HORAS MORTAS
Horas mortas de tédio ou de lazer,
É um travo de sal na minha boca,
Saídos dos teus olhos no prazer,
Nesse encanto de mulher livre e louca.
Faz-me lembrar a chuva nos beirados,
Morse tocado que ninguém entende,
Mas que leva mensagens dos pecados,
As frases que só o coração compreende.
Nessas horas mortas, tenho arrepio,
Ouve-se pedidos em morse escondido,
Gemidos e soluços entre o frio,
Que entristecem teu mundo escurecido.
De longe, na ilusão do meu olhar,
Traço diversos sabores do teu beijo,
Todo esse prazer que tens para me dar,
Cerrando meu olhar nesse desejo.
Consciente, oiço os ecos dos teus passos,
Tua imagem reflectida na mente,
No meu coração, todos os teus abraços
E teu olhar que não é indiferente.
Carlos Cebolo
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