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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 25 de julho de 2013


SIMPLICIDADE

Povo humilde, pastor,
Sem vaidade e com moral,
Da sua casa faz seu curral.
Da terra se tornou senhor
E no kimbo tem seu valor.
Lá recebe toda a gente,
Com a amizade que sente.

Cultiva a terra com mestria,
Colhe o que o tempo lhe dá,
Enquanto semeia o seu cará.
Espera a chuva já tardia,
Mas traz no rosto a alegria.
Seu corpo dá de presente,
Sempre alegre e sorridente.

No sexo não vê maldade.
É fruto da mãe natureza,
Que em tudo acha beleza.
Na velhice sente saudade,
Da sua doce mocidade.
Quando recorda fica contente,
Com lembrança da sua gente.

Com carinho trata o animal,
Como família do seu rebanho
E com ele toma o seu banho,
Na cacimba aberta no areal,
Sem ver aí qualquer mal.
Não procura ser diferente,
E por bem, tudo ela consente.

Seu corpo esbelto e tentador,
Tronco nu, seios a descoberto,
Sem vergonha, acha estar certo.
Vive a sua cultura sem pudor
E ao Mundo só mostra amor.
Humilde mostra o que sente,
No carinho por toda a gente.

Também sofre com dores,
Sempre fechada na cubata
Os remédios, recolhe na mata.
Da natureza cheira os odores,
E os feiticeiros são doutores.
Tudo o que a sua mente sente,
Com a sua vida fica contente.


Povo humilde, pastor,
Simplicidade sem limite,
No seu gesto, o convite.
Sempre que quer amor,
Mostra não ter pudor.
Povo de sangue quente,
Fala o que a alma sente,

Carlos Cebolo

Léxico: Kimbo = Aldeamento rural
              Cara = Batata doce
              Cubata = Cabana
              Feiticeiro = Curandeiro











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