ÂNSIA
Na distância, o aumento da saudade,
O tempo traz consigo lembrança,
Olhares alegres da mocidade
Que o próprio tempo já não alcança.
Aproxima-se o tempo finito,
Na triste ânsia bailante da vida,
E no tempo que ainda acredito,
A saudade da vida perdida.
Na ânsia de te voltar a encontrar,
Percorro todas as sensações,
Na ilusão do teu belo encantar,
Sentindo o cheiro e as recordações.
Esse teu silêncio que faz doer,
Reinante no constante sonhar,
Confunde-me todo este meu sofrer
E tudo se funde no meu pensar.
Domino a sede de não te ver,
Só em sonhos te posso tocar,
E a minha ânsia que não quer morrer,
Vive para sempre no meu sonhar.
Sinto o Namibe com a sua beleza,
Nestes meus sonhos irrealizados,
Canção do mar onde não há certeza,
Entre rumos que foram traçados.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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