DESGOSTO
Ventos fortes sopram do mar,
Entre molhes da praia deserta,
Na rebentação que fixa o olhar,
Da gaivota que o penacho liberta,
Com o belo, mas triste esvoaçar.
Pirilampos no seu fraco cintilar,
Enchem o lenço na tua fria mão,
Com o licor salgado do teu rosto.
Fissuras do teu imenso e doce mar,
Sentidas na palma da tua fina mão,
Deixam escorrer todo o teu desgosto.
Tuas cortinas corridas sobre os sonhos,
Abertas em pálpebras doridas de dor,
Que se erguem no passar da madrugada.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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