Acerca de mim

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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 29 de outubro de 2014


 MISTICISMO/HALLOWEEN

Halloween! Halloween! que será de mim?
Lá vem a bruxa com os seus bruxedos!...
Festejos nesta noite sem fim.
Com travessuras e seus segredos,
Nas ameaças com algo ruim.

Vassouras esvoaçantes ao luar,
Os chapéus de abas, preto e bicudo,
Com feia máscara, o belo escudo,
A surpresa a quem vai assustar,
Ameaçando com o mal profundo.

Do vermelho sangue ao negro luto,
Na lua cheia, noite enlutada,
A boa fada e bruxa de susto,
Ambas em perfeita caminhada,
Passos mudos que na noite escuto.

Pagão festejo, povo cristão,
Santos e finados pelo meio,
Sem maldade estendem sua mão,
Pedem guloseimas sem receio.

Halloween! Halloween numa brincadeira,
As crianças recriam a tradição,
Pais e amigos numa cavaqueira,
Em conversas de um lindo serão.

Do grande mistério da partida,
Alguns acreditam no além vida,
Outros que com a morte, tudo acaba.

Naquele perfume da alma perdida,
Tudo termina com a despedida,
Sem aquele demónio que se baba.

Neste misticismo e seu segredo,
No tempo obscuro da humanidade,
Quando se temia o vil bruxedo,
Amando-se a imoralidade,
Na exploração dos seus próprios medos,
Queimavam-se as bruxas possuídas,
Na perseguição de almas perdidas.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 28 de outubro de 2014

         

         MÃOS

Tenho nas mãos o meu sentir!...
Os olhos vêem e não sentem…
Com o tacto faço emergir,
O que quero guardar na mente.
No toque vejo a perfeição,
De tudo o que me rodeia,
Tamanho, forma e textura,
O calor de uma paixão,
Os sentimentos em cadeia,
Do amor e sua ternura. 
Com a mão escrevo o que a mente dita,
Com elas acaricio o teu corpo belo,
Se a direita para uns é bendita,
Para outros, a esquerda é um castelo.
Nelas sinto o teu corpo vibrar,
No desejo que a alma sente,
Mãos que servem para matar,
O desejo que trago na mente.
Com as mãos toco aguarelas,
Das cores vibrantes da natureza,
Traço as linhas mais singelas,
Do amor com a sua grandeza.
Na sina do meu encanto,
Faço vibrar o teu coração,
Afago o teu doce pranto,
Lendo as linhas da tua mão.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 27 de outubro de 2014


CRAVO E ROSA

Cravo belo
E formoso,
Vermelho, amarelo
É cheiroso
No seu odor.
Seu rosto amei,
Flor de dor!...
…Não sei.

Na formosura,
A bela rosa,
Na sua armadura,
É formosa.
Flor do amor,
Cetim fagueiro,
No seu primor,
Belo cheiro…

Amor meu,
Cravo papel,
Carinho teu,
Rosa fiel.
Flor de amor?
…Não sei!...
Seu doce odor,
Sempre amei…

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 24 de outubro de 2014


CRISTAL PARTIDO

Pétalas sem cor correm veloz,
Num rio de águas cristalinas,
As vozes que gritam por nós,
Traçam as nossas tristes sinas,
Heranças dos nossos avós.

Diamantes, rio sem sabor,
De cores profundas sentidas,
São palavras que gritam dor,
Em certos corações contidas
E guardadas com grande amor.

São lágrimas que correm soltas,
Recordações de nostalgia,
Sentidas e tristes revoltas,
Que apagaram toda a alegria,
De uma vida com suas voltas.

Cristal partido entre nações,
De um passado que se procura,
Não vendo quaisquer condições,
Daquele sorriso de loucura,
Que arrasou muitos corações.

Gente forte com forte mente,
Erguem os valores de novo,
E espalham sua semente,
No domínio de um outro povo,
Fazendo o seu novo presente.

Fustigados por um sol forte,
Por entre serras e planaltos,
Talharam à mão, sua sorte,
Sempre com grandes sobressaltos,
Sem medo, enfrentaram a morte.

Do Cristal partido na dor,
A forte união se formou,
Num outro mundo de valor,
Sem esquecer tudo que amou,
Por vontade do Criador.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

     

     DESEJO DE SER

Aquele que desejava, deixei de ser,
Deixei de ser, o que nunca pude ser,
Nunca pude ser quem era desejado,
Desejado que deixou de ser amado,
Ser desejado com todo o padecer.

Minha alma também assim foi desejada,
Foi desejada no auspício da magia,
Da magia por ela também cantada,
Também cantada nos hinos da alegria,
Da alegria que por ela foi sonhada.

Essa triste treva pura, não existe,
Não existe o inferno, nem o doce céu,
Doce céu que no paraíso consiste,
Consiste ser, aquele lugar que é só meu,
Só meu, donde sozinha, também partiste.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

            

             P a z

Soltam-se as amarras ao tempo!...
Os povos lutam por poder!...
Com este enorme contratempo,
Tudo se meteu a perder.
-Quem ganhou?!...
Ninguém.
Tudo o que o bom mundo sonhou,
Ficou aquém.
Expectativas da igualdade,
Sem aquela paz verdadeira,
Só fez perder a humanidade.
Triste desfraldar da bandeira…

A paz que o Mundo necessita,
Os políticos a temem!...
Neles já ninguém acredita,
Já não se sabe quem é quem,
Mas a paz bendita,
Quem a tem?
Terra Santa com seus pecados,
Lutas infinitas sem fim,
O povo a cair aos bocados.
Também Cristo morreu assim.

Há povos que morrem de fome,
Em nome da paz invisível,
Triste guerra que os consome,
Está cada vez mais terrível.

Paz!...
Palavra vã, como maldita,
Para quem triste guerra faz,
Matando, na paz que acredita,
Procurando apenas poder,
Tornando a palavra bendita,
Todos a querem merecer.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 21 de outubro de 2014

      
   OUTUBRO

Com um silêncio aparente,
Aquele encanto da lua,
O Outubro frio e quente,
Na sua roupagem nua,
Folhas caem de repente.

Aquela imagem de marfim,
Com nuvens em movimento,
Que cobrem tudo de mim,
Escondem meu sentimento,
Por este mundo sem fim.

Brancas nuvens que se deitam,
Neste Outubro mês sereno,
Onde os amores meditam,
Naquele clima próprio e ameno,
Em tudo que acreditam.

Assim despe a Natureza,
Sua roupagem dourada,
Apenas fica a certeza,
Duma vida prolongada,
Que produz sua riqueza.

Esse Outubro, Ser mulher,
Madura de natureza,
Com o saber no escolher,
Transforma a sua beleza,
Não se deixa esmorecer.

Outubro mês melancólico,
Cinzento e com pouca luz,
Seu aspecto nostálgico,
A mim, nada me seduz,
Por não ser meu acólito.

Na nudez do sentimento,
Mês húmido e agreste,
Escolhe o belo momento,
Nova roupagem que veste,
Esta vida em movimento.

No esconder da realidade,
Cai a neve lá no monte.
Forma o rio da saudade,
O amor que não te conte,
Tristezas da mocidade.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

        

      INSÓNIA

Naquela noite que não durmo,
Cercado de desassossego,
Fazendo da noite diurno,
Como o costume do morcego,
No sentir da alma me desnudo.

Entro nessa estrada do sonho,
Entrada da vida, sem vida,
Com o precipício medonho,
Onde a tristeza é divertida
E o triste caminhar risonho.

Lucidez inútil do corpo,
Olhos fechados sem dormir,
Com aquele movimento tropo.

Nesse imaginar de uma coisa,
Logo surge outro assunto também,
No despertar do teu sentir.

O peso do sono em mim poisa,
Mas esse descanso não vem,
No princípio do meu dormir.

Nas pálpebras no seu fechar,
A monotonia é diferente.

Sonho sem sentido nenhum,
Num sono sem querer sonhar,
A loucura que também sente,
Por ter com a morte, algo em comum.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

   

 SONHOS SEM COR

Era menina e moça na ilusão do amor,
Sonhos sentidos cheios de felicidade,
E pouco a pouco decepados pela idade,
Em sonhos coloridos que perderam cor.

Maldito o dia em que perdeu a confiança,
Bendito apenas por não ter continuidade,
Esse poder pobre, dado por uma aliança,
Ilusórios tempos da sua mocidade.

Como o cuco, sem ninho está seu coração!
Essa chuva ácida que dos seus olhos brota,
Forma no chão nascentes cheias de emoção.

Como a roseira sem rosas perde o valor,
Sua alma vai perdendo a fé, de gota em gota,
Nas pétalas secas e caídas do amor.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 15 de outubro de 2014


      SOLIDÃO

Encerram-se as vestes do céu,
Cobre-se o rei sol protector,
Tempo vivido se perdeu,
Encanto e beleza do amor,
Por onde a vida se escondeu.

Naquele recanto do jardim,
Deixo voar o pensamento,
Pensamento que existe em mim,
De outros tão belos momentos,
De um Mundo esquecido, sem fim.

Recordo o tempo já passado,
Porte altivo da juventude,
O muito que fui admirado,
Toda aquela embriaguez que ilude,
Um corpo jovem desejado.

Neste presente de tristeza,
Estando triste e abandonado,
De nada conta a velha beleza
E as glorias do lindo passado,
Num futuro da incerteza.

Só, neste banco de jardim,
Parece que ninguém me vê!...
O tempo já passou por mim,
E na velhice ninguém crê,
Como ninguém crê no seu fim.

Aqui, neste triste jardim,
Ninguém olha p’ra bela flor,
As cores vivas do jasmim,
Essa beleza do interior,
Que existe no interior de mim.

Talvez o receio de ver,
O futuro da sua dor,
Na velhice, antes de morrer,
Depois de viver seu amor,
E também aqui padecer.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 14 de outubro de 2014


SÓ A POESIA VENCEU

Mas esta tristeza é desassossego,
Por não ser justa nem pura
Na alma que a sustenta,
Sem pensar em existir,
Com algo que já existe.
No contraste da vida sonhada,
O pensamento voa descontente,
Num corpo alegre que resiste,
Ao ser triste, por estar contente.
Sem ambição nos seus desejos,
Faz a alma a sua jornada,
Tendo a solidão por companhia,
Encontrando-se sempre sozinha.

Uma ovelha sem pastor,
Que a negra nuvem, lhe corta a luz,
Com sua mão ossuda de algodão
Amargo na sua cor,
Traz tremor ao passar
Com a sombra que produz.

No cimo de um cipreste,
Colhe a ovelha o alimento,
Ao som da nuvem passante
Que de negro se veste.
Na brancura do seu pensamento,
Segue a ovelha adiante,
Escrevendo sem mestria,
Lindos versos em poesia.

No final dos tempos, a ovelha chorou
Com o triste fim que se aproxima,
Tudo o mais, o vento levou,
Colhendo com sua magia
No ceifar que se adivinha,
Os lindos versos da poesia.

Já tudo se esqueceu,
Neste Mundo rotativo,
Seja qual for o motivo,
Só a poesia venceu.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

        
       BAILARINAS

Ao som do violino, seu desgosto,
Olhar triste, rosto sorridente,
Começa a bailarina a dançar.
Um arrebol ligeiro no rosto,
Sete sedas no corpo somente,
Lançam o corpo no seu colear.

Os belos ventres arredondados,
No calor do corpo, o suor ardente,
Dos castigos incertos dos pecados.

Foi do ventre é esta dança chamada,
Moda de costume oriental,
Oferta sexy em dança ondulada,
Da juventude, ser imortal.

No cosmos seus sinais da incerteza,
No seduzir com doce colear,
Entre os serões de certa impureza.

Vida difícil da juventude,
P’ra liberdade poder ganhar,
Naquele estrelado que a ilude.

Bela dança e seus perfeitos passos!...
Das jovens, no recolher da idade,
Mostram seus tristes olhares baços,
Na ilusão da bela mocidade.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 9 de outubro de 2014


 INÓPIA DOS SENTIDOS

Minhas grandes mágoas,
Caminhos sem fim,
Coisas aos bocados,
Estas tristes águas,
Pedaços de mim,
Em sonhos trocados.

Este cansaço de pensar,
No existir, por existir,
Espírito ausente, passar
Por este tempo sem partir,
Para trás a vida ficar.

Universo oco de ideias,
Tédio do corpo esquelético,
Luz severa das candeias,
Dum poder já eléctrico.

Fúria de um traçado destino,
Causa e efeito da confusão,
A própria mente em desatino,
Escura luz da escuridão.

Para quem a vida tem usada,
Prazer dos prazeres da alegria,
Também a tem assim acabada,
No cantar mudo da poesia.

Na ilusão do espaço e do tempo,
Falsas memórias construídas,
Nos claustros do meu pensamento,
Que abrem de novo, as feridas,
Então fechadas no convento.

Como a água do rio, a vida passa!...
Deixa para trás o nascimento,
Vai a carne e só fica a carcaça,
Em papiro, fica o pensamento.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 8 de outubro de 2014


DIA DE CHUVA

Nasce cinzento o dia de chuva,
Dia e noite se confunde,
O céu parece traje de viúva,
No passado que o prende.

Sem luz, nasce o dia meio escuro,
Chuva miúda por cá.
Ao longe, na linha, vê-se um muro,
Nada se vê para lá.

Não sei que dia teremos hoje,
Nem o que nele, farei.
Esta triste vida que me foge
E para onde irá não sei.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 7 de outubro de 2014


ENTRE A CRUZ E A ESPADA

Entre a cruz e a espada,
O povo cantava feliz,
Na simplicidade esperada,
Água parada de um chafariz.

Duma felicidade cativa,
Da infelicidade já cativo,
Sem querer que apenas viva,
O triste povo ainda vivo.

Tratado como humidade,
Que de negro pinta a parede,
É fungo gasto pela idade,
A água que não mata a sede.

Tirar o trabalhador ao Mundo,
Ser oco de pensamento,
Querer por a nau ao fundo,
Com negação do sentimento.

A quem prezar com tais favores,
Este povo trabalhador,
Na descrença de tais senhores,
Para ganhar tamanha dor.

Pau queimado de incenso mudo,
Traduz a luz do belo olival,
Da boca fria que pensa tudo,
Atitude de um animal.

Fósforo queimado da boa cepa
Para quem não tem memória,
A força que o rei decepa,
Torna o reinado sem glória.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 6 de outubro de 2014



CHUVA DA ALMA

Nuvem negra do pensar,
Que ondula nesse céu suave,
Como o cantar da bela ave,
Ouvindo o vento passar.
Nesse eterno caminhar.

Tão doce como o chover,
Em dia de sol radioso,
Negro no seu padecer,
O passeio vagaroso,
Que se torna doloroso.

Passear entre o azul do céu
E levando água ao seu moinho,
Neste jardim meu e teu,
Onde me encontro sozinho,
Esperando o teu carinho.

E negra fosse minha alma,
Bendita na natureza,
Sem de nada ter certeza,
Do bem e do mal que acalma.

Peso enorme, vida breve,
Dentro de mim escondido,
A dor, que alguém a leve,
Antes do corpo perdido.

Girar da força, razão,
Que endireita já rijo leme,
Triste e pobre coração,
O velho corpo que treme,
Por já não ter condição.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

  

 CONTADOR DE SONHOS

Quando sou chamado a escrever versos,
Ou quando a minha alma assim se dispõe,
Escrevo no papiro da memória o sentimento
Que no ar andam dispersos,
Quase sempre à hora que o rei se põe,
Lá nos confins do firmamento.

Os que lêem os meus versos,
Para me agradar, chamam-me poeta,
Nestes momentos controversos,
Onde o Mundo se sente alerta,
Na vanguarda dos sentimentos,
Ao atravessar os tristes momentos,
De uma vida que tem a morte por certa.

Não passo de um contador de sonhos,
Que pelas frias mãos das estações,
Procura o norte da vida real,
Que faça os dias sombrios mais risonhos
E acabe com todas as confusões,
Duma mente que não encontrou o seu ponto cardeal.

Sem ambições, mas com desejos,
Ser poeta não consta deles,
Como os meus lábios não vivem de beijos,
Nem tão pouco procuro por eles.

Carlos Cebolo
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