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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018



DEIXA-ME SONHAR

Deixa-me sonhar!...
Procurar sentir
Esse gesto teu,
Neste meu pensar
E poder sorrir,
Neste mundo meu.

Um pequeno gesto,
Ao longe sentido,
Como despedida,
Colhendo esse resto,
De um amor contido
Nessa recaída.

Deixa-me sonhar,
Viver esse instante,
Nos ares do tempo
E poder ficar,
Um pouco radiante
Neste contratempo.

No meu pensamento,
Sentindo a tristeza,
Sem a querer colher,
Solto esse lamento,
Sorvendo a incerteza
Desse merecer.

Carlos Cebolo






segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018



JOGO E ESPERANÇA

Todas as palavras que não direi,
Sem ser por medo ou cobardia,
Beleza que a própria tarde recria,
Por ser fácil a imagem que criei.

Num olhar de seda e puro néctar,
Vejo-te na lágrima sentida,
Com essa imagem de uma despedida,
No desejo de quereres ficar.

Esse meu termo olhar te ofereço,
Na poesia onde o verso navega,
Desse puro amor que não se nega,
Sem poder pagar tão alto preço.

Serei frágil neste meu orvalho,
Que a sorte jamais esquecerá,
Na esperança que sempre ficará
Nas cartas retidas do baralho.

E se esse jogo assim terminar,
Como negação de não te ter,
Não deixarei este amor morrer,
Sem antes, teu corpo acariciar.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018



CICLO IMPERFEITO

Desmancham-se as marés nas calemas,
Das ondas nessa praia distante,
Nas palavras que não seguem adiante,
Ficam adivinhas com os seus poemas.

Entre os ventos de aragem nocturna,
Desses apagados pensamentos,
Apenas ficam os doces momentos,
Dessa vida assim tão taciturna.

Momento que parece sorrir,
Por entre as águas desse teu pranto,
Surge a aventura como um encanto,
De um novo amor que está para surgir.

No valor atroz do pensamento,
Efémero sentimento desfeito,
Nesse ciclo assim imperfeito,
Navega a alma com esse tormento.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018




INOCÊNCIA PERDIDA

Voando na vastidão do pensamento,
Ao encontro dos sentidos escondidos,
Navego esses meus desejos afligidos,
Entre cumes afiados do sentimento.

Entre este mim e aquele meu próprio eu,
Existe a aventura da natureza,
Onde o sonho se expõe à correnteza,
De uma realidade que se perdeu.

Ao longe, ouve-se o gemido da própria alma,
Na errância da sua contradição,
Naquele gozo desse irreal que a acalma.

Recolhe-se no infinito uma resposta,
Da felicidade em forma de oração,
Perdendo-se a inocência já exposta.

Carlos Cebolo




segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018



AREIAS DESERTAS

Nessa navegação dos seus desejos,
Sonhos deitados nas ondas do mar,
Deixados sozinhos para naufragar,
Entre esses sabores dos seus doces beijos.

Entre os dedos colhe areias desertas,
Do seu corpo feito profundo mar,
Que deixa escorrer nesse seu sonhar,
Por entre as brumas ainda encobertas.

Sente no olhar a brisa que vem longe,
Cavalgar que na praia vai morrendo,
No contraste do amor que vai crescendo,
Escondido por esse traje monge.

O mistério vem acentuar a crença,
Com esse chorar contido e impreciso,
Por entre as ondas do amor indeciso,
Fará que o seu sonho desapareça.

Carlos Cebolo


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018



AROMAS TRAZIDOS PELO VENTO

Os raios solares aparecem na madrugada,
Rompendo as frias névoas, ultrapassando os montes,
Penetram nos campos verdes, iluminando as fontes,
Vencendo os tormentos de uma noite desgastada.

Gira a cúpula nesse seu eterno movimento,
Com suas dúvidas e pensamento profundo,
Marca as horas alegres e tristes deste mundo,
Colhendo esses aromas trazidos pelo vento.

Sentindo toda essa inércia de um esquecimento,
Onde esse fim do tempo, nele próprio se esboroa,
Deixando entre as pedras soltas, esse seu tormento.

Com esse fechar de olhos de uma intensa saudade,
Meu sonho vagueia no grito surdo que ecoa,
Pelos vales sombrios sem ter identidade.

Carlos Cebolo



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018




ALVO SEM SETA

E meu cupido há muito já partiu,
Naquele amor que em mim se edificava,
Sonho meu que esta própria vida adiava,
E minha seta do arco não saiu.

Pequeno clarão na noite surgiu,
Na distância que o beijo deslumbrava,
O sentir do calor que me queimava
A esperança no amor que não reluziu.

Toda esta vida foi esquecimento,
Desses sonhos meus cada vez mais vagos,
Brumas esquecidas do sentimento.

O bom cupido entre as nuvens fugiu,
Sorvendo esse amor em pequenos tragos,
E esse amor aos poucos também caiu.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018



MEU AMOR

Meu amor é como pétala ao vento que voa,
Um pequeno gesto que de rosa se veste,
Belas cinzas trazidas por um vento agreste,
Sinfonia tocada que no tempo ecoa.

Espinho de rosa que absorve o seu aroma,
Numa desfolhada lembrando o triste fim,
De quem ao longe procura um pouco de mim,
Nessa leve brisa que passa e não retoma.

Meu amor será frescura de leve espuma,
Sem aquela esperança e sem futuro também,
Um amor que não teve importância nenhuma.

Meu amor será chama que toca rasante,
Rosa desfolhada que importância não tem,
Aquele desejo rápido que ficou constante.

Carlos Cebolo


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018




NOVA OPORTUNIDADE

De novo, abre-se o horizonte da vida,
Entre silêncios de grande pranto,
Repentino surgir sem espanto,
A nova realidade vivida.

Bocas unidas, doce beijar,
Onde a calma se faz forte vento,
Com a grande paixão do pensamento,
Expulsa o drama que quer ficar.

Esse amor que se julgava amante,
De um olhar triste sem sua chama,
Com essa tristeza seguiu adiante.

Na distância da amizade, o amor
Que do imóvel momento faz drama,
Perdendo todo esse seu fervor.

Carlos Cebolo



quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018



MOMENTO

Se esse seu tempo for assim tão vago,
Que te permita dar-me um instante,
Desse teu tempo já tão inconstante,
Dar-te-ei o amor que comigo trago.

Um buquê em arranjo tão floral,
Flores silvestres que colhi para ti,
Junto as palavras que por ti senti,
Num fascismo de amor puro e carnal.

Se esse instante for muito para ti,
Peço-te só um pequeno momento,
Para fazer valer esse sentimento
Que na distância digo que senti.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018


SOL DE INVERNO

Este tempo frio e cinzento,
Entristece o meu coração…
Pensando no quente verão,
Junto à lareira onde me sento,
Nessa ânsia de te ver surgir,
Ao meu lado com o teu sorrir.

E esse frio subitamente,
Corando a tua linda face,
Tocada pelo Sol que nasce,
No calor que o meu corpo sente,
Transporta a vontade em poesia
E em tudo, um pouco desconfia.

Sem essa brisa que me acalma,
Sem o calor do teu abraço,
A timidez ganha o seu espaço,
Enfraquecendo esta pobre alma,
Que canta por ti, seus louvores,
Embebido em outros amores.

Carlos Cebolo



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018



LEVEZA

Leve é o sentimento,
Com seu ondular constante,
Seguindo sempre adiante,
Sem escolher o momento,
Acolhendo o instante.

Leve é esse meu cantar,
Com a força da poesia,
Leveza que se cria,
Quando se quer amar,
Viver em alegria.

Mais leve é o pensamento,
Traçado num instante,
Desta vida passante,
Sem escolher o momento,
Neste mundo inconstante.

Carlos Cebolo