SOM DA POESIA
E na suave lira te oiço tocada,
Numa doce rima de som perfeito,
O chorar dos anjos em voz velada,
Nesta tristeza que trago no peito,
Os sons tristes da poesia cantada.
São os sons da alegria e da tristeza,
Na ponta da pena que a escreveu,
Em traços puros de realeza,
Que pelo triste Mundo se perdeu,
Sem de nada, nunca ter certeza.
E canta-se em alvíssaras divino,
A triste alma da música que encanta,
Com todo o seu profundo desatino,
A doce poesia que se levanta,
Entre os sons tirados de um violino.
Não existe música sem poesia,
Nem o amor seria tão bem cantado,
No imaginário de pura magia,
Com este desassossego lembrado,
Que transforma a tristeza em alegria.
Sons da poesia na sua pureza,
Que cantam os amores revirados,
Neste presente cheio de incerteza,
Que na poesia são sempre lembrados,
Em sons erguidos da própria tristeza.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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