INÓPIA DOS
SENTIDOS
Minhas grandes mágoas,
Caminhos sem fim,
Coisas aos bocados,
Estas tristes águas,
Pedaços de mim,
Em sonhos trocados.
Este cansaço de pensar,
No existir, por existir,
Espírito ausente, passar
Por este tempo sem partir,
Para trás a vida ficar.
Universo oco de ideias,
Tédio do corpo esquelético,
Luz severa das candeias,
Dum poder já eléctrico.
Fúria de um traçado destino,
Causa e efeito da confusão,
A própria mente em desatino,
Escura luz da escuridão.
Para quem a vida tem usada,
Prazer dos prazeres da alegria,
Também a tem assim acabada,
No cantar mudo da poesia.
Na ilusão do espaço e do tempo,
Falsas memórias construídas,
Nos claustros do meu pensamento,
Que abrem de novo, as feridas,
Então fechadas no convento.
Como a água do rio, a vida passa!...
Deixa para trás o nascimento,
Vai a carne e só fica a carcaça,
Em papiro, fica o pensamento.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário