TRISTEZAS DA VIDA
Aquele poeta errante e triste,
Vivendo num bar indecente,
Tendo a dor que não existe,
Sempre será indiferente,
Aos olhos de quem o vê,
Com poemas que ninguém lê.
Essa mulher fatigada,
Na lida do seu diário,
É feia e mal-arranjada,
Com essa roupa de trabalho,
No olhar de quem ali passa,
Sem brilho e sem sua graça.
Moça que passeia a beleza,
Pelas ruas da amargura,
Da vida não tem certeza,
Nem gosto de tal figura,
Nessa cobiça do olhar,
Sua fome quer matar.
A idosa que afaga o gato,
Nesse banco do jardim,
Limpa o seu velho sapato,
Lembrando o seu triste fim,
Não é vista por ninguém,
Nesse olhar que fica aquém.
Carlos Cebolo
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