O DESPERTAR DA AUSÊNCIA
24/10/2012
Minha alma voa pelo éter,
Como o fluído da minha mente,
Num espaço sem fundo.
Todo o meu corpo é fonte,
De água pura do teu ser,
Safira verdadeira que se sente,
Naquele belo horizonte.
Sinto o teu doce odor,
Líquido espalhado pelo chão,
Que suaviza a minha dor,
Na nudez da minha aflição.
És livro em delírio surdo,
Que mostra a magia em suspiros,
Mas páginas do desejo mudo,
Que aumenta os meus delírios.
Suspenso no nada,
No infinito da essência do ser,
Vejo-te banhada na tristeza.
Amargurada!...
Mostras todo o teu padecer,
Sem de nada teres a certeza.
Da ausência sentida,
O desejo do regresso esperado,
A incerteza da vida merecida,
No silêncio inacabado.
Lá do alto,
No oceano do desejo,
Sinto o teu sobressalto,
Ao despertares com o meu beijo.
É a visão do paraíso,
O beijo em forma de flor,
O conjunto do nosso sorriso,
O voar nas asas do amor.
Ao acordar da minha ausência,
No bailado da lua, brilhante e pura,
Que floresce no nosso jardim,
Vejo-te destemida e nua,
Onde és rosa e eu jasmim.
Carlos Cebolo
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