FILHO DO MAR
Nas ondas sinto o lamento
E o desejo de te amar.
Sou mar, solidão e profundo,
Neste trono em que me sento,
És onda que procuro alcançar
Beijando o teu cálice fecundo.
Respiro o Sol que me aquece,
Beijo a chuva que me enche,
Afago a lua que não se esquece,
Com o brilho que te preenche.
És luz sentida na harmonia,
Num espaço sempre sereno,
Com tudo o que em ti se cria
E que ao Mundo se torna eterno.
Viajo com as estrelas cadentes,
Num segundo percorro galáxias,
Com amores e paixões ardentes,
Corrigindo as tristes displasias.
Filho de um deus menor,
Deste imenso mar que alimenta,
E que provoca também horror,
Nas invernias que se lamenta.
Ondas calmas e revoltas,
Na mística do gótico ardente,
De paixões que correm soltas,
E que o próprio corpo pressente.
Sou filho do mar, solidão,
Com sonhos que perturbam a mente,
Que fazem tremer o coração,
No grande amor que sempre sente.
Carlos Cebolo
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