VIDA CONTIDA ou
CASULO OCO
Sinto esse silêncio que dói,
Vida retida de cansaço,
Do que é e o que já foi,
A Mágoa de um triste fracasso.
O fracasso de um fim de vida,
Olhos sem vida na tristeza,
Adivinhando essa partida
E os tempos áureos de beleza.
Essa imobilidade absorta,
No corpo que o tempo levou,
Deixando essa consciência morta,
Na memória que já o deixou.
Da vida, nem só um lamento,
Com sua ausência permanente,
Nada lhe importa o momento,
Nem a dor que o seu corpo sente.
Sua vida já está ausente,
Como a brisa que sopra o vento,
Não se vê, mas ainda se sente,
Mas não mostra esse sentimento.
Meu sogro foi para mim um pai,
Sempre presente e cooperante,
Noutro tempo que já lá vai.
Hoje, sinto-o tão distante…
Tudo isto faz-me doer a alma,
Na impotência de o ter de volta,
Procuro mostrar essa calma,
Para conter minha revolta.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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