TEU CORPO FEITO MAR
Banha o teu corpo feito mar,
Uma tiara de espuma branca,
Digna da coroa de Neptuno,
Que teu cálice vem beijar.
O toque suave da tua anca,
No momento mais oportuno,
Mostro na alma o fogo ardente,
Do prazer que o corpo sente.
Traz sensualidade bem vincada,
Que reacende o espírito do vulcão,
Adormecido na profundeza do ser.
Estende o corpo na areia molhada,
Numa entrega sem outra condição,
Que ao próprio Neptuno, faz tremer.
Liberta o calor que o corpo sente,
Do fecundo cálice sempre ardente.
Corpo imaculado do pecado original,
Oferecido ao deus do mar sem fim,
O prazer que o corpo sente sem pudor.
Rainha do amor no seu corpo mortal,
Despojada do seu fato de arlequim,
Talha na areia molhada o seu amor.
Possuída e uma eterna alma ardente,
Desfruta do calor que o corpo sente.
Aquele corpo de mulher, esbelta figura,
Na alma sente o poder da água salgada,
Com o toque suave da branca espuma.
À beira do mar, mostra toda a doçura,
De uma alma por Neptuno abençoada,
Que até o poderoso mar se acostuma.
Aquela beleza se mantém eternamente,
Dos amores de quem fica perdidamente.
Visão de uma extrema sensualidade,
Que neste Mundo mostra o seu melhor,
Um corpo belo e quente neste mar frio.
Sem nunca ferir a bondosa moralidade,
De quem vê o amor sem qualquer pudor,
Mas sente na alma, o arrepio do calafrio.
Alma pura que um grande amor consente,
Na frescura da água salgada, o pressente.
Carlos Cebolo