NO ESPAÇO BRANCO
DOS SILÊNCIOS
No espaço branco dos silêncios,
Existem poemas desmedidos,
Corpos nus e transparentes
Por onde a música não circula.
Existem rios, lagos sem ternura,
Festas, gritos e agonia
Onde a vida se abre sem magia
E a noite existe em permanência.
No espaço branco dos silêncios,
Traça a sina um forte abraço,
Em quem é fraco no
nascer,
Mas forte nessa
emoção
De sentir a desgraça e sorrir
Nesse mundo de ilusão,
Onde a noite corre, como um rio
De águas negras e lamacentas.
No espaço branco dos silêncios
Existem sonhos não vividos,
Esperanças desencontradas,
Promessas cheias de nada.
Existem ecos surdos no vazio,
Dores sentidas que sufocam,
Nevoeiros e seus lamentos
Que deixam o corpo moribundo.
No espaço branco do silêncio,
Não existe vida nem poemas,
Nem a magia do pensamento.
Existe a dor que sufoca,
Existe a vida passageira,
Sem vitória e sem derrota,
Uma música de encantar,
A traição da linda sereia.
Carlos Cebolo
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