sentimento é profundo.

Teu sonho não é um pedestal celeste,

Não tem degraus por onde se descer ou subir,

Por esse mundo onde te perdeste,

Encontrarás no mesmo, a força do teu sorrir.

Assim como a noite seria triste,

Se não fosse o brilho das estrelas,

A grande magia do amor não existe,

Se não for pintado com aguarelas.

A aguarela da vida é a felicidade,

Nesta vida onde tudo se alcança,

Vivendo-se dia a dia os momentos,

Renova-se na alma a esperança

Das oportunidades perdidas.

Carlos Cebolo

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NO ESPAÇO BRANCO DOS SILÊNCIOS

No espaço branco dos silêncios,

Existem poemas desmedidos,

Corpos nus e transparentes

Por onde a música não circula.

Existem rios, lagos sem ternura,

Festas, gritos e agonia

Onde a vida se abre sem magia

E a noite existe em permanência.

No espaço branco dos silêncios,

Traça a sina um forte abraço,

 Em quem é fraco no nascer,

 Mas forte nessa emoção

De sentir a desgraça e sorrir

Nesse mundo de ilusão,

Onde a noite corre, como um rio

De águas negras e lamacentas.

No espaço branco dos silêncios

Existem sonhos não vividos,

Esperanças desencontradas,

Promessas cheias de nada.

Existem ecos surdos no vazio,

Dores sentidas que sufocam,

Nevoeiros e seus lamentos

Que deixam o corpo moribundo.

No espaço branco do silêncio,

Não existe vida nem poemas,

Nem a magia do pensamento.

Existe a dor que sufoca,

Existe a vida passageira,

Sem vitória e sem derrota,

Uma música de encantar,

A traição da linda sereia.

Carlos Cebolo

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PRELÚDIO          

Através do quadro que me apresentas,

Olho o arco-íris que pinta o céu

E imagino a nudez do campo celeste,

Nessa moldura do corpo que é teu.

Na imaginação fértil dos meus sentidos,

Desvio do teu corpo a coberta amarrotada,

Libertando a frescura que há em ti

E esse sentir do desejo amordaçado.

A tua constante presença no meu sonho,

Alongam as extensas horas de uma noite,

Na angustia de te querer e não ter,

No desejo de partilha do mesmo leito.

E assim vou levando esta tristeza,

Guardando no fundo da memória a tua imagem,

Esperando o momento certo e a hora chegar,

Para beijar a tua nudez e teu corpo de nuvem.

Carlos Cebolo

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CORPO E ALMA (dor)

E da inquietação nasce o amor,

Ansiedade que tudo queima,

Doce como uma guloseima

Que com o tempo provoca dor.

Consigo transporta calor,

Desapego de qualquer mal,

No fim se transforma carnal,

Com queixas, ou ciúmes e dor.

Lágrimas soltas na tristeza,

Cobertas por véu do engano,

Cobre o corpo com tal frieza.

E daquele amor sem calor,

Que aos poucos se torna seu dono,

 Apenas lhe provoca dor.

Carlos Cebolo

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ESTRELA DA MANHÃ

A lua foi de férias

No tempo tão incerto,

O amor é coisa séria

Que quero ter bem perto.

E como tudo acaba,

Só fica o pensamento,

Da vida que desaba,

Em um certo momento.

E a estrela ficou só,

Sem ver a sua lua,

Sem luz metia dó,

Naquela noite crua.

Chorou sua tristeza,

A estrela bem pequena,

Sem ver essa tal beleza,

Da vida sentiu pena.

No céu fez sua história,

A estrela da alvorada,

De dia não tem glória,

A noite é sua amada.

Carlos Cebolo

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MUDAM-SE OS TEMPOS

Mudam-se os tempos,

Mudam-se as verdades,

Apenas se chama por Deus,

Em momentos de aflição

E o amor é coisa banal,

Neste tempo de depuração.

É o tempo da mulher cortejar,

Fornecer o alimento

Na procura do amor

E o homem ser só objeto

De prazer que pode tirar,

Em todo e qualquer momento.

Vai humanidade!...

Trilha bem esse caminho

Que mulher ganhou poder

Na mudança da vontade

E o homem ficará sozinho

Esperando a eternidade.

E a conquista continua,

Apenas muda de mão

Com esta liberdade.

A mulher tem mais-valia

Nas coisas do coração

E é ela quem comanda

O prazer na realidade.

Carlos Cebolo

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O MUNDO TEM VÁRIAS CORES

O Mundo tem várias cores,

Onde se vê branco e cinzento,

 Alguém descobre outros tons,

 Por entre as pétalas das flores

Ou nessa brisa do vento

Tocado em vários sons.

Num canto sem sua cor,

O fel do amor que sufoca,

Conserva a sua doçura,

 Implantando a sua dor,

Transforma tudo o que toca

Em momento de ternura.

Onde uns vêem luto e dores,

Outros promovem a alegria,

Colhendo as cores do Mundo,

Declamando seus amores,

Com aquele toque de magia,

Encanto do amor profundo.

Na timidez de um amor,

Não passam só suas mágoas,

Nem tudo é incerteza.

Onde há frio e não calor,

Correm serenas as águas,

Que alimenta a Natureza.

Amor sem ser declarado,

É só branco e cinzento,

Outras cores não se vai ver,

Nesse mundo assim gelado,

Colhendo esse frio vento,

Essa esperança irá morrer.

Carlos Cebolo

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GRITO DE LIBERDADE

Às vezes olho para ti e penso:

-Será minha quando ela quiser!

Todas as coisas são possíveis

E o teu querer, encontra-se nelas.

No teu olhar vejo ansiedade

E na verdade revelada dos sentidos,

Imagino teu corpo junto ao meu

E o sabor adocicado do teu beijar.

Nos instantes insaciáveis do tempo,

Num tempo que se esfuma,

Serei teu se for essa a vontade,

Na conjugação dos astros dominantes.

Aquela praia deserta será nossa.

A nossa praia do prazer imaginado

E todos os segredos ficam guardados

Na memória que ficará presa ao tempo.

Gastas ficaram as palavras,

Palavras apenas fixas na memória,

Nunca pensadas,

Nunca ditas,

Apenas lembradas naquela imaginação

Que nos tira o sono e que nos perturba a mente.

E assim se revela a conjuntura,

Na aventura que se quer, mas não se vive.

A verdade amor!

É que te amo, mas não sei como o dizer,

Sem ter nada para te oferecer.

No tempo e espaço dos segredos,

Tudo pode acontecer,

Mas na realidade amor!

Só na imaginação nos podemos querer.

No silêncio do coração,

Murmuro o teu nome e estremeço.

Estremeço não de medo ou receio,

Mas daquela enorme vontade de te beijar

E contigo, apenas um pouco ficar.

No meu peito, pesa-me a moralidade

E sem nada te poder dar,

Deixo o tempo passar

Alimentando a ânsia contida que me reprime.

E no silêncio!...

Oiço aquele grito de liberdade.

Carlos Cebolo

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FRIO

Há! Esse frio que me toca a alma,

Frio leve que por cá fica,

Esperando a chuva chegar.

Sopra o vento vindo do Norte,

Assobia pelo céu cinzento,

No Mundo onde me invento,

Na esperança do sol nascente,

Tão oculto como a morte.

Este inverno que vai caminhando,

Com suas pantufas de veludo,

Sorrateiro vai entranhando,

No meu espírito, bem profundo.

Há! Este frio que se arrasta,

Entre as quatro paredes chega,

Tão frio como um punhal,

Trazendo a lividez do momento

E se torna assim fatal.

Nesse gelo da indiferença,

A paixão se tornou viuvez,

Carregando consigo o amor,

Tingido na cor do chumbo,

 Por onde entrou a dor.

O que é feito de ti juventude

De arco-íris tingido no tempo.

Desse inverno tiraste a lividez,

Com que montas a incerteza

E na vida plantas o frio intenso.

Esse frio que me toca a alma

Ocultando aquela paixão.

Carlos Cebolo

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SECRETAMENTE

Secretamente digo-te que te amo,

Mulher incerta deste meu sonhar,

Com todo este meu triste desengano,

Serei teu neste meu querer e pensar.

Assim queiras tu, minha bela donzela,

Se por mim sentires tamanho desejo,

Põe ao peito aquela rosa amarela

E guarda no teu sorriso o meu beijo.

O suave aroma que teu corpo encerra,

Que ao longe adoro neste meu sentir,

Como feitiço que ascendeu da terra

E que me perturba com o seu sorrir.

No claustro sequestrado fica o sonho

Que não se faz ouvir nem dá sinal,

Por entre os escombros de um medo medonho,

Fica o silêncio da agressão real.

Secretamente pensa na mudança,

Lembra todas as horas transviadas,

Num viver que perdeu a confiança,

Entre dias, sem haver madrugadas.

Carlos Cebolo

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HORAS MORTAS

Horas mortas de tédio ou de lazer,

É um travo de sal na minha boca,

Saídos dos teus olhos no prazer,

Nesse encanto de mulher livre e louca.

Faz-me lembrar a chuva nos beirados,

Morse tocado que ninguém entende,

Mas que leva mensagens dos pecados,

As frases que só o coração compreende.

Nessas horas mortas, tenho arrepio,

Ouve-se pedidos em morse escondido,

Gemidos e soluços entre o frio,

Que entristecem teu mundo escurecido.

De longe, na ilusão do meu olhar,

Traço diversos sabores do teu beijo,

Todo esse prazer que tens para me dar,

Cerrando meu olhar nesse desejo.

Consciente, oiço os ecos dos teus passos,

Tua imagem reflectida na mente,

No meu coração, todos os teus abraços

E teu olhar que não é indiferente.

Carlos Cebolo

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ALVORADA

Essa noite escura deixa de o ser,

O rodar à chuva se faz ouvir,

Sobre a cidade, cai o amanhecer,

Como um malmequer que só quer florir.

O madrugador canta no telhado,

Louvando ao Criador, essa alvorada,

Ave pequena tem seu agrado,

Mostrando alegria na madrugada.

Passos ao longe, confundem-se vultos,

Já nada é o que parece ser,

Recolhe o dia seus sinais ocultos

E surge assim um novo amanhecer.

Carlos Cebolo

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TEU CORPO FEITO DE NÉVOA

Teu corpo feito de névoa e magia,

Entre os soluços na noite adiada,

Sente a madrugada na hora tardia,

Como flor silvestre de luar tocada.

Em ti, se sente essa esperança fugir,

Antes de ti, já outros o sentiram,

Na tristeza não deixam de sorrir,

Apagam as mágoas que já surgiram.

Com seu amar ferido entre ilusões,

Entre arfados soluços do silêncio,

Escondidos nessas desilusões,

Estão traumas de um já velho prenúncio.

Teu corpo feito de névoa e magia,

Procura guardar sonhos e momentos,

De uma antiga e vivida fantasia

Que outrora traçou os seus sentimentos.

Vida levada sem fazer sentido,

Sentida entre correntes e vendavais,

De um mundo imaginário e imerecido,

Na alma, dores sentidas e outros ais.

Carlos Cebolo

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