ENAMORADO
Na solidão,
Abandonada,
Sem condição,
Um pouco do nada.
Rosto escondido,
Cabelos despenteados,
Coração ferido,
A alma aos bocados.
Encontrei-te só!
Soluçavas,
Teu aspecto metia dó!
Choravas.
Ergui-te do chão,
Abracei-te com sentimento,
Beijei a tua mão,
Amainei teu sofrimento.
O meu gesto deixou-te confusa,
Atingiu o teu coração,
Apertei-te a blusa,
Sem qualquer outra situação.
Não procurei pelo motivo,
Não pedi explicação,
Apenas num acto emotivo,
Apertei a tua mão.
Beijaste-me no rosto,
Sem ter nada de errado,
O teu gesto, o teu desgosto,
Revelaste o teu pecado.
Dar sem receber,
Mesmo sabendo estar errado,
Com todo este padecer,
Insististe no pecado.
Traumas do ser humano,
Por teimar sem saber,
Que no amor não há engano
E tudo se faz por o merecer.
Nesta tua solidão,
De dor e sofrimento,
Por erro sem o perdão,
Ouvi o teu lamento.
Tua alma altiva e sonhadora,
Mesmo com o coração ferido,
Mostra ser benfeitora
E libertas o que estava escondido.
Lágrimas que se ouviam,
De um coração que chorava,
Entre mãos que tremiam,
Num corpo que sonhava.
Tive medo de te perder,
Com o receio de estar enganado,
Ser amado sem perceber,
Estava enamorado.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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