INSÓNIA
Naquela noite que não durmo,
Cercado de desassossego,
Fazendo da noite diurno,
Como o costume do morcego,
No sentir da alma me desnudo.
Entro nessa estrada do sonho,
Entrada da vida, sem vida,
Com o precipício medonho,
Onde a tristeza é divertida
E o triste caminhar risonho.
Lucidez inútil do corpo,
Olhos fechados sem dormir,
Com aquele movimento tropo.
Nesse imaginar de uma coisa,
Logo surge outro assunto também,
No despertar do teu sentir.
O peso do sono em mim poisa,
Mas esse descanso não vem,
No princípio do meu dormir.
Nas pálpebras no seu fechar,
A monotonia é diferente.
Sonho sem sentido nenhum,
Num sono sem querer sonhar,
A loucura que também sente,
Por ter com a morte, algo em comum.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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