PADECER
Sangra o bom espírito sem dor,
Na floresta crescente da vida,
Espelho que reflecte o amor,
De uma vivência esquecida.
Factos da mariposa florida,
Em casulo de carne nascente,
Com a felicidade vivida,
Cria sinais na própria mente.
Sinais que o tempo não apaga,
No avançar constante da vida,
Afaga a já profunda fraga,
Como se fosse sua ferida.
Sangra a ave-do-paraíso,
Na visão imperfeita do seu Ser,
Com a loucura do seu juízo,
Enfraquecido com seu padecer,
Sem perder o seu lindo sorriso.
O sofrer da alma imperfeita,
Guardado na sua recordação,
De juventude que não rejeita.
Sorri no padecer da sua dor,
No refúgio da sua condição,
Projectando no ar o seu amor.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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