VENDAVAL
O vento sopra toda a solidão,
Vento do leste que traz este frio,
Covil profundo deste calafrio,
Desassossega este meu coração.
Bravia maré de um raivoso oceano,
Na secura do vento se transforma
E a tristeza profunda ganha forma,
Na mente dorida do Ser humano.
Na consciência da vida, a sua mágoa,
Vento do leste teimoso e fecundo,
Transporta as almas para um outro mundo,
Imune a tantos olhos rasos de água.
Vidas ceifadas como folhas ao vento,
Folhas secas misturadas com a areia,
Que o mundo não fazia tal ideia,
E assim perturba todo o pensamento.
Foi tal vendaval que nos abateu,
Que arrancou o chão da nossa existência,
Com horrores sentidos na consciência,
Que a Natureza nos ofereceu.
A quem culpar de toda essa amargura,
Senão, o mal feito na Natureza,
Que querendo proteger sua beleza,
Criou o mal, para se sentir segura.
Carlos Cebolo
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