RENOVAÇÃO
Nesse prado amarelado sem flores,
O frio impede a rotação da imagem
E as nuvens escuras seguem em viagem,
Mostrando o tédio com os seus horrores.
Ouve-se o silvo desse vento outonal
E as borboletas morrem à tardinha,
Expondo a viuvez do ciclo invernal,
Sem o sol, na noite que se adivinha.
Tudo é nada e esse nada é não ter vida,
Num silêncio surdo que faz sofrer.
Visa-se o túmulo agreste da partida,
No desespero de quem quer viver.
No labirinto desse pensamento,
Tolda de sombras a face serena,
Naquela imagem que colhe o momento,
De na vida, tudo valer apena.
E o inverno que vem, também por cá passa
E a primavera acaba com a desgraça.
Carlos Cebolo
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