CAMINHOS OBLÍQUOS
11/10/2012
Percorro oblíquos caminhos,
Como as ondas do oceano sem fim;
Vejo montes e vales marinhos,
Mas não vejo pedaços de mim.
Viajo de constelação em constelação,
Na esperança de te encontrar desnudada,
Com aquele teu ar de provocação,
Mas do teu corpo, não vejo nada.
Oiço gemidos profundos,
Que rodopiam ao meu redor,
Trazem o cheiro dos teus fluidos,
Mas da tua angústia, não vejo a dor.
Sinto o prazer nas brisas delicadas,
Que transportam o mundo de magia,
Onde percorro as ruas e calçadas,
Sem sentir a tua incessante agonia.
Continuo sem traçar o meu destino,
Nas lembranças de paixões perfumadas,
Seguindo os passos de um dançarino,
Na canção com semânticas inacabadas.
Com este tão forte desatino,
Que o próprio cosmo se sobrepôs,
Procurando encontrar outro destino,
P’ra canção que ele próprio compôs.
No despertar dos nobres sentidos,
Com o sussurro da forte paixão,
Respira-se letras em livros divididos,
Sem encontrar uma outra solução.
Caminho sem destino e sem sentido,
Escrevendo no espaço da imaginação,
Em lugares para muitos escondido,
No profundo recanto do coração.
É este o meu malfadado destino,
De uma sensualidade em liberdade,
Que me acompanha desde menino,
E que me levará à eternidade.
Carlos Cebolo
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