FEITIÇO AO LUAR
Havia luar na cumplicidade do Sertão,
Aquele luar que toca essa fonte da insegurança,
Na miscigenação que torna o sangue mestiço
Num chocolate de leite que aquece o coração.
Plantas brotam botões da flor ainda criança
Naquele enredo ladeado de forte feitiço.
Havia luar que no sertão, o amor desenhou
E não sei se foi paixão, ou algo que senti
Com aquele crepitar da doce fogueira de sangue
Onde a luz do prateado luar nos denunciou,
Juntos daquela trepadeira onde me escondi
Nesse profundo beijar da tua boca exangue.
Mentiras irreais desvendadas nesse momento,
Na catedral com suas estrelas enfeitiçadas,
Formavam o enredo daquela nossa fantasia.
Feitiço de amor que tem o luar por alimento,
No sertão com seus sonhos nessas linhas traçadas,
Onde a cúpula da noite mostra a sua magia.
Carlos Cebolo
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