O EU !...
Chamam-me poeta!
Finjo que o sou…
Sem ter qualquer meta,
Não sei por onde vou.
Sei que ando a monte,
Ninguém me procura,
Que a alma não encontre,
A podre vida madura.
As nuvens são um véu,
Não me deixa ver o sul,
Aquele bocado de céu,
Que é muito mais azul.
O céu da minha terra,
Lindo como o luar,
Que o mistério encerra,
Na profundeza do mar.
O beleza do amanhecer,
Com toda a pureza do ar,
Iguala o seu anoitecer,
Com a intensa luz do luar.
Se triste soubesse ser,
Alegre seria assim…
Com todo este padecer,
Quem se lembrará de mim?
Quando a sina se torna fado,
Surge no ar a mão de Deus,
Retira o que me é dado
E sem sequer, dizer adeus.
Serei sempre um fingidor,
Na dor que a alma sente,
Faço do amor a minha dor,
Da poesia meu presente.
Sou cadáver em espera,
Desde o dia que nasci,
Vivi a minha primavera,
Na juventude que mereci.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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