DESESPERADAMENTE
Não é o meu corpo que no inverno te aquece,
Nem são os meus dedos que à noite te despem
E são outros lábios sedentos que em ti poisam.
Na esperança, são os meus olhos que por ti olham
E são os meus sonhos que te atormentam à noite,
Nesse secreto desejo que não se esquece.
Não é meu, o beijo que cria infelicidade,
Nem a dor sentida, foi por mim provocada,
Será outra a alma que te tira a claridade,
Outro que te atormenta e te traz amarrada
E tu, com a esperança guardada da liberdade,
Não soltas o uivo
dessa fera enjaulada.
Não fui eu quem traçou esse teu caminho errante,
Nem ontem, nem hoje, nem amanhã serei
A voz que te chama no deserto escaldante
E na timidez, também nada te direi.
Serei aquele que contigo sonhará,
Naquele encanto que só em mim ficará.
Carlos Cebolo
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