NÃO CANTO O
SOLETRAR D’AURORA
Não canto o soletrar da aurora,
Quando o sol nasce, aquece a gente,
O dormir no conceito da hora,
Todo esse sorriso a alma sente.
Se cantar fosse a natureza,
De ser feliz eternamente,
Teria a cigarra a beleza,
Desse cantar inconsequente.
E assim, não canto essa alegria,
A sentida num só momento,
Pois assim também eu seria,
Pois assim também eu seria,
A cigarra no fingimento.
Sem fingir que também me dói,
Essa dor que a outro consome,
Nesse ciúme que a alma corrói,
Também fica escrito o meu nome.
E assim, deixo a Aurora brilhar,
No céu triste da noite breu
E nesse brilho de encantar,
Lembro esse amor que não foi meu.
Carlos Cebolo
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