Amor Invernal
19/11/2012
Chuva e dias cinzentos,
Impedem a minha alegria.
Conforto-me nos lamentos
E pensamentos de magia.
Chuva que molha o rosto,
Da minha amada à beira mar,
São lágrimas de desgosto,
Da alma triste a chorar.
Neste triste inverno da vida,
Sem aconchego e com dor,
Retarda a minha triste partida
Na esperança de encontrar o amor.
Amar, apenas por amar,
Sem se quer, ser amante,
No amor que se quer ofertar,
Sem receber ouro ou diamante.
O amor oferecido de graça,
Trocado apenas por amor,
É um belo estado de graça,
Sem causar qualquer dor.
Neste triste inverno chuvoso,
Tempo triste para amar,
Espera-se por algo radioso,
Para no futuro recordar.
No silêncio do tempo passado,
Angústias sentidas e sofridas,
Sinto-me também acorrentado,
Ao sofrimento de velhas feridas.
Este inverno cinzento, frio e triste,
De amores escondidos na escuridão,
Sinto que a alma ainda resiste,
No desespero e esperanças do coração.
O vento que sussurra e beija-me o rosto,
Carrega a chuva do meu forte lamento,
Que encharca a alma do triste desgosto,
Na lembrança de um belo sentimento.
A sede de amor no silêncio do imenso mar,
Dá asas à alma para poder voar,
Nas névoas frescas, da primaveril madrugada,
Que mergulha num mar de pérolas adornada.
Neste inverno húmido, triste e frio,
Oiço a tua voz na loucura calada,
Na doçura passageira do meu delírio,
Desta minha alma, por ti iluminada.
Este amor invernal de que padeço,
Sem sentir os teus lábios no meu beijo,
É duro presente que não mereço
E abafa o calor vulcânico do desejo.
Quero sentir-te nos beijos que te dou,
Ouvir uma canção em sons de felicidade,
Sentir o puro prazer de quem já amou,
No amor intenso que não escolhe a idade.
Carlos Cebolo
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