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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018






ENCANTO DO NATAL

Em África, havia um casal com um filho pequeno. O pai trabalhava na cidade e fazia um pouco de tudo para arranjar dinheiro para irem para a Europa que vira numa revista.
De vez em quando ia ver a família e mostrava a revista e dizia que um dia haviam de ir para a Europa.
O menino gostava da página que mostrava um senhor vestido de vermelho com grandes barbas brancas, que seu pai chamou de pai natal.
O menino na sua ingenuidade pensava:
 - Por que razão o pai natal não vinha à sua aldeia?
 - Qual a razão dele nunca ter ganhado um brinquedo?
 Na revista, reparou que o chão era branco e que os meninos brincavam com aquela areia e, curioso, perguntou ao pai o que era aquilo.
O pai disse que era neve e que na Europa o Natal era tempo de neve.
O Tempo foi passando e o menino ficou sempre com a esperança de um dia o pai natal se lembrar dele.
Mais tarde, o pai foi busca-los e foram ao encontro do senhor que lhes arranjava os lugares num barco.
No lugar combinado, lá estava o senhor que os meteu na embarcação onde já se encontravam outros passageiros e partiram.
A mãe colocou a criança nas costas e amarrou-a com uma manta.
Depois de muitos dias no mar, a embarcação foi-se arrastando enquanto os ocupantes ficavam cada dia mais fracos.
O menino adormeceu e no seu sonho, era ajudante do pai natal e andava por África, a distribuir brinquedos.
Um barco patrulha encontrou a embarcação e recolheu os sobreviventes, levando-os para o hospital.
Meses depois, tiveram alta e foram entregues à polícia, mas antes, foi oferecido ao menino uma pequena ambulância que deixou a criança maravilhada.
O rapaz cresceu e formou-se em enfermagem e inscreveu-se numa equipa de médico sem fronteiras.
O enfermeiro chamava-se NiK e levou na bagagem uma mala cheia de pequenos brinquedos e um fato de pai natal.
Já em África, no hospital de campanha, sempre que uma criança tivesse alta, o enfermeiro Nik vestia o seu fato de pai natal e oferecia um brinquedo à criança. Os seus colegas gozavam com ele, dizendo:
- Ouve lá NiK, hoje não é natal para andares assim vestido a distribuir brinquedos!...
NiK sorria e dizia com alegria:
 - Como disse um dia o poeta; -Natal é sempre que o homem quiser.
E assim, continuou o enfermeiro Nik a distribuir brinquedos e a levar a felicidade às crianças que tiveram a infeliz sorte de nascer no lugar errado.
NiK um dia adoeceu e acabou por falecer.
Um seu colega, que tinha chegado há pouco tempo ao hospital, sabendo da história de NiK, resolveu tomar o seu lugar. Vestiu o fato e foi distribuir brinquedos pelas crianças que nesse dia tiveram alta.
Assim, com pequenos gestos, será pelo mundo fora Natal, sempre que o homem quiser.
Carlos Cebolo


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