AGULHEIRO DOS MARES
Branco lírio que te perdeste,
Neste teu mundo encantado.
Cor com que a felicidade se veste,
No doce encontro com seu amado.
Véu esvoaçante no orgulho da magia,
Que a coroa de Neptuno ornamentou,
No longo momento da sua ousadia,
Quando a Nereu, Anfitrite roubou.
Rosa branca de véu imaculado,
Do seu seio sorveu o doce néctar,
De um amor que se quis abençoado,
Por Apolo no seu eterno cavalgar.
Recordo as Nereidas do alto mar,
Ninfas belas que se fizeram musas,
Dos poetas que souberam amar.
Este povo que se fez aventureiro,
Nas caravelas das gentes lusas,
Que do próprio mar, foi agulheiro.
Aquele bravo povo ilustre lusitano,
Que de terras de Santa Maria surgiu,
Vencendo o terror do Neptuno tirano,
Levou novas ao Mundo que descobriu.
Júpiter inconformado com tal ousadia,
Ao inferno e a Plutão ordenou punir,
Com doenças e toda a maligna magia,
Aquele povo que ousou o mar unir.
Branco lírio que te perdeste,
Neste teu Mundo encantado.
Novas portas ao Mundo abriste,
E por Vénus também foste amado.
Carlos Cebolo