O INVERSO DO TEMPO
Procuro o inverso deste caminhar,
Em palavras encontro um endereço,
Nas lágrimas soltas que não mereço,
Neste meu peito, elas querem ficar.
Sem defesa, solto toda a ternura,
Procurando esconder este meu pranto,
Na lembrança daquele fugaz encanto,
Fonte perdida da minha loucura.
Recordo todos os lindos momentos,
A carne e sangue do mesmo jardim,
Os cheiros sentidos dentro de mim,
Na procura dos velhos sentimentos.
Sons do batuque naquela inocência,
Bailados na volúpia da mocidade,
São sentidos com toda a suavidade,
Sempre com esse toque de confidência.
Não encontro a Bibala aqui por perto,
Mangueiras em flor e o belo imbondeiro,
Entre todos os amores, ela foi primeiro,
Na miragem do mar, o destino incerto.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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