NÉVOA TRAIÇOEIRA
01/10/2012
Sou água cristalina que corre solta,
Sou névoa que esconde o belo brilho,
Nesta tua e minha grande revolta,
De uma arma que se aperta o gatilho.
Nestas vidas sempre em cruzamento,
Percorro a frágil ponte a baloiçar,
Procurando acabar com o sofrimento,
Desta terrível e nova forma de amar.
Sempre a deslizar neste oceano de desejo,
Entre estrelas e promessas adiadas,
Querer saborear o teu doce e quente beijo,
Em várias madrugadas acordadas.
Neste meu mundo de amor adormecido,
Com desejos e sonhos flutuantes,
Recordar o novo desejo aparecido,
Sentir, o que já não sentia antes.
Ficou na ternura, os teus doces abraços,
Na alma, os beijos da tua ternura,
Neste coração agora feito em pedaços,
Com toda a triste situação de amargura.
Do teu meigo olhar agora me lembro,
Com saudade de uma doce delícia,
Lembrando a suave brisa em Setembro,
Sentido na tua refrescante carícia.
Asas quebradas caídas no chão,
De noites levadas em perfeito delírio,
Reacenderam a chama do velho vulcão,
Que entra agora, no seu novo declínio.
Sou a boa e eterna fonte da juventude,
Que procura os corpos rejuvenescer,
De uma triste e mesquinha atitude,
Que Lúcifer, procura amadurecer.
Sem fôlego, o orvalho ainda escorre,
Por entre brumas frias do pensamento,
De um fraco amor que também morre,
Por não ter na alma, o seu sustento.
Carlos Cebolo
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