O DESERTO DA VIDA
O deserto aparece de repente à minha frente,
Nasce o sol e com ele toda hostilidade do dia,
Já é primavera, nas no deserto não se sente
E no tempo da vida não há qualquer harmonia.
Perco-me no labirinto da palavra sentida,
Com a foice do desânimo sempre apontada em mim
E sinto que neste meu caminhar não há saída,
Pois o deserto avança procurando atingir o seu fim.
Deixem-me descansar e envelhecer como desejo,
Sem as cobranças daquela juventude perdida,
Gerir o deserto da vida sem ouvir gracejo.
Sem perder as lembranças de uma vida que passou,
Deixem-me viver o amor com esta vida renascida,
Sem delírios, sem mágoas e sem esquecer o que sou.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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