FRIO
Há! Esse frio que me toca a alma,
Frio leve que por cá fica,
Esperando a chuva chegar.
Sopra o vento vindo do Norte,
Assobia pelo céu cinzento,
No Mundo onde me invento,
Na esperança do sol nascente,
Tão oculto como a morte.
Este inverno que vai caminhando,
Com suas pantufas de veludo,
Sorrateiro vai entranhando,
No meu espírito, bem profundo.
Há! Este frio que se arrasta,
Entre as quatro paredes chega,
Tão frio como um punhal,
Trazendo a lividez do momento
E se torna assim fatal.
Nesse gelo da indiferença,
A paixão se tornou viuvez,
Carregando consigo o amor,
Tingido na cor do chumbo,
Por onde entrou a
dor.
O que é feito de ti juventude
De arco-íris tingido no tempo.
Desse inverno tiraste a lividez,
Com que montas a incerteza
E na vida plantas o frio intenso.
Esse frio que me toca a alma
Ocultando aquela paixão.
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