Acerca de mim

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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sábado, 30 de novembro de 2013

                                                  

                                                        
                                O VELHO PESCADOR E O GOLFINHO

No país do faz de conta, havia um pescador velhinho que vivia só na sua cabana junto ao mar.
O velho pescador tinha um barquinho de madeira com o qual pescava alguns peixes para vender e para comer. Mas só pescava quando não tinha nada para comer.
Um dia o pescador acordou cedo e reparou que na sua cozinha nada tinha para comer. Preparou no seu barquito e lançou-se ao mar, para pescar.
O dia estava lindo, cheio de Sol e prometia ser um bom dia de pesca, mas as horas passavam e o pescador não pescava nada.
Já ao fim do dia, o pescador ao recolher a rede, viu que trazia algo muito pesado e pensou ter apanhado muitos peixes.
Quando recolheu toda a rede, reparou que afinal não tinha apanhado muitos peixes, mas apenas um golfinho que se debatia com as redes.
O pescador que gostava muito dos golfinhos, rapidamente cortou as redes e soltou o animal que alegremente nadou em liberdade, sempre junto ao barquinho do pescador e de vez em quando, brincava com ele, atirando-lhe jatos de água.
O pescador com as redes cortadas resolveu voltar para terra, pois com aquelas redes não iria apanhar nada.
Embora cheio de fome, o pescador ia contente por ter salvado o golfinho e pensava:
 - Não faz mal. Um dia com fome não se morre, amanhã será outro dia.
Antes do Sol se pôr, o pescador arranjou a rede e guardou-a no barquinho.               
No dia seguinte, o pescador acordou cedo e voltou ao mar com o seu barquinho.
Ao entrar na água, viu que o golfinho estava à sua espera e quando viu o pescador, alegremente começou a dar saltos de alegria e a nadar sempre em frente ao barquinho.
O velho pescador seguiu o golfinho e quando este parou, resolveu lançar a sua rede para ver se apanhava alguns peixes.
O golfinho mergulhou e desapareceu.
Uma hora depois, o golfinho apareceu e começou a lançar água ao pescador.
O pescador entendeu que o golfinho queria que ele puxasse as redes. E assim fez.
Sentiu que a rede vinha novamente com muito peso e pensando que pudesse ser outro golfinho, rapidamente puxou a rede e viu que esta trazia alguns peixes e um baú no fundo da rede.
Com tudo dentro do barquinho, o velho pescador abriu o baú e viu que estava cheio de moedas de ouro muito antigas.
O pescador muito feliz olhou para o golfinho e viu que este trazia na boca uma ostra que atirou para dentro do barco.
O golfinho alegremente mergulhou, passou por baixo do barco e apareceu do outro lado.
Como o pescador estava de costas a olhar para o lado onde o golfinho tinha mergulhado, não viu que este tinha passado por baixo do barco e aparecido do outro lado.
O golfinho chamou a sua atenção, lançando um jacto de água nas costas do pescador.
Quando este se virou, o golfinho mergulhou e meteu a cauda fora da água e fez adeus ao pescador e desapareceu.
O pescador voltou para terra assou uns peixes, comeu e só depois é que foi arrumar as coisas.
Como era um homem honesto, sabia que os tesouros encontrados no mar teriam de ser entregues às autoridades. Por isso foi á Polícia marítima e entregou o baú com as moedas de ouro ao comandante, contando a sua história.
Foi para casa feliz por ter cumprido com o seu dever e ao chegar à sua cabana, lembrou-se da ostra. Foi ao barquinho procurar e encontrou a ostra junto à rede de pesca.
Ao abrir a ostra, viu que esta tinha uma grande pérola negra dentro.
Retirou a pérola e reparou que era de um negro muito brilhante. Era linda e refletia raios de luz prateada. Guardou-a no bolso das calças e foi para a sua cabana.
Na hora do jantar, lembrou-se que se vendesse a pérola, podia comprar um bom bife para comer, pois há muito que só comia peixe. Tirou a pérola do bolso e esta refletiu um raio de luz prateada em direção da pequena mesa que o pescador tinha no centro da cabana.
No local onde a luz poisou, apareceu um prato com um bom bife, com batatas fritas e um ovo estrelado. O pescador admirado olhou para a pérola e disse:
- Será que és mágica? Ou eu estou a ver coisas?
Foi junto à mesa e viu que o bife era verdadeiro. Contente sentou-se para comer e pensou em voz alta:
 - Agora só faltava um bom vinho para acompanhar este manjar.
Nisto, a pérola brilhou novamente e apareceu uma garrafa de vinho.
Assim, o velho pescador teve a certeza de que a pérola que o golfinho lhe tinha oferecido era realmente mágica. Bastava pedir algo à pérola que ela dava. Mas como o pescador não era ganancioso, só pedia o que necessitava.
Passado alguns dias, o comandante do Porto mandou chamar o pescador e entregou-lhe uma mala com muito dinheiro que era a recompensa dada pelo Estado por ter achado e devolvido o baú com as moedas antigas e raras que estavam agora num museu.
O pescador ficou rico, mas não deixou de ir ao mar com o seu velho barquinho. Só que nunca lançava a sua rede. Ia sempre com a esperança de encontrar o seu amigo golfinho, para lhe agradecer. Mas o golfinho nunca mais foi visto.
O velho pescador viveu sempre na sua cabana junto ao mar e todos os dias saia com o seu barquinho para dar uma volta pelo mar.
As pessoas que o viam perguntavam uns aos outros o que ele ia fazer, mas ninguém sabia o motivo. Só o velho pescador tinha a esperança de um dia encontrar novamente o seu amigo golfinho para lhe agradecer.

Carlos Cebolo


          
   

sexta-feira, 29 de novembro de 2013


ÉS MINHA

Boa noite escuridão…
A luz do dia se apagou,
Deixou fluir a noite bela
E afastou a solidão.
No mau momento que passou,
Juntei o meu corpo ao dela.

Senti emoções aos molhos,
No teu doce modo de amar,
A força dos teus lindos olhos,
Com a água benta do teu olhar,
Foi fonte do intenso amor,
Que na escuridão aplacou a dor.

Senti o Sol dos teus lábios,
Gemidos embriagados na mente.

Sorvi os momentos sábios,
Do teu corpo ainda dormente.

Gritantes mistérios sem solução,
Percorrem teu corpo em desfilada,
Nas águas pura do teu respirar.
Lindo paraíso da minha visão,
Teu corpo nu na bela madrugada,
Em convite doce do teu amar.

Mar de pétalas em sedução,
Num brinde à vida em movimento,
Projecta esse teu corpo vulcão,
Na beleza do teu consentimento.

Gemidos calados em mim,
No prazer de te ter assim.

Carlos Cebolo





quinta-feira, 28 de novembro de 2013


O CHORAR DAS FLORES

Triste chorar das flores,
Pétalas soltas ao sabor do vento,
No chão deixam odores,
Do velho sentimento,
Na busca de outros novos amores.

Choram tristes venturas,
Sentidas num coração trespassado,
Cheio de amarguras,
De um amor passado,
Com receio de novas aventuras.

Amor sentido na dor,
Projectos guardados na triste mente,
Pintados com outra cor,
Aquela dor que sente,
A Alma que viveu um grande amor.


Carlos Cebolo

quarta-feira, 27 de novembro de 2013


CUMPLICIDADE

O beijo com maldade,
Todos os nossos segredos guardados,
Numa cumplicidade,
Nos desejos guardados,
De um amor preso na igualdade.

Prefeita confiança,
Absorvendo todo esse desgosto,
Da velha aliança,
Com suores no rosto,
Na espera de nova esperança.

Esse tempo que passou,
Sem reservas na nova confiança,
Da fé que ornamentou
Com toda a mudança,
Na cumplicidade que sempre amou.


Carlos Cebolo


MINHA AFRODITE

Teu corpo dança ao luar,
Uma sinfonia de amor,
Com todo o teu calor,
Num eterno rodopiar.
Liberta odor adocicado,
Afrodisíaco licor,
Teu suor ornamentado,
Que me toca com fervor.
És alma gémea do amor,
Talhada à minha medida,
Que na ausência causa dor,
Numa tristeza repetida.
És o côncavo do coração,
Onde guardo a imagem,
Como boa recordação,
De tão bela camaradagem.
Convexo do meu ser,
Que fecha o universo,
Do querer e poder,
Ser cantado em verso.
Alma gémea perfeita,
Nos corpos a união,
Do amor que se aceita,
Sem impor condição.
És sonho do pecado,
Pétala de emoção,
Que trago guardado,
No meio do coração.
Sorvo o doce néctar,
Do calor da paixão,
Nesse teu cavalgar,
Na tua doce explosão.
És viagem sem fim,
Com toques flamejantes,
Despertas desejos em mim,
Nos sentidos alucinantes.
És deusa do amor,
Escrava da paixão,
Que mostras o teu valor,
Em perfeita comunhão.


Carlos Cebolo

terça-feira, 26 de novembro de 2013


PERDIÇÃO

Perdição da alma no encantamento!...

Ondas revoltas por onde navega,
As mágoas da terrível paixão,
Do amor que sente e não nega.

Pintura em relevo na distancia,
Que retrata o sentir do coração
E forma no peito a dor e ânsia.

Num desassossego sem fim!...

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/


segunda-feira, 25 de novembro de 2013


CORAÇÃO SOFRIDO

Triste vida passada,
Revoltosa escolhe o caminho,
Na paixão esperada,
Sabores e carinho
Da velha vida no tempo amada.

Sem amor enfeitado,
Nesse deserto repleto de vida,
Amor enfeitiçado,
Numa vida perdida,
Infiel desejo sempre guardado.

O sofrer do coração,
Com um virar constante dos destinos,
São traços duma paixão,
Todos os desatinos,
Da tristeza vivida sem condição.


Carlos Cebolo

sábado, 23 de novembro de 2013


DIREITO DE SER AMADO

Sinto falta de um carinho,
Não tenho calor humano,
Neste Mundo tão insano,
Quem me trace o caminho.

Sinto a falta do teu colo,
Mãe do meu amor sonhado.
Alguém que me dê consolo,
Neste Mundo partilhado.

Oiço falar em direito!...
A criança proteger…
Tenho esta dor no peito,
Não pedi para nascer.

Onde estás que não te vejo,
O colo que nunca tive,
O sabor do teu beijo.

Minha mãe, chamo por ti,
Dentro de ti sobrevive,
O amor que não mereci.

Abandonado à sorte,
Viver sem amor de mãe,
É condenação de morte.

Mágoa que a criança sente,
Sem ter a quem chamar mãe,
Na dor que o Mundo consente.

Carlos Cebolo






quinta-feira, 21 de novembro de 2013


DESGOSTO

Ventos fortes sopram do mar,
Entre molhes da praia deserta,
Na rebentação que fixa o olhar,
Da gaivota que o penacho liberta,
Com o belo, mas triste esvoaçar.

Pirilampos no seu fraco cintilar,
Enchem o lenço na tua fria mão,
Com o licor salgado do teu rosto.
Fissuras do teu imenso e doce mar,
Sentidas na palma da tua fina mão,
Deixam escorrer todo o teu desgosto.

Tuas cortinas corridas sobre os sonhos,
Abertas em pálpebras doridas de dor,
Que se erguem no passar da madrugada.

Carlos Cebolo

carlosacebolo.blogspot.com/

quarta-feira, 20 de novembro de 2013



SIMPLICIDADE DA VIDA

Na simplicidade da vida,
Vivem as crianças no seu todo,
Sem preocupações,
Com amor numa vida sentida,
Vivendo-a do seu modo.
Nas suas ilusões
E fantasia sempre presente,
Vivem o amor que a alma sente.

Coisas simples e belas,
Surgem na origem do nada,
Na mente fértil da criança.
Na simplicidade que é só delas,
Vivem uma vida partilhada,
Na amizade e confiança.
O amor verdadeiro que sente,
Mostra a alegria sempre presente.

Com natural simplicidade,
Arranjam brincadeiras do nada,
Mostram toda a genialidade,
Com a amizade partilhada.

Brincam sem qualquer maldade,
Na simplicidade da vida partilhada,
Em todos apenas vê amizade.

Sentem amor no modo de brincar,
Amor de uma vida simplificada,
No sentir brilhante do seu olhar.

Carlos Cebolo





terça-feira, 19 de novembro de 2013



MATERNO AMOR

Colo preenchido com um tesouro,
Ave-do-paraíso em ninho enfeitado,
Suga incessante o néctar do amor.
Alimentando-se com o puro ouro,
Que dos seios de sua mãe é ofertado,
Com graça e leveza em seu louvor.

Na maternidade de todos os sentidos,
O amor que dá e recolhe com prazer,
Lembra na infância, os papéis invertidos.

Ser mãe, é o benefício da dádiva recebida,
Que só sente quem dá algo de si com prazer,
Em ver o seu fruto crescer na alegria sentida.


Carlos Cebolo

segunda-feira, 18 de novembro de 2013


NOCTÍVAGO/CASANOVA

Faz da noite o seu dia,
Vampiro de amor sedento,
Procura na hora tardia,
A ocasião do momento.
Com olhar brilhante,
Traço de autêntico predador,
Faz-se passar por bom amante
E na incauta vítima, provoca dor.
Noctívago Ser encantador,
Nas palavras, o bom falante,
Com muitas promessas de amor,
No engano se sente radiante.
Vagabundo na sua liberdade,
Sonha com a colecção que faz,
Em números sem qualidade,
No desejo carnal que o satisfaz.
Sente-se seguro à luz da lua,
Diz-se enamorado de quem lhe aparece,
Beijando ardentemente a pele nua,
Das vítimas que de carência padecem.
Sedutor de belo sorriso,
Na penumbra se resguarda,
Escondendo os seus segredos.
Perante a luz se sente indeciso,
Com receio da vítima ser alertada,
Libertando-se dos seus medos.
Ave de bela plumagem,
Vestida a rigor na noite escura,
Ataca em plena viagem,
Quem não se mostra segura.
Fala para tocar o coração,
A quem quer ouvir elogios.
Procura esconder a razão,
Para vencer os desafios.
Nefasto Casanova solitário,
Destruidor dos pobres corações,
Já com sofrimento diário,
Por sentir na vida, ilusões.
Carlos Cebolo






sexta-feira, 15 de novembro de 2013



BABILÓNIA

Torre de Babel,
Insano recanto.

Rainha Isabel,
Abre o seu manto.

Transforma-se em rosa,
O trigo Caseiro,
Canta-se em prosa,
Ao som do marmeleiro.

Escravo passado,
Senhor do Mundo,
Mar navegado,
O abismo profundo.

Crescente fértil,
Morto Mar,
Rei sem perfil,
Magos ao luar.

Estrela cadente,
O astro rei
Cai de repente,
Ao sabor da Grei.

Jardim suspenso,
Local de amor,
Queima-se o incenso,
No sentir da dor.

Gnomos e duendes,
Em asas de fada,
Majestade de crentes,
Na noite adiada.

Sonho de encantar,
Num rio ardente,
Para a fome matar,
Neste Mundo doente.

Babilónia, Babel,
À luz da paixão,
Reino de papel,
Sempre em oração.

Carlos Cebolo


quinta-feira, 14 de novembro de 2013



UM PEDAÇO DE TI

Casulo de seda bordado,
Onde teu corpo se esvazia,
Sedento na sede do amor,
Do doce sentido guardado.
Momentos de eterna magia,
De uma alma cheia de dor.

Este agreste Outono da vida,
Dum Ser primaveril no amor,
Abraça a madrugada perdida,
De uma alma cheia de dor.

Corpo vestido de luz matinal,
Liberta pelo quarto o doce odor,
Entre persianas na luz do luar,
De uma alma cheia de dor.


Carlos Cebolo

quarta-feira, 13 de novembro de 2013




ROSAS SELVAGENS

Nascem rosas selvagens no meu quintal,
Banhadas pelo sol da manhã e a luz do luar.

Nasce o amor onde menos se espera
E tudo o resto me parece normal.

Alma e corpo para além do mar,
Nas ondas revoltas da nova Era,
Em pétalas abertas para amar.

Rosas selvagens de várias cores,
Com perfume suave no seu rosto,
Derramam odores de outros amores
E trazem nas pétalas outro gosto.

Rosas que murcham com o tempo
E renascem viçosas na primavera,
Com amor selvagem no contratempo,
Da triste vida que desespera.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/


  

 O SILÊNCIO DO AMOR

No silêncio das palavras lidas e escritas,
A espera de gestos de amor na ternura,
Que nasce do nada esperado e sentido.

Palavras sentidas no silêncio que se adivinha,
Do amor confessado que nem sempre dura,
Fica o momento em que te tornaste rainha.

Aquele amor no pensamento imaginado,
Sentimento que nasce entre duas almas,
Admitido apenas, depois de muito falado.

Breves palavras num sentimento de verdade,
Que revoltam as águas nas nascentes calmas,
Traduzidas na silenciosa vertente da amizade.

O perfume que escorre no silêncio do teu rosto,
É prenúncio de amor espraiado no teu desgosto.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/




JUVENTUDE

Eterno elo sagrado,
De uma vida em movimento,
Juventude nascida e criada,
Neste Mundo abençoado.
No avançar dos anos o lamento,
De uma felicidade adiada,
Com o cálice da vida parado.
A imagem se modifica,
No olhar paralelo que reconhece,
Sem o espelho que mortifica,
A alma do mal que se padece.
Espírito rejuvenescido,
No entardecer do Ser,
O renascimento da alma,
Em contraste ao envelhecer
E o ganhar da calma,
Dando o facto por merecido.
Na alma existe atitude,
Espraiada na vida vivida,
Com o passar do tempo e juventude,
Na vida tardia, merecida.
O eu interior, bem fundo no espaço,
Talha a juventude da idade passada,
No presente entardecer.
Não se perde nenhum pedaço,
Da alma jovem sempre amada,
Num espírito, sempre a renascer.
Ganha-se experiência e saber,
Com o passar dos anos e saúde,
Aumentando o prazer, pelo prazer,
Desejado na juventude.

Carlos Cebolo






terça-feira, 12 de novembro de 2013


NOITE DE SONHO

Cai o dia ceifado pela noite…

No lusco-fusco do seu fim,
Esconde-se o rei no horizonte,
Com as estrelas, ainda a monte.

Tardia, a lua faz a sua aparição
E espraia-se no silêncio da noite,
Entre os sons noctívagos presentes,
Como se fosse, uma suave oração.

Ouve-se o murmúrio do vento que sopra…

A mãe Natureza nunca dorme
E trabalha incessantemente na penumbra,
Para alimentar os filhos que consome,
Na reciclagem que a todos deslumbra.

Gritos que se perdem no arvoredo,
Em ruídos surdos do dia a dia,
Audíveis numa noite de luar,
Transmitem ao visitante incauto o medo.
Medo sentido na escuridão da hora tardia,
Quando o triste coração, necessita de chorar.

Cai o amor ceifado pela incerteza,
Numa traição sentida com grande dor,
Na ilusão do luar triste da mãe Natureza,
Quando o Sol esconde todo o seu calor.

Noctívago ser que o amor liberta,
Em ruídos constantes de outros tons,
Que segredam o grito da liberdade,
Na noite ouvido na mudança dos sons.

Apaga-se o grito do desassossego,
Quando a noite é ceifada pela luz matinal
E o rei sol aparece a levantar o ego,
Do amante pejado do amor carnal.

Flocos pálidos da brilhante luz solar,
Acordam os seres da dormente Natureza
E ouvem-se os cânticos das aves a saudar,
O amor sentido na realidade da certeza.

Carlos Cebolo

carlosacebolo.blogspot.com/

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

    

  ALMA NUA

Ardente rio por onde navego,
As mágoas da minha paixão,
No sorriso da triste viagem.
Pelo mundo profano e cego,
Do paraíso ausente da visão,
Deslizo a prestar vassalagem.

No mapa da noite, os gemidos
Sentidos no prazer da nudez,
Ouvidos na ausência do mundo.
Fonte dos desejos espremidos,
Dos fortes odores na embriaguez
Que tornam o céu mais profundo.

Sol e fogo no teu corpo lua,
Inunda de doce a tua nascente,
Onde jorra a cor da felicidade.
Sensual desejo da alma nua,
Projecta no ar o odor ardente,
No sentir insano da eternidade.

És a alma que habita em mim,
Na ternura viva do teu pulsar
Onde o sofrimento teve o seu fim.

Tenho memórias do meu sonho,
Entre poemas que não escrevi,
Lançados no suspiro do vento.
O acordar do pesadelo medonho,
No contraste do amor que vivi,
Guardado no meu pensamento.

Partilho no teu coração o calor,
Na tua alma o amor desejado
E nos teus lábios o meu beijo.
Sentimentos trocados com amor,
No sentir de amar e ser amado,
Com a força corporal do desejo.

Leitura da minha alma, na nudez
Do silêncio que desagua do mar,
Entranhado no meu pensamento.
Néctar fonte da tua embriaguez,
Na procura constante do teu amar,
Com entrega sentida no momento.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 4 de novembro de 2013


SOU O QUE SOU

Sou o que sou!...

Não sou ninguém.

Alma volátil como o vento,
Que voa com o pensamento.

Sou nada e nada quero ser,
Só não me quero perder,
Na corrupção da vida,
No perder da vida perdida.

Sou o que sou,
Como todo o Mundo o é.
Se ninguém eu sou,
Porque tenho fé?

Alma volátil como o vento,
Mas que tem o seu momento,
Na fragilidade do amor,
Também sente a sua dor.

Sofredor no desassossego,
Canto e escrevo emoções,
Sentidas algures por alguém.
Elevo bem alto o meu ego,
No sentir das confissões,
Que oiço aqui e além.

Lágrimas da alma sentida,
Ao sabor do pensamento,
Num tempo sem tempo.
Palavras em poesia convertida,
Aguardam o seu momento,
Sem qualquer contratempo.
Emoções sentidas na mente,
O peso que a alma sente.

Sou o que sou!...
Ninguém.

Carlos Cebolo






sexta-feira, 1 de novembro de 2013


QUESTÃO DO TEMPO

As horas não interessam!
O importante é o tempo.
Ter tempo para o lazer,
Ter o tempo sem correr,
Ter tempo para o que fazer.

O destino marca o tempo.
O tempo de viver,
De viver para morrer.

O tempo do tempo é estável,
Diferente do tempo clima.
Se um tempo é amável,
O outro tempo desanima.
Desanima na mudança do meridiano,
Do meridiano que o controla.
Varia várias vezes ao ano
E o outro tempo nos controla.

Controla o tempo que vivemos,
Vivemos e morremos com o tempo,
Desde o tempo em que nascemos,
Até que termine o nosso tempo.

Tudo é uma questão de tempo.

O stress com a falta do tempo,
Do tempo que marca a hora,
A hora do encantamento,
Do encantamento do nascer da aurora.

O tempo forma as estações,
Na mudança de humor do planeta,
Do planeta que forma o tempo,
Diferente em várias situações,
Situações a que se sujeita.

Balança o tempo, no seu tempo.
Passado, presente e futuro…
Forma com ele o contratempo,
Do tempo sempre inseguro.
O tempo comanda a vida,
A vida por aqui vivida.

Carlos Cebolo