NOITE DE SONHO
Cai o dia ceifado pela noite…
No lusco-fusco do seu fim,
Esconde-se o rei no horizonte,
Com as estrelas, ainda a monte.
Tardia, a lua faz a sua aparição
E espraia-se no silêncio da noite,
Entre os sons noctívagos presentes,
Como se fosse, uma suave oração.
Ouve-se o murmúrio do vento que sopra…
A mãe Natureza nunca dorme
E trabalha incessantemente na penumbra,
Para alimentar os filhos que consome,
Na reciclagem que a todos deslumbra.
Gritos que se perdem no arvoredo,
Em ruídos surdos do dia a dia,
Audíveis numa noite de luar,
Transmitem ao visitante incauto o medo.
Medo sentido na escuridão da hora tardia,
Quando o triste coração, necessita de chorar.
Cai o amor ceifado pela incerteza,
Numa traição sentida com grande dor,
Na ilusão do luar triste da mãe Natureza,
Quando o Sol esconde todo o seu calor.
Noctívago ser que o amor liberta,
Em ruídos constantes de outros tons,
Que segredam o grito da liberdade,
Na noite ouvido na mudança dos sons.
Apaga-se o grito do desassossego,
Quando a noite é ceifada pela luz matinal
E o rei sol aparece a levantar o ego,
Do amante pejado do amor carnal.
Flocos pálidos da brilhante luz solar,
Acordam os seres da dormente Natureza
E ouvem-se os cânticos das aves a saudar,
O amor sentido na realidade da certeza.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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