AS AVENTURAS DE KALÓ - KALÓ E A
ATLÂNTIDA
Desta vez o aventureiro Kaló resolveu utilizar o seu
manto mágico (Kaló e o Gigante) para visitar a antiga cidade de Atlântida que
segundo a história que ouvia, contada pelo seu avô, era uma cidade muito linda
que desapareceu e nunca mais ninguém soube o que aconteceu.
Kaló foi à biblioteca da cidade onde vivia e pediu
livros que falassem de Atlântida a cidade perdida, para saber mais sobre aquele
maravilhoso povo já desaparecido.
Depois de estudar a história conhecida sobre a
Atlântida, Kaló colocou o seu manto mágico nos ombros e pediu que o levasse até
à época em que a bela cidade existiu.
Assim, Kaló viajou no tempo e depois de muito girar
numa espiral que se formou à sua volta, foi parar a um largo muito bonito, com
muitas árvores, iluminação e um pavimento todo coberto de placas de
madrepérola.
Kaló estava deslumbrado com tanta beleza. E como o seu
manto o tinha dado também vestes iguais aos dos habitantes de Atlântida, passou
despercebido no meio deles.
Kaló andou por toda a cidade e viu um povo muito
trabalhador, mas ao mesmo tempo um pouco triste.
Preocupado com
este facto, Kaló procurou ouvir os comentários que principalmente a juventude
fazia em reuniões secretas, nos bancos dos jardins, ao fim do dia.
Assim, Kaló teve conhecimento que Atlântida estava a
ser governada por gente corrupta, que só sabia exigir do povo cada vez mais
trabalho. Os jovens não tinham emprego e os filhos dos governantes, tinham
sempre um emprego à sua espera, mesmo sem terem preparação ou formação para
ocupar o lugar.
O povo era quase escravo, comandados por gente sem
escrúpulos que gastavam muito dinheiro em festas e banquetes, nos grandes
palácios onde viviam.
O povo para não passar fome, ao fim do dia procurava
os restos dos banquetes dos governantes, para se poderem alimentar, uma vez que
o dinheiro que honestamente ganhavam com o seu rude trabalho, não dava para
nada.
Kaló que não gostava de injustiças, começou a
infiltrar-se no meio do povo e a falar que as coisas não poderiam continuar
assim. Algo tinha de ser feito para punir esses governantes.
O povo depois de ouvirem Kaló, tomou coragem e começou
a fazer manifestações pela cidade e a exigir honestidade aos governantes e
iguais oportunidades para os seus filhos.
Atlântida era uma linda cidade que ficava no meio do
Oceano Atlântico, numa ilha de origem vulcânica e com um grande vulcão, que
necessitava de cuidados especiais para não entrar em atividade.
O povo de Atlântida tinha inventado um sistema de
proteção da cidade que impedia que o vulcão entrasse em erupção. Sempre que
ocorresse alguma mudança no vulcão, as máquinas entravam em ação e retiravam a
pressão do vulcão para que este estabilizasse.
O povo era quem trabalhava para manter a cidade sempre
segura, enquanto os governantes apenas se preocupavam em viver bem.
Os mais velhos e sábios da cidade, resolveram convocar
o povo para as manifestações e se as manifestações nada resolvessem, então
teriam de partir para as greves e outras formas de luta, para obrigarem os
governantes também a trabalharem para o bem da cidade e de todo o povo, fazendo
os mesmos sacrifícios que o povo trabalhador.
Os governantes quando viram a revolta do povo,
mandaram o seu exército prender os trabalhadores.
Os chefes dos trabalhadores ainda disseram que os
trabalhadores eram necessários para o bom funcionamento da cidade e para evitar
que o vulcão entrasse em erupção, mas os governantes não ligaram nenhuma e
mandaram prender também os chefes dos trabalhadores e meteram no lugar os seus
próprios filhos.
Com o povo sem nada poder fazer, os governantes
continuaram com as festas e a gastar cada vez mais o dinheiro da cidade.
Os filhos dos governantes, em vez de trabalharem para
manter a cidade em segurança, queriam era festas e não ligavam nenhuma às
máquinas.
Com o passar dos dias, o vulcão começou a ficar muito
quente. As máquinas sem a manutenção do povo trabalhador, ficaram estragadas.
Com muita pressão acumulada dentro do vulcão, este começou a deixar sair cá
para fora, muito fumo.
Os chefes do povo trabalhador, mesmo na cadeia, ainda
alertaram os governantes para o perigo do vulcão, mas eles não ligaram nenhuma.
Kaló quando viu a vulcão quase a entrar em erupção,
cobriu-se com o seu manto mágico e voltou para casa.
O vulcão explodiu e levou toda a ilha para o fundo do
mar.
A ilha e a linda cidade de Atlântida desapareceram
para sempre e ainda hoje, ninguém sabe onde ela foi parar. Apenas se sabe, em
livros mais antigos, que Atlântida era uma cidade muito bonita e o seu povo era
muito inteligente, mas que foi muito mal governada.
Perlim pim pim, a história chegou ao fim.
Carlos Cebolo
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