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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014



O SONO DA MARIANA

Mariana dorme (Ó avó
Diz à caturra que tenha dó
Ela que cante mais devagar;
P’ra Mariana não acordar…)

Ela é ainda tão pequenina,
Não vá a Mariana acordar,
Com seu doce choro de menina,
Que parece a sereia a cantar.

Ela tem um sonho inocente,
Sonha com a luz e o luar,
É ainda uma bela semente,
Pede ao vento que abrande o mar,
Não vá a Mariana acordar…

Virá o dia que crescerá,
E trabalho dobrado vai dar.
O seu dormir assim passará,
Para um sossegado acordar
E a preocupação virá,
Para a mãe que a quer salvaguardar.

Mariana dorme (Ó avó
Diz à caturra que tenha dó…
Que a Mariana quando acordar,
Não a deixará jamais cantar.)

Carlos Cebolo



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

        
        IMAGINÁRIO

Neste imaginário, fértil de emoções,
Escolho na poesia os sentimentos;
Amores consagrados nos corações,
Do poeta com todo o seu fingimento.

Imagina-se a lua com o seu luar,
Mesmo nas noites escuras pelo sertão,
O amor que procura sempre guardar,
Bem no fundo do seu pobre coração.

Imagina-se a cor da flor preferida,
Do seu outro coração apaixonado,
Na magia da glória também sentida.

Na madrugada procura seu amor,
Envolto em seu novelo enamorado,
Como bálsamo da sua grande dor.

Carlos Cebolo


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014


JOGO DE AMOR

Nesse jogo de amor,
Onde a sorte nem sempre se mantém,
Pode causa a dor.
Ninguém é de ninguém,
Na ilusão com tão findo sabor.

Não pode alguém roubar,
Mesmo esse inseguro seu coração,
Sem se propor amar,
Com outra condição,
O coração que se propõe guardar.

Nesse jogo de amor,
Triste realidade do saber,
A ilusão da dor,
Na magia do crer,
Conforta a triste alma do sonhador.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014


CANÇÃO DO MAR

Assim nasce a noite e o dia,
Entre esse mar que cantava,
Enquanto a onda bulia.
Na seca folhagem nua,
Reflecte o brilho da lua,
Na noite que prolongava.

Com ondas soltas revoltas,
Por esse mar além fora,
Tuas falhas e soluços,
Lágrimas ao vento soltas,
Duma guitarra que chora,
Sobre o seu corpo de bruços.

Com a voz da Natureza,
Sem de nada ter certeza,
Entre areia com espuma.
Ouve o som do violino,
Por entre as névoas da bruma,
Desde o tempo de menino.

Céu e mar inavegável,
Com as velas de um veleiro,
Alma que morre esgotada.
Esse mar inalcançável,
Traz tristeza por inteiro.

No brilho da lua cheia,
O céu assim tão sereno,
Como os seios da sereia.
Encanto do belo mar,
Que te propõe para amar,
Aquele corpo moreno.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/




sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


SILVA EM FLOR
I
Rosa brava de inverno,
No seu florir da morte,
Cria próprio inferno,
Traçando a sua sorte.

Sobre ela cai a neve,
Que fere a leve flor,
Com Sol fraco que a serve,
P’ra viver seu amor.

Da silva forma flor,
Tão delicada rosa,
Se presenteia amor.

Com cor, rosa viva,
Breve momento goza,
A bela flor da silva.

II

Assim morre o amor,
Nesse frio invernal,
Traça na vida dor,
Com seu amor banal.

Sinistra mente tem,
Quem assim pensa amar,
Rosa brava meu bem,
Nada serve chorar.

Flor murcha sem dar fruto,
Silva sem teu querer,
Provocas o meu luto.

Sem ter onde poisar,
Ao Mundo florescer,
Belo gosto no amar.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

  

      DOGMAS
 
Tormentas já passadas,
Ingénuo sonhador,
Parte sem ter destino.
Por escadas veladas,
Anda sem sentir dor,
Dor do seu desatino.

Uma voz débil passa
E humilha os vermes,
Com toda a desgraça.

Suspiros em gemidos,
Contamina os germes,
Com todos os seus sentidos.

Sentem-se os espasmos
Eléctricos do Ser,
Fontes da energia.
Sem entusiasmos,
No teu anoitecer,
O som sem alegria.

Teu corpo estremece,
A nudez da tua alma,
Destrói a tua calma.

O que se desconhece,
No etéreo profundo,
Mostram o outro Mundo.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014


TRISTEZA

Triste é o seu destino,
Sem esperança, sem eira nem beira,
Com todo o desatino,
Quer queira ou não queira,
Poder assim, traçar novo caminho.

Vida amaldiçoada,
Que de pequeno, traçaram a sina,
Tristeza desgraçada,
Que a vida lhe ensina,
Por não ter mãe, mas sim madrasta dada.

Sua alma sofrida,
No ensinamento da tristeza,
A dor assim sentida,
Sem ter a certeza,
De poder ter a vida merecida.

Carlos Cebolo

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

       
     ARCO-ÍRIS

Nascer da esperança,
Luz do Sol na sua decomposição.
O tempo de criança,
O sentir do coração,
No arco-íris da nossa mudança.

Na vida sinto a dor,
Com o amor que trago no coração,
Vou nas asas do Condor,
Viajar sem condição,
Procurando encontrar o meu amor.

Arco-íris da vida,
Com luz e cor dos grandes sentimentos,
Forma a despedida,
Com todos os lamentos,
Duma vida neste Mundo perdida.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

       

      SÂNDALO

Teu corpo sândalo perfumado,
Lágrimas do teu sal convertido,
Será eternamente adorado,
Entre estrelas, no amor escondido.

Na diáspora vida sentida,
Com a tua chegada e partida,
Na distância da eternidade,
De um sonho sem a identidade.

Chegas e partes sem nada dizer,
O que aumenta o meu padecer,
Com o querer e ser desejado,
Pelo teu corpo assim perfumado.

Madeira rica da Natureza,
Em mim provoca tua riqueza,
Na cor sândalo de boa paz,
Torna-me novamente rapaz.

Lavo minha alma na tua flor,
Entre os odores da seiva rara,
Nas faces lisas da tua cara,
Que fortalece o meu grande amor.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014


SOFRER DE AMOR

Solta os ventos da bonança,
O rei Sol quer apagar,
No desfolhar da esperança,
Teu coração afagar.

Sentir o teu brilho luar,
Prata, luz do meu querer,
Parar as ondas do mar,
Acabar com teu sofrer.

Sem pressa e um sorriso,
Descrever a tua mágoa,
Fazer o que for preciso,
Acabar as tristes águas.

Sentires da sensação,
Minutos da sua dor,
Lá dentro do coração,
Solta lágrimas sem cor.

No triste sofrer de amor
Sonho d’alma no querer,
Como o luar, mostra dor,
Sem o calor do Sol ter.

Água corrente, seu sal,
Nas lágrimas sente a dor,
Do ciúme como mal,
No sofrer do seu amor.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014


SONHO DE POETA

Comum entre os comuns mortais,
Vive o poeta com seu sonho,
Suas rimas e tristes ais,
Torna seu Mundo mais risonho.

Com seu murmúrio de queixume,
Os desejos incontroláveis,
Espalha o seu bom perfume,
Entre pasmos d’almas saudáveis.

Equilíbrios do seu cansaço,
Na flor murcha do sentimento,
Com odor que exala no espaço.

No sentir da imensidão,
Uma alegria do momento,
Afaga o triste coração.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014


ARDIL DA NOITE

Um futuro imaginado,
Numa noite d’esperança,
Rola o Mundo desgastado,
Mais que bola de criança.

E no triste espaço mudo,
Sem Sol a beijar a face,
Na noite acontece tudo,
Que a falta de luz disfarce.

O escuro desanima
O meu triste coração.

O escuro se aproxima
Duma maior solidão.

Escura noite, como a morte,
Esconde o que a dor mantém.
O ardil tem-na por sorte,
Sem temor não é ninguém.

Tem o triste coração,
Destino ao igual Ser,
Amor na escuridão,
Ninguém o quer merecer.

Amor nocivo patente,
É frio como a opressão,
É como lançar semente,
Num sofrido coração.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

   
   O EU !...

Chamam-me poeta!
Finjo que o sou…
Sem ter qualquer meta,
Não sei por onde vou.

Sei que ando a monte,
Ninguém me procura,
Que a alma não encontre,
A podre vida madura.

As nuvens são um véu,
Não me deixa ver o sul,
Aquele bocado de céu,
Que é muito mais azul.

O céu da minha terra,
Lindo como o luar,
Que o mistério encerra,
Na profundeza do mar.

O beleza do amanhecer,
Com toda a pureza do ar,
Iguala o seu anoitecer,
Com a intensa luz do luar.

Se triste soubesse ser,
Alegre seria assim…
Com todo este padecer,
Quem se lembrará de mim?

Quando a sina se torna fado,
Surge no ar a mão de Deus,
Retira o que me é dado
E sem sequer, dizer adeus.

Serei sempre um fingidor,
Na dor que a alma sente,
Faço do amor a minha dor,
Da poesia meu presente.

Sou cadáver em espera,
Desde o dia que nasci,
Vivi a minha primavera,
Na juventude que mereci.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

        

        V I D A   

A vida esquecida!...
Bom dia Mar! Quero que me respondas,
Lua esmorecida,
Nas tuas doces ondas,
Que do teu sal, lágrimas convertidas.

O soluço do vento,
Teu azul, o paraíso dos sonhos,
Todo este lamento,
Com os medos medonhos,
O que é a vida e seu momento?

O símbolo da vida,
Amores frios da realidade,
Com a vida perdida,
Sem a moralidade,
De uma vida assim esquecida.


Carlos cebolo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

     

     DISTÂNCIA
             I
Na visão do passado,
Só vê em sonhos a sua beleza,
O seu mais bem legado,
Sem nunca ter certeza,
De regressar como o desejado.

Distância que separa,
Esse emigrante da terra natal,
A vida que sonhara,
Lutar por um ideal,
O fez deixar a terra que amara.

Com a dor da saudade,
Mas com a enorme fé que o fez crer,
Pensa na mocidade,
Na distância do sofrer,
Que faz encarar a realidade.

                 II
O sonhador com alma,
Com a idade marcada no corpo,
Idade que acalma,
Mesmo com corpo tropo,
Deseja voltar à terra com calma.

Distância que separa,
O emigrante português lutador,
Faz dele coisa rara!...
No Mundo de grande dor,
Que o Mundo, no português repara.

Nunca perde a noção,
Do país onde quer vir para morrer,
Sossegar o coração
E retornar a nascer,
Sem distância de nova separação.

Carlos Cebolo











terça-feira, 4 de fevereiro de 2014


 O AQUARIANO

É louco!...
Também é água,
Fúria mar,
Oceano profundo.
De tudo será um pouco…
Não guarda mágoa,
Gosta de caminhar
E de ser deste Mundo.
Coração alado,
Com sentimento guardado,
Nos sentires da união,
Será paixão.
Um pouco tímido até,
Na amizade leal,
Mantendo a sua fé,
Apreciador da moral.
Forte personalidade,
Paciente como ninguém,
Ama a fraternidade,
É tolerante também.
É água que teus lábios vai beijar,
Brilhante como a luz,
Tímido como o lindo luar,
Ama quem o seduz.
Amante sincero da igualdade,
Gosta de construir,
Viver a vida em liberdade,
Na falta, se redimir.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/



segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014


CANDOMBLÉ

Terreiro santo,
Mesinhas e chá,
Naquele recanto,
Reino de orixá.

Fevereiro quente,
Música e oração,
Iemanjá sorridente,
Aquece o coração.

Candomblé a fé,
Olokum paterno,
Na apanha do café,
O seu reino eterno.

Reza-se a Iemajá,
Na protecção do mar,
De ervas se faz o chá,
Para o coração amar.

Escravos livres,
Senhores do sonho,
O modo como revives,
O passado medonho.

Kimbanda africano,
Levado para o Brasil,
Combateu o insano,
Com sua fé e ardil.

Respeito e oração,
Numa fé milenar,
Agarra-se a salvação,
De quem veio do mar.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/

Léxico
Orixá – Deus da Natureza
Iemanjá – Mãe (majestade) do Mar
Olokum – Senhor do Mar
Kimbanda – Curandeiro
Condomblé – Religião de origem africana.